Café: Interno tem mais uma semana de baixas; NY sobe com recompras nesta 6ª feira após perder mais de 15% no mês
O mercado interno de café, mais uma vez, teve uma semana negativa no Brasil. As cotações seguiram o mercado externo que caiu forte durante toda essa semana. De cinco sessões, apenas duas fecharam no campo positivo. A melhora das condições climáticas e a questão cambial influenciaram ativamente nos patamares de preço.
Bolsa de Nova York
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) esboçaram reação nesta sexta-feira (27), após registrar forte queda durante toda a semana. Na sessão anterior, os futuros caíram mais de 300 pontos com operadores antentos às chuvas que caem no cinturão produtivo do Brasil e a valorização do dólar ante o real, que encoraja as exportações.
De acordo com informações de agências internacionais, só no mês de fevereiro as cotações do arábica desvalorizaram-se cerca de 15%. Os operadores na bolsa norte-americana acreditam que a melhora das condições climáticas pode culminar em melhor produção que na temporada anterior. O que não procede, segundo especialistas, visto que as precipitações de agora só influenciam na granação dos frutos.
O contrato março/15 fechou o pregão com 136,75 cents/lb e alta de 20 pontos, o maio/15 anotou 140,85 cents/lb com avanço de 30 pontos, o vencimento julho/15 encerrou a sessão com 143,90 cents/lb e 45 pontos positivos e o contrato setembro/15 registrou 143,25 cents/lb com valorização de 5 pontos.
Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, recompras técnicas foram registradas nos terminais internacionais hoje, por isso a alta. "O mercado vinha tentando romper o suporte de 140,00 cents/lb na posição maio/15 sem sucesso e assim, este 'fracasso' serviu de base ou razão para que um movimento corretivo fosse estabelecido. Vale ressaltar, que ainda é cedo para afirmarmos que houve uma reversão de tendência", afirma o analista.
Apesar da alta nesta sexta, os operadores ainda continuam antentos às condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil e a valorização do dólar ante o real, que apesar de fechar em baixa hoje, ainda continua acima de R$ 2,80.
Em entrevista ontem ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes apontou outro fator que também influencia os operadores, são as exportações brasileiras, que levam os investidores a acreditar que os estoques estão altos e que não falta café, o que não é realidade. "A verdade é que os estoques estão no final", explicou o analista.
De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de café em grão até o dia 22 de fevereiro (13 dias úteis) atingiram 1,855 milhão de sacas de 60 kg com receita de US$ 366,5 milhões. No mês passado, os embarques de café totalizaram 2,725 milhões de sacas.
Mercado interno nesta sexta-feira
No lado interno a paradeira ainda é grande e o setor produtivo não se intimida com as variações externas deixando as praças de comercialização dentro de um grande vazio mercadológico.
Nesta sexta-feira (27), o tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 508,00 a saca - estável. A variação mais expressiva dentre as praças de comercialização foi na cidade de Varginha-MG que teve alta de 2,08% e a saca está cotada a R$ 490,00.
O tipo 4/5 teve maior valor também em Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 496,00 - estável. A maior oscilação no dia foi em Poços de Caldas-MG com alta de 1,13% e saca valendo R$ 447,00.
Para o tipo 6 duro, a cidade com maior valor de negociação foi Araguarí-MG com saca cotada a R$ 480,00 e alta de 2,13%. A oscilação mais expressiva no dia foi em Patrocínio-MG com valorização de 2,33% e saca cotada a R$ 440,00.
Na quinta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 0,56% e está cotado a R$ 430,49 a saca de 60 kg.