Produtores de café do Vietnã contêm vendas à medida que produção cai

Publicado em 13/01/2015 15:05

Os produtores de café do Vietnã estão contendo as vendas para garantir maiores preços, auxiliados por créditos mais baratos que aumentam sua capacidade de armazenar grãos.

A produção no ano que começou em primeiro de outubro provavelmente cairá em cerca de 6%, para 1,62 milhão de toneladas, de um recorde de 1,72 milhão de toneladas no ano anterior, de acordo com a média de estimativas de 15 traders compilada pelo Bloomberg.

Os produtores venderam 15% de sua colheita até o final de dezembro, comparado com 22% no ano anterior, mostrou a pesquisa. A colheita está quase completa, informaram eles.

Os futuros aumentaram em 14% em Londres em 2014 à medida que a demanda excedeu a oferta. Os produtores estão colhendo uma safra melhor no Vietnã, com os cafezais rendendo cerejas menores que no ano anterior, enquanto a seca ameaça o retorno no Brasil e prejudica a oferta do país.

O Vietnã reduziu suas taxas de juros para impulsionar a concessão de empréstimos e desvalorizou a moeda local, o dong, para impulsionar as exportações.

“Os produtores estão segurando a colheita, porque veem que essa está menor e esperam preços maiores”, disse o vice-diretor geral da Import-Export Co., segunda maior exportadora do Vietnã em volume, Le Duc Huy.

“Eles também têm mais capacidade financeira com suas próprias economias, melhor acesso a empréstimos de bancos e menores taxas de juros”.

O preço do café robusta aumentou em 0,8%, para US$ 1.985 por tonelada no ICE Futures Europe na semana passada, aumentando em 3,6% nesse ano.

O café arábica, favorecido pelos fabricantes de cafés especiais como Starbucks Corp., foi comercializado a US$ 1.794 por libra em Nova York para ganhar 7,7% nesse ano, após um aumento de 51% em 2014. Seu premium com relação ao robusta foi de 89,61 centavos por libra.

Embora as chuvas em novembro tenham reduzido a ameaça de uma falta persistente de umidade, o Brasil está sofrendo com condições secas e quentes similares às do começo de 2014.

Também choveu menos no Vietnã do que no ano anterior durante o período de desenvolvimento de cerejas. Dak Lak recebeu 251,6 milímetros em setembro e 102 milímetros em outubro em 10 estações, incluindo uma na província vizinha, Dak Nong, comparado com 482,8 milímetros e 147,7 milímetros nos mesmos meses de 2013, de acordo com o Departamento de Meteorologia e Hidrologia. Dak Lak fornece cerca de 30% da colheita do país.

Embora a produção nessa estação tenha caído principalmente por causa do ciclo de café – uma estação fraca sucede uma grande colheita -, também não houve chuvas suficientes para o desenvolvimento de cerejas, disse Huy.

A diferença nos rendimentos com relação à colheita anterior foi especialmente grande entre as variedades mais produtivas, disse ele.

A estimativa média para essa colheita é de cerca de 1,8% menor do que as 1,65 milhão de toneladas da pesquisa do Bloomberg de 12 traders publicada em 2 de dezembro.

Exceto para algumas chuvas em dezembro, o clima foi principalmente favorável durante o período de seca, disse Huy.

Os produtores venderam 250.000 toneladas até o final de dezembro, mostrou a pesquisa. Isso se compara com 380.000 toneladas no ano anterior.

A Volcafe Ltd., unidade de trader de commodities ED&F Man Holdings Ltd., reduziu em novembro suas estimativas para a colheita do Vietnã, para 27,4 milhões de sacas, de 28,5 milhões de sacas, dizendo que a fadiga dos cafezais, bem como a maior incidência de doenças, prejudicou os rendimentos.

O déficit global de robusta provavelmente será de 3 milhões de sacas no ano que começou em primeiro de outubro, o maior desde 2006, disse a Volcade, com a estimativa anterior de déficit de 1,9 milhão de sacas.

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Fonte: Bloomberg

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