Bovinos: Freio sobre a demanda egípcia derruba exportações de Mato Grosso
Desde 2010, o bloco Oriente Médio passou a ser o maior mercado da carne bovina mato-grossense ultrapassando a Rússia. De janeiro a dezembro do ano passado, 33% das exportações de cortes bovinos do Estado tiveram o bloco como destino, especialmente o Egito.
A carne bovina foi a única a registrar desempenho negativo dentro do complexo carne (bovina, aves e suína) no acumulado das exportações mato-grossenses deste primeiro quadrimestre do ano. O complexo em si, puxado pela expansão dos embarques de aves (+22,8%), cresceu 6,5% em relação ao obtido em igual período do ano passado. Já as exportações de carnes bovinas acumulam em 2011, queda de 7,3% quando comparada ao contabilizado entre os meses de janeiro a abril de 2010. Além da crise política naquele país, os importadores se deparam com a valorização dos preços internacionais dos cortes. No período de comparação a alta é de 20,9%, a segunda maior do complexo, atrás apenas da carne de frango, cuja alta é de 38,2%.
“Portanto, este importante destino da nossa carne, que passa por uma reforma política, vem reduzindo gradativamente suas compras, exercendo grande influência negativa no desempenho anual das exportações. Como se não bastassem todos os problemas pelos quais este parceiro comercial vem passando, o preço médio da tonelada encaminhada para lá vem registrando um crescimento contínuo, chegando no mês de abril à cifra de US$ 3.195/tonelada”, avalia o Instituto. De abril de 2010 a abril passado, a evolução do preço foi de 32%.
Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, apontam que as exportações mato-grossenses de carne bovina no mês de abril continuaram abaixo dos níveis alcançados no mesmo período do ano anterior, totalizando 14,8 mil toneladas em equivalente carcaça, número 2,9% menor ao mês de março e 22,2% inferior ao registrado no mesmo período de 2010.
O menor desempenho observado nas exportações foi influenciado pelo aumento do valor recebido pelo produto no mercado internacional. O valor da tonelada exportada, que em março foi de US$ 3.777,40/tonelada, passou para US$ 3.853,26/tonelada em abril, obtendo aumento de 2% no mês e de 35,4% na comparação com abril do ano anterior, quando registrou o valor de US$ 2.846,76/tonelada. Essa elevação do preço da carne exportada ocorreu em razão da combinação do aumento da demanda interna com a pouca disponibilidade de boi gordo no país.