Café: Após queda livre, mercado esboça reação em NY nesta 4ª feira

Publicado em 04/03/2015 10:48

Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam em alta nesta quarta-feira (4). Por volta das 13h11, o vencimento maio/15 anotava 132,15 cents/lb com alta de 240 pontos, o julho/15 tinha 135,15 cents/lb com valorização de 230 pontos e o contrato setembro/15 registrava 138,10 cents/lb com 245 pontos positivos.

Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a alta acentuada no início do pregão desta quarta foi motivada por recompras ante as recentes volatilidades presenciadas na bolsa norte-americana.

Na sessão anterior, as cotações despencaram quase 900 pontos com a questão climática, o câmbio e fatores técnicos pressionando os preços que acabaram rompendo suportes e acionando stops de venda que potencializam as perdas. Foi o nível mais baixo desde 31 de janeiro de 2014.

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Veja como fechou o mercado na terça-feira:

Café: NY despenca quase 900 pontos nesta 3ª feira e fecha abaixo de US$ 1,30/lb

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caem forte desde a semana passada. Na sessão de hoje, os futuros recuaram quase 900 pontos e oscilaram durante todo o dia no campo negativo com a questão climática, o câmbio e fatores técnicos pressionando os preços que acabaram rompendo suportes e acionando stops de venda que potencializam as perdas.

Neste momento, os futuros passam por um período delicado após perder um patamar importante, o de 130 cents e fechar no nível mais baixo desde 31 de janeiro de 2014. 

Hoje, o vencimento março/15 fechou a sessão com 126,25 cents/lb e recuo de 885 pontos. O contrato maio/15 anotou 129,75 cents/lb com baixa de 860 pontos, o julho/15 teve 132,85 cents/lb com desvalorizaçao de 850 pontos e o setembro/15, mais distante, registrou 135,65 cents/lb com 845 pontos negativos.

De acordo com analistas, os operadores na Bolsa de Nova York acreditam que as chuvas que caem no cinturão produtivo de café podem reverter as perdas e devem ter melhor produção nesta temporada que em 2014. No entanto, cafeicultores discordam desse pensamento visto que a safra que deve ser colhida neste ano enfrentou forte seca.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas na segunda-feira (2), o Presidente da Cocatrel, Francisco Miranda Filho informou que a situação da cafeicultura é bastante séria e que as chuvas não reverteram os prejuízos. "A seca já afetou a safra deste ano, notamos frutos que não devem ter boa produção. Estamos esperando a Procafé divulgar números precisos, mas acredito que o Brasil vai produzir 40 milhões de sacas ou menos", afirma.

Segundo a agência Reuters, chuvas mais generalizadas devem retornar nas principais áreas produtoras de café nos próximos cinco a dez dias com a chegada de uma frente fria ao Sudeste do país.

Outro fator que também tem pressionado a commodity nos últimos dias é o enfraquecimento do real ante o dólar neste momento econômico delicado vivenciado pelo Brasil. Essa valorização da moeda estrangeira encoraja as exportações de café e adiciona mais produto ao mercado internacional.

Nesta terça-feira, por exemplo, a moeda norte-americana, encerrou acima de 2,92 reais pela primeira vez em mais de dez anos com valorização de 1,14% cotada a R$ 2,9280 na venda.

Segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o bom volume exportado de café também dá a sensação aos operadores em Nova York de que não falta o grão no Brasil. Vale ressaltar, que em 2014 o país registrou recorde de exportações. Entretanto, segundo Carvalhaes, esses estoques já estão no fim. 

Ainda de acordo com o analista, todas essas informações econômicas e de exportação aliadas à imagem do atual cenário político do Brasil lá fora contribuem para essa baixa. "Como resultado de todas essas informações temos 'um banho de sangue' em Nova York", finaliza.

Mercado interno

O mercado interno foi pressionado pela baixa em Nova York e quase todas as praças registraram queda. Com a valorização do dólar, o setor produtivo retraiu-se do mercado e agora espera um melhor momento para voltar à comercialização. 

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Espírito Santo do Pinhal-SP com R$ 500,00 a saca - estável. A variação mais expressiva dentre as praças de comercialização foi na cidade de Poços de Caldas-MG que teve queda de 7,81% e tem saca cotada a R$ 437,00.

O tipo 4/5 teve maior valor em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 466,00 e queda de 5,09%. Foi a maior oscilação no dia.

Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Araguarí-MG com saca cotada a R$ 480,00 - estável. A oscilação mais expressiva no dia foi em Guaxupé-MG com desvalorização de 5,71% e saca cotada a R$ 413,00.

Na segunda-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,09% e está cotado a R$ 432,40 a saca de 60 kg.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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