Café: Arábica fecha em alta em NY, ainda sob pressão climática no Brasil
O café arábica voltou a fechar em alta na Nova Iorque (ICE Futures US), nesta quinta-feira (27), ainda sob pressão das perdas da safra brasileira, atingida pela seca prolongada. A cada dia sem chuva no cinturão cafeeiro, maiores perdas são contabilizadas nas lavouras e o mercado prevê uma oferta ainda mais reduzida.
Os contratos para entrega em maio tiveram alta de 160 pontos e fecharam em 179,30 centavos de dólar por libra peso. Os vencimentos julho e setembro fecharam ambos com alta de 155 pontos: para julho, o valor de fechamento foi de 181,20 cents de dólar / libra peso, e setembro fechou em 182,80 centavos de dólar / libra peso.
No mercado físico brasileiro, as altas foram ainda maiores. A saca de 60 kg do café bebida dura, tipo 6, foi negociada acima dos R$ 400 nas principais praças comercializadoras. Em Espírito Santo do Pinhal-SP, a alta foi de 2,44%, chegando a R$ 400. Já em Varginha, o valor não teve variação, mas a saca já é negociada a R$ 425.
A sessão foi mais uma vez bastante volátil e a Bolsa de Nova Iorque registrou algumas quedas e chegou a trabalhar no vermelho, ao longo do dia. Segundo o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, os preços certamente não irão voltar aos patamares em que estavam antes. “Temos procura por todo tipo de café. Agora, além do café de alta qualidade, o café mediano também está começando a subir. O mercado está voltando a comprar o café mais fraco”.
Carvalhaes afirma ainda que a saca do café mais fraco deve chegar a R$ 300, enquanto os cafés mais finos se mantêm no patamar de R$ 400.
Um fator que poderá atrapalhar os negócios nos próximos dias, segundo o analista, é o Carnaval, já que quem compra o café tem dificuldade de recebê-lo neste período. “É um período ruim para conseguir caminhões para o transporte, já que agora também temos o escoamento da soja e da cana-de-açúcar”.