CNC: Cotações futuras do café voltaram a cair nesta semana, chegando a atingir os níveis mais baixos desde janeiro de 2014
EVENTO NA CÂMARA — O Conselho Nacional do Café participou e foi apoiador institucional da degustação de produtos superiores e especiais na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), realizada, ontem, em homenagem ao Dia Nacional do Café (24 de maio), pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, nossa associada), pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) e pela Frente Parlamentar Mista do Café, da qual o presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, é membro.
De acordo com a organização, foram servidas 4.600 doses da bebida a milhares de pessoas que transitaram pela Área de Exposições, no Hall da Taquigrafia do Anexo II, entre as quais aproximadamente 300 parlamentares que prestigiaram a degustação. O CNC entende que a ação teve total êxito, dando os devidos valor e reconhecimento à bebida mais querida do Brasil, o café. Não obstante, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, sugeriu que o evento seja realizado a cada 90 dias, proposição que será estudada pelos agentes do setor e que, provavelmente, será colocada em prática.
O Conselho Nacional do Café aproveita a oportunidade para reiterar os parabéns a todos os segmentos da cadeia produtiva pela data, em especial os nossos cafeicultores, sem os quais nada disso seria possível.
LEILÃO DOS ESTOQUES DE CAFÉ — Na quarta-feira, 27 de maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou mais dois leilões de café. O primeiro, com Aviso de Venda nº 71, comercializou 728 sacas de 60,5 kg do produto (44,044 toneladas), ou 35,83% do total de 1.304 sacas (123 toneladas) ofertadas. O arremate ocorreu pelo preço inicial de R$ 305,525/saca (R$ 5,05/kg), gerando uma arrecadação total de R$ 221.981,76 pelo café que estava depositado em armazéns do Espírito Santo. Já o Aviso de Venda nº 72 não teve interesse comprador.
MERCADO — As cotações futuras do café voltaram a cair nesta semana, chegando a atingir os níveis mais baixos desde janeiro de 2014. Pesam negativamente sobre o mercado a valorização do dólar e a multiplicidade de estimativas de safra.
Em relação à colheita brasileira, as chuvas têm atrapalhado os trabalhos e a secagem dos grãos em algumas áreas do cinturão produtor. Segundo a Climatempo, um sistema de baixa pressão atmosférica que já está posicionado no Sul do Brasil resultará em chuvas na região Sudeste nos próximos 15 dias, principalmente sobre o Estado de São Paulo e no Centro-Sul e no Cerrado de Minas Gerais.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) realizou um levantamento sobre o andamento da safra 2015/16 nas diferentes origens nacionais, que reforça a preocupação dos produtores com a umidade neste período de colheita. Conforme demonstrado no quadro abaixo, há risco de depreciação da qualidade dos grãos de arábica, principalmente no Cerrado Mineiro, cuja produção já foi bastante afetada pelas condições climáticas adversas do ano passado.
O dólar voltou a acumular alta nesta semana, refletindo o cenário internacional de especulações quanto à possibilidade de aumento dos juros nos Estados Unidos ainda neste semestre e as dificuldades de consecução do ajuste fiscal do Brasil. Ontem, a moeda norte-americana encerrou o pregão a 3,1638, com ganhos de 2,2% desde a última sexta-feira.
O vencimento julho do Contrato C foi cotado a US$ 1,2515 por libra-peso, acumulando queda de 225 pontos em relação ao desempenho da sexta-feira passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também apresentaram desvalorização. Ontem, o vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.622 por tonelada, com perdas de US$ 4 na semana.
O mercado físico brasileiro seguiu com fraca movimentação, já que os vendedores estão retraídos. Na quinta, o valor do indicador calculado pelo Cepea para o café arábica foi de R$ 409,83/saca, com queda de 1% em relação ao final da semana anterior. Já o indicador do conilon manteve-se no mesmo patamar da última sexta-feira, sendo contado a R$ 290,80/saca.
O Cepea avalia que o atual nível de preços, aquém das expectativas dos produtores, pode postergar a oferta efetiva dos lotes da safra corrente. Um forte indicativo desta tendência é a menor quantidade de vendas antecipadas dos grãos a serem colhidos em relação ao mesmo período do ano passado.