Café: Arábica estende perdas nesta 2ª feira em NY; futuros encerram trimestre com desvalorização acima de 20%

Publicado em 30/03/2015 10:36

Os futuros do café arábica iniciam a última semana do mês de março nesta segunda-feira (30) com queda na Bolsa de Nova (ICE Futures US).

Por volta das 13h14, o contrato maio/15 anotava 133,85 cents/lb, o julho/15 tinha 137,15 cents/lb e o vencimento setembro/15 registrava 140,10 cents/lb, ambos com queda de 435 pontos. O dezembro/15 tinha 143,85 cents/lb com 460 pontos negativos.

Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a bolsa opera em ajustes técnicos e acomodação antes as recentes volatilidades presenciadas no mercado. Para ele, o mercado interno deverá ter um dia marcado por preços firmes e poucos negócios.

De acordo com agências internacionais, o mês de março encerra com desvalorização de cerca de 2%. No entanto, no primeiro trimestre deste ano a queda chega a quase 20%.

Na sessão anterior, os futuros do café arábica também registraram queda com os operadores defendendo suas posições vendidas no mercado e impedindo que as cotações cafeeiras ganhassem corpo.

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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:

Café: Cotações do arábica fecham com queda em NY nesta 6ª feira; mercado interno tem semana instável

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com queda nesta sexta-feira (27) após o forte avanço registrado nas últimas duas sessões. Nesta semana, os futuros no terminal norte-americano oscilaram nos dois campos após a recuperação observada na semana anterior.

Hoje, o vencimento maio/15 encerrou o pregão com 138,20 cents/lb com 205 pontos de queda, o julho/15 anotou 141,50 cents/lb com recuo de 200 pontos, o setembro/15 teve 144,45 cents/lb com baixa de 205 pontos e o contrato dezembro/15 registrou 148,45 cents/lb com 200 pontos negativos.

Segundo analistas, os envolvidos no mercado continuam atentos às informações sobre a safra do Brasil nesta temporada e o comportamento do dólar.

De acordo com Marcus Magalhães, da Maros Corretora, a semana no mercado cafeeiro termina de forma lenta. "Os investidores sem ter um palpite certeiro por seguir, continuaram a defender suas posições vendidas no mercado e desta forma, impediram que as cotações cafeeiras ganhassem corpo e assim, um marasmo muito grande tomou conta de tudo e todos", afirma o analista.

Agências internacionais dão conta que a questão cambial também pressionou o mercado nesta sexta-feira. Por volta das 16h12, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,2360 e registrava alta de 1,41%. O dólar mais valorizado ante o real encoraja as exportações.

Clima

Segundo mapas climáticos da Somar Meteorologia, nos próximos dias uma nova frente fria chega ao Sudeste a reorganiza chuvas em boa parte do cinturão produtivo de café. No entanto, os acumulados ainda não serão elevados.

Venda de café da Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou na quarta-feira (25), às 9h (horário Brasília) um leilão de 2,45 mil toneladas de café arábica. No entanto, não houve arremates. O anúncio que aconteceu na semana passada já levantava dúvidas dos envolvidos com relação às vendas.

Foram ofertados 2.448.578 kg de café em grãos, ensacado e divididos em 114 lotes que estão em armazéns da Conab em Minas Gerais (1,45 mil t), Espírito Santo (926 t) e Goiás (73 t). Os produtos colocados à venda são das safras 2002/2003, 2008/2009 e 2009/2010.

O Conselho Nacional do Café por meio de seu balanço semanal, divulgado hoje, se pronunciou sobre o caso.

"Como representantes legítimos da produção de café no Brasil, o CNC e a CNA entendem que o Governo cometeu um equívoco ao autorizar a Conab a realizar o leilão, não apenas pelo prazo determinado, mas pelos preços iniciais que foram estabelecidos, em patamares iguais ou superiores aos registrados no mercado físico atualmente, porém para produtos novos", diz o informativo.

Os órgãos ainda acreditam que antes da realização desse leilão pela Conab o setor privado da cafeicultura deveria ter sido consultado haja vista a iminência do início da colheita.

Mercado interno

O mercado interno de café fecha a semana instável nas praças de comercialização do Brasil. Algumas cooperativas registraram leva alta em relação à sessão anterior, outras caíram e algumas permaneceram com os mesmos preços de sexta passada.

Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes, as cotações do café tipo cereja descascado permaneceram estáveis ou subiram entre R$ 4,00 e R$ 5,00 na semana. No tipo 4/5, houve também valorização entre R$ 4,00 e R$ 5,00, mas também queda entre R$ 5,00 e R$ 20,00 em algumas localidades. Já no tipo 6 duro de arábica, a maioria das praças na semana tiveram queda entre R$ 5,00 e R$ 20,00, mas preço estável em Araguarí-MG e valorização em Poços de Caldas-MG.

A maior oscilação semanal dentre os três tipos citados acima foi em Franca-SP que teve desvalorização de 3,92% no tipo 4/5 que tem saca cotada a R$ 490,00 hoje e tinha preço de R$ 510,00 a saca na segunda.

Segundo Marcus Magalhães, o setor produtivo não apareceu nas praças de comercialização ofertando café, independente do comportamento das bolsas e dólar, desta forma ajudou e muito para que o contexto externo não conseguisse contagiar as operações no mercado interno do café.

Nesta sexta-feira, o tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 556,00 a saca e queda de 0,36%. A maior oscilação no dia ocorreu nas cidades de Espírito Santo do Pinhal-SP e Franca-SP que tiveram alta de 2,00% e saca cotada a R$ 510,00 as duas. (Veja abaixo o gráfico da variação semanal)

O tipo 4/5 também teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 544,00 e 0,37% de baixa. A oscilação mais expressiva ocorreu na cidade de Franca-SP com alta de 2,08% e R$ 490,00 a saca. (Veja abaixo o gráfico da variação semanal)

Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação também foi Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 491,00 e baixa de 0,41% em relação ao dia anterior. A maior variação também ocorreu em Franca-SP onde a saca valorizou-se 3,19% e está cotada a R$ 485,00. (Veja abaixo o gráfico da variação semanal)

Na quinta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,07% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 458,89.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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