Café: Arábica fecha sessão volátil em NY com altas acima dos 100 pontos
O mercado do café arábica teve uma sessão positiva nesta terça-feira (10), na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). Os contratos para entrega mais próxima fecharam com altas acima dos 100 pontos.
Os contratos para entrega em julho subiram 125 pontos e encerraram valendo 166,60 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento setembro avançou 120 pontos e encerrou em 169,15 cents / libra-peso. O contrato dezembro encerrou valendo 172,60 cents / libra-peso e o março/2015 fechou em 175,60 cents / libra-peso, ambos com altas de 115 pontos.
Apesar dos ganhos serem pequenos, eles já indicam uma recuperação nos preços do arábica, que registrou perdas nas últimas semanas e até perdeu o patamar dos US$ 1,80 por libra-peso. Ao longo do dia, as cotações chegaram a operar no vermelho e tiveram variações acima dos 200 pontos para os contratos para entrega mais próxima.
Mercado lento
Agências internacionais de notícias continuam informando que o ritmo de vendas e compras de café está mais lento nos últimos dias. Com a chegada do verão na Europa, o consumo de bebidas quentes é reduzido e as torrefadoras desaceleram o ritmo de processamento do café.
Alta nos preços para o consumidor final
Ainda assim, grandes empresas do setor começam a repassar as altas do café para o consumidor final. Depois da alta de 9% no café vendido pela empresa norte-americana J.M. Smucker, fornecedora de importantes redes e marcas como a Dunkin’ Donuts e Folgers, a multinacional Kraft Foods Group anunciou hoje uma alta de 10% no preço de seu café. De acordo com o site The Wall Street Journal, esta é a primeira no café que a empresa repassa dpara seu consumidor em mais de três anos.
Este ano, o café arábica já registrou uma alta de 55% nos preços, diante da seca que atingiu o Brasil, maior produtor mundial da variedade.
Produção reduzida
A agência de notícias Bloomberg informou hoje que cafeicultores da cooperativa Cooparaíso, baseada em São Sebastião do Paraíso-MG, já anunciaram redução na sua safra 2013-14, com uma produção que deve ficar entre 2,45 a 2,50 milhões de sacas. Em fevereiro, a previsão de produção feita pela cooperativa estava entre 2,7 a 2,8 milhões de sacas.
Cafeicultores de todo o país relatam grandes perdas e redução na produtividade e rendimento de seu café, que foi dramaticamente prejudicado pela seca nos primeiros meses do ano. Clique aqui para ver os primeiros resultados da Enquete sobre o Andamento da colheita de café, que está sendo realizada pelo Notícias Agrícolas.
No mercado físico, o café tipo 6, bebida dura, continua registrando quedas. Em Espírito Santo do Pinhal-SP, a saca de 60 kg recuou 1,25% e vale R$ 395,00. Em Franca-SP, a queda foi de 9,76% e a saca é vendida a R$ 370,00.
Veja algumas matérias divulgadas hoje no clipping do CNC (Conselho Nacional do Café):
Exportação de café aos árabes cresce 20%
O Brasil exportou mais de 655 mil sacas de 60 quilos de café aos países árabes de janeiro a maio deste ano, um aumento de 20% sobre o mesmo período de 2013, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (09) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Com isso, a participação do mercado árabe nas vendas externas do produto brasileiro passou de 4% nos quatro primeiros quatro meses do ano passado para 5% no mesmo período de 2014.
As receitas obtidas com as vendas, porém, recuaram de US$ 92 milhões no intervalo de janeiro a maio de 2013 para US$ 84,9 milhões no primeiro quadrimestre deste ano, uma queda de 7,7%.
As exportações totais de café do Brasil também avançaram em volume, mas caíram em receitas. Foram embarcadas 14,51 milhões de sacas, um crescimento de 13,9% em relação aos quatro primeiros meses de 2013. O faturamento ficou em US$ 2,3 bilhões, um recuo de 2,1% na mesma comparação.
A Europa foi a principal região de destino da commodity no período, seguida da América do Norte, Ásia, América do Sul, África e Oceania. Os maiores mercados foram os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e Japão.
Em maio isoladamente, o País vendeu 2.923.115 sacas ao exterior, um aumento de 13,4% sobre o mesmo mês de 2013. A receita obtida ficou em US$ 539,5 milhões, um avanço de 19,5% na mesma comparação.
Volume de café exportado em maio cresce, diz CeCafé
Em comparação com o mesmo mês de 2013, o volume de café exportado no último mês de maio foi 13,4% superior. Foram exportadas 2.923.115 sacas (verde, torrado & moído e solúvel), contra 2.577.233 em maio do ano passado. A receita obtida também cresceu 19,5% na mesma base de comparação, fechando em US$ 539.515 milhões, de acordo com o Balanço das Exportações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).
O café arábica respondeu por 84,8% das vendas do país nos primeiros cinco meses de 2014, o solúvel, por 9,5%, e o robusta, por 5,6%. Os cafés diferenciados (arábica e conillon) tiveram participação de 24,1% nas exportações em termos de volume e de 32,5% na receita cambial. A Europa foi apontada como principal mercado importador de café brasileiro, respondendo pela compra de 54% do total embarcado. De acordo com o diretor-geral do CeCafé, Guilherme Braga, "o volume exportado mostra um bom desempenho para a comercialização externa do café brasileiro porque este é um mês que conhecidamente apresenta um resultado menor neste sentido, por estar muito próximo ao final do ano-safra. Isso ligeiramente respalda a expectativa de que o ano calendário 2014 feche com algo em torno de 33 milhões de sacas embarcadas.
No período de janeiro a maio foram exportadas 14.510.010 sacas, o que representou um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior".