Café: Após sessão em baixa, Bolsa de Nova York fecha estável nesta 3ª feira; OIC divulga números de exportação
Nesta terça-feira (30), as cotações futuras do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com estabilidade nos principais vencimentos, após pregão de pouca volatilidade. Já pela manhã, os contratos davam continuidades as baixas das sessões anteriores e teve uma leve recuperação no decorrer do pregão.
Com isso, o principal vencimento, setembro/15, encerra o dia estável e negociado a US$ 132,40 cents/lb. Dezembro/15 também encerra com estabilidade, após apresentar perdas leves no pregão, e fecha negociado a US$ 136 cents/lb. O contrato março/16 encerrou com uma baixa de apenas 5 pontos e encerra cotado a US$ 139,60 cents/lb.
O mercado teve um dia de lentidão e sem muitas mudanças de preços no decorrer do dia. Segundo informações do analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a bolsa ficou focada na situação da crise da Grécia e atentos a qualquer desdobramento, visto que o prazo para o pagamento da dívida aos credores internacionais vencia hoje. Porém, não houve muitas novidades, apesar das negociações terem seguido durante todo o dia. O analista explica que o mercado não deve ter muitas mudanças no próximo pregão e apenas movimentações técnicas são esperadas.
Números da OIC
A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou números sobre as exportações de café no mundo em maio de 2015, que tiveram queda de 12% em relação ao ano passado. Os embarques somaram 9,28 milhões de saca de 60 quilos, ante 10,54 milhões em maio de 2014.
No acumulado do ano safra, entre outubro/2014 e até maio/15 teve decréscimo de 4,6% em relação. Para o arábica, em um ano foram exportados foi 67,26 milhões de sacas até maio de 2015. Já o robusta chegou a 43,35 milhões de sacas no mesmo período.
A OIC também trouxe queda de 3,3% na produção mundial de café no ano safra de 2014/2015 em relação a safra anterior, com uma produção de 141,9 milhões de sacas de 60/kg. Para o Arábica a queda foi de 2,8%, enquanto o robusta foi de 4,1%.
Houve também projeções positivas para o consumo, que teve aumento de 2,3% em 2014 em comparação a 2011. A OIC projetou que foram consumidas cerca de 149,3 milhões de sacas até maio de 2015.
Mercado interno
No cenário doméstico, as negociações seguem em ritmo lento. Há vários dias o mercadoo tem seguido sem grandes volumes de negociação, visto que não há estoque disponível e as colheitas ainda estão atrasadas em relação ao ano passado. Segundo Marcus Magalhães, ainda falta liquidez nas principais praças de comercialização.
Para o cereja descascado, apenas Guaxupé (MG) teve variação, com a baixa de 0,80%. Com isso a saca de 60/kg é cotada a R$ 495. Espírito Santo do Pinhal (SP) segue como a praça de maior valor, com a saca valendo R$ 500.
O café tipo 6 teve baixa de 2,22% em Araguarí (MG), em que a saca de 60/kg passa a valer R$ 440,00, mesmo valor comercializado em Guaxupé (MG). Em Patrocínio (MG) houve uma valorização de 1,16% e a saca é cotada a R$ 435,00.
Já para o café tipo 4, apenas Guaxupé (MG) sofreu mudanças nos preços, após a leve baixa de 0,80%, em que a saca de 60/kg passou a ser cotada a R$ 495,00.
O indicador CEPEA/ESALQ para arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, encerrou o dia com desvalorização de 0,84% e ficou em R$ 418,28 pela saca de 60 kg.
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Na FOLHA: Importação de café não deve ser tabu, diz ministra (por Mauro Zafallon)
COLUNA VAIVEM DAS COMMODITIES
O Brasil deve ter obtido novo recorde nas exportações de café na safra 2014/15, que se encerrou nesta terça-feira (30).
Com intenso avanço nos últimos anos, o país deve ter exportado um total de 36 milhões de sacas. O mercado brasileiro, no entanto, continua fechado para as importações de café verde de outros países.
Os tempos mudaram, tanto na maneira da produção da bebida como nos hábitos dos consumidores. Uma das novas opções para o consumidor são as cápsulas -uma indústria, no entanto, ainda incipiente no país.
A produção de cápsulas exige uma mistura de cafés de várias origens, o que não é possível no Brasil devido à proibição das importações de café verde de outros países.
"Isso precisa ser discutido e não pode ser um tabu", diz a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, sobre essa polêmica das importações de café.
"Precisamos enfrentar essa realidade, e o Brasil não pode se fechar. O café brasileiro é totalmente competitivo e de excelente qualidade", diz ela.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"Quem é produtor competitivo não pode ter medo de outros mercados. Se queremos abrir mercado para o Brasil, devemos entender que também devemos abrir mercado para outros países."
Segundo Kátia Abreu, o país está buscando espaço para o café nacional no exterior. "É preciso fazer promoção comercial com marcas de café. Não existe mais o café commoditiy, sem gosto e sem sabor."
Na avaliação da ministra, o café no mundo tem de ter marcas especiais e registros de identificação geográfica.
Quanto às importações de café verde, ela diz que "teremos todo cuidado com os produtos [importados] que precisamos ter, assim como os outros países têm cuidado com seus produtos mais sensíveis".
A ministra fez essas afirmações em um seminário de soja da Embrapa, ocorrido em Florianópolis (SC) na semana passada.
Algumas empresas já estão com suas fábricas de cápsulas em andamento no território brasileiro. E essa discussão sobre as importações deverão ficar mais assíduas.
Por ora, o país perdeu a batalha das exportações de café torrado e moído. As vendas externas deste tipo de café, que atingiram 6.590 toneladas em 2008, ficaram em apenas 1.557 toneladas no ano passado.
Já as importações de café processado, inclusive as de cápsulas, que somavam 231 toneladas naquele ano, subiram para 2.287 no ano passado.
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Produtores americanos reagem à importação de carne brasileira
Os pecuaristas norte-americanos não gostaram do fim do embargo à carne bovina "in natura" do Brasil.
A associação dos pecuaristas dos EUA divulgou nota com posição contrária à decisão anunciada na segunda-feira (29) pelas autoridades do país, "não com base no comércio, mas sim nas preocupações com a saúde animal".
A nota refere-se à autorização de importações de carne "in natura" regiões do Brasil e da Argentina, que, segundo os produtores americanos, têm um histórico conhecido de ocorrência de febre aftosa.
"A arrogância deste governo em continuar a avançar com regras que têm um impacto profundo sobre a indústria, sem consultar os afetados, é terrível", afirmou o presidente da associação, Philip Ellis, em nota. "O efeito de um surto de febre aftosa nos EUA seria devastador para a agricultura animal e toda a nossa economia", acrescenta o texto.