Café: mercado é negativo em NY mas perdas reduzem ao longo da sessão
O café arábica negociado na Bolsa de Nova York registra mais uma sessão de queda nas cotações desta quarta-feira(04), estendendo as perdas
iniciadas ontem. As quedas começaram a ser registradas após entendimento do mercado de que a seca que atingiu o Brasil em janeiro e fevereiro
causou menos danos do que inicialmente haviam imaginado. Por volta das 12h (Brasília) os contratos com entrega em julho/2014 são negociados a 170,30 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 85 pontos. A posição setembro/2014 tem cotação de 172,75 centavos de dólar, decréscimo de 85 pontos em relação ao fechamento anterior e dezembro/2014 trabalhava a 176,15 centavos de dólar por libra peso com queda de 85 pontos.
Apesar de ainda estar no campo negativo, cotações já esboçam alguma reação após perderem quase 400 pontos durante o pior momento da sessão desta quarta-feira(03). Nos atuais níveis, os números já estão 23% abaixo do maior nível das cotações atingido em abril.
A seca no Brasil levantou preocupações com a oferta deste e do próximo ano. Entretanto, os estoques do ano passado ajudam a manter o mercado mundial abastecido.
Em um relatório divulgado semana passada, o grupo Mercon Coffee reduziu a estimativa para a safra brasileira de arábica em 13%, para 33,45 milhões de sacas. Entretanto, o grupo ressalta que as chuvas em março e abril de 2014 ajudaram as lavouras a se recuperarem.
A agência de notícias Bloomberg informou que o ministro da Agricultura, Neri Geller, afirmou que as perdas no café não deverão ser tão grandes quanto o esperado, depois da seca prolongada no país. Geller teria dito que as chuvas registradas no mês de maio contribuíram para melhorar a situação da safra.
A informação foi rebatida pelo especialista em café, o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, que disse categoricamente, em entrevista ao site Notícias Agrícolas, que apesar das especulações, as chuvas não irão reverter os danos que já foram causados pela seca nos cafezais. “A planta tem sua fase certa para encher os grãos... Se não encheu até agora, não irá encher mais”.