Bloomberg: Café arábica do Brasil ganha cada vez mais consumidores na Coreia do Sul
Por uma década, a Coreia do Sul tem sido uma espécie de “novo Japão” na produção e exportação de eletrônicos, além de aumentarem seu consumo no mercado doméstico. Agora, o país também está aumentando seu consumo de café gourmet e atraindo a atenção de exportadores brasileiros.
O país é o mercado que mais cresce em consume do café arábica na Ásia, a variedade usada em blends premium. Hoje o país tem 9 vezes mais cafeterias desde 2006, chegando a 15 mil no ano passado, entre elas 554 Starbucks.
Hugo Villas Boas, cafeicultor do Sudeste brasileiro, acredita que a demanda da Coreia por café de qualidade poderá ajudar a manter os preços altos, depois de ficarem em baixa nos últimos dois anos.
O produtor Luiz Paulo Dias Pereira Filho, que exporta arábica por mais de uma década e, há 3 anos, nunca havia vendido uma saca para a Coreia, agora embarca 15% de seu café para a nação asiática.
O coreanos pagam mais que os norte-americanos por uma saca de café do Brasil, para garantir a compra de grãos de qualidade, informou Janio Zeferino da Silca, diretor de café do Ministério da Agricultura. Alguns embarques para a Coreia chegam a custar R$ 1 mil por saca. O mesmo café é vendido para torrefadoras dos Estados Unidos por R$ 315.
Exportadores brasileiros preveem um aumento de embarques para a Coreia em 4,5% anualmente nos próximos cinco anos, o ritmo mais acelerado de crescimento para os principais mercados do país, segundo Guilherme Braga, chefe do grupo de exportadores do CeCafé. Para o Japão, as vendas devem crescer menos de 1%.
As exportações de grãos verdes de café do Brasil para a Coreia cresceram 19% desde 2009, chegando a 326 mil sacas no ano passado. Este ainda é um volume pequeno se comparado às compras do Japão, de 2,6 milhões de sacas, mas há potencial para se alcançar um nível parecido em cinco anos.
Informações: Bloomberg
Tradução: Fernanda Bellei