Pesquisador do IEA aponta otimismo do mercado futuro do café

Publicado em 12/03/2015 18:50

Em fevereiro, os agentes atuantes no mercado de juros da BM&F-Bovespa anteviam possibilidade de nova majoração na taxa de juros básico da economia (SELIC), o que de fato ocorreu. Assim, a média semanal dos contratos de juros futuros operou com alta entre a primeira e a terceira semana do mês, exibindo ligeiro recuo a quarta, afirma Celso Luís Vegro, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. 

“A cotação do café na Bolsa de Nova York, em fevereiro de 2015, para o vencimento em setembro de 2015, contabilizou média de US$¢164,26/lbp, representando R$542,38 (descontado o deságio médio de qualidade do produto brasileiro de 12%). Considerando-se que o preço médio a vista do café em Franca, Estado de São Paulo, foi de R$467,58/sc. em fevereiro de 20152, tem-se valor positivo de R$74,80/sc. para aquele que contratou hedge do café na Bolsa de Nova York e do dólar na BM&F, ambos para vencimento em setembro de 2015, comenta Vegro. 

O bom volume de precipitações, ocorrido em fevereiro sobre os principais cinturões produtores de arábica no Brasil, desencadeou percepção por parte dos investidores de que possa haver recuperação da safra 2015/16. Esse fator, associado à aproximação do término do inverno no Hemisfério Norte e ao forte ritmo de embarques, tanto do Brasil quanto de outros competidores no mercado mundial, provocou o movimento baixista observado no mês. 

Na bolsa londrina, os negócios com café robusta oscilaram bastante ao longo das quatro semanas de fevereiro, com as três primeiras em alta e a última em acentuada baixa. O incremento das cotações do robusta, associado à queda nas do arábica, tornou mais conveniente aos importadores alterar a composição das ligas com elevação do conteúdo de arábica, motivando em parte a desvalorização no robusta. 

A posição semanal dos contratos futuros de café arábica exibiu movimento típico do chamado “efeito manada”. Na primeira semana de fevereiro, os fundos e grandes investidores detinham posição líquida de 10.185 contratos, declinando para 1.139 na última semana do mês. Aparentemente, esses investidores estão muito confiantes na quantidade de café que será colhida no Brasil, algo temerário, tendo em vista que as lavouras floresceram ainda sob prevalência da anomalia climática de 2014/janeiro de 2015. 

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Fonte: IEA

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