Com menos gado confinado, oferta de bois cai
Há queda de 8,8% no número total de gado confinado neste ano em relação a 2009. No final de outubro, período da pesquisa, os pecuaristas disseram que tinham 37% menos gado.
A oferta menor provoca altas contínuas nos preços. Ontem, a AgraFNP apurou negócios a R$ 115 por arroba no noroeste de São Paulo. Já a média ponderada do Cepea indica R$ 116,40.
A queda no confinamento neste ano ocorre porque "as contas não fechavam" quando os confinadores faziam cálculos de custo e de retorno do investimento no primeiro semestre, diz Bruno Andrade, da Assocon.
Os preços dos insumos, como milho, estavam favoráveis, mas o boi magro era caro. Agora, a relação boi gordo em relação à do boi magro é favorável, mas foram poucos os pecuaristas que elevaram o número de gado confinado.
A alta do boi reanima os preços das carnes suína e de frango. Pesquisa da Folha apurou ontem que a arroba de suíno já é negociada a até R$ 67, enquanto o quilo da ave viva subiu para R$ 1,75.
Analistas estimam que a aceleração nos preços da carne bovina vai provocar uma "migração" para o frango.
Os preços da carne bovina têm boa recuperação também no mercado externo.
Dados de ontem da Abiec indicam que as empresas exportadoras colocaram 7% menos carne "in natura" no mercado externo no mês passado em relação a 2009, mas receberam 21% mais.
As exportações totais do país somaram 134 mil toneladas em outubro, com receitas de US$ 419 milhões.