Café: Bolsa de NY fecha com forte baixa nesta 2ª feira; no primeiro trimestre cotações caíram quase 20%
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com baixa acentuada nesta segunda-feira (30), estendendo as perdas da sessão anterior quando os futuros recuaram cerca de 200 pontos. Na sessão de hoje, a previsão de clima favorável no cinturão produtivo e o dólar fortalecido pesaram sobre o mercado.
O vencimento maio/15 encerrou o pregão com 132,35 cents/lb e o julho/15 anotou 135,65 cents/lb, ambos com recuo de 585 pontos. O contrato setembro/15 teve 138,70 cents/lb e o dezembro/15 registrou 142,70 cents/lb, os dois com 575 pontos de recuo.
A semana no mercado de café será mais curta, já que na próxima sexta-feira (3), devido à véspera da Páscoa, a bolsa norte-americana não estará em operação.
Informações de agências internacionais dão conta que as previsões climáticas indicam chuvas sobre parte do cinturão produtivo de café do Sudeste nos próximos dias.
Segundo o analista de mercado João Santaella, devido a essas notícias as cotações caíram com a liquidação de posições. "O pregão foi caracterizado pelo predomínio das ações de vendedores e fundos, que conseguiram, com relativa facilidade, romper as mínimas da semana passada e também o suporte de 135,00 cents/lb", afirma.
Ainda de acordo com o analista, o dolar também continua pressionando o café, a moeda estrangeira operou em alta durante boa parte do dia apesar de ter virado no fim do pregão. Por volta das 15h, o dólar recuava 0,41% e estava cotado a R$ 3,2272 na venda.
De acordo com agências internacionais, o mês de março chega ao penúltimo dia com desvalorização de cerca de 2% para as cotações do café arábica. No entanto, no primeiro trimestre deste ano a queda chega a quase 20%.
A Bloomberg destacou nesta segunda-feira que os investidores estão saindo dos fundos de commodities nestes primeiros meses de 2015 à maior velocidade já registrada. Os fundos negociados em bolsa dos Estados Unidos tiveram um fluxo de saída líquido de US$ 919 milhões nos três primeiros meses do ano, o maior somatório para um trimestre desde que os títulos foram criados em 2006, mostram dados compilados pela agência.
Mercado interno
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a paradeira no Brasil ainda é grande. "O setor produtivo simplesmente tirou o time de campo e deixou as praças de comercialização operando dentro de um grande vácuo de ofertas e expectativas. Vamos lembrar que esta semana deve terminar na quarta-feira já que os feriados religiosos da Semana Santa tomarão as atenções", explicou.
O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 536,00 a saca e queda de 3,60%. Foi a maior variação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 524,00 mesmo com queda de 3,68%, a maior do dia.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Franca-SP com saca cotada a R$ 485,00 - estável. A maior variação ocorreu em Marília-SP onde a saca desvalorizou-se 4,55% e está cotada a R$ 420,00.
Na sexta-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 0,07% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 458,58.