Gado do Pará será todo monitorado
Publicado em 10/12/2009 06:21
Programa Boi Guardião, lançado ontem no Estado, quer conter o avanço do desmatamento para fins pecuários
Celia Froufe, ENVIADA ESPECIAL de O ESTADO DE S. PAULO, MARABÁ, PA
Além de Marabá, o projeto-piloto iniciado agora envolve outros seis municípios paraenses.
Segundo o Ministério da Agricultura, mais de 15 mil fazendas foram georreferenciadas, o que significa que passaram a ser localizadas por meio de um sistema de coordenadas geográficas. Essas propriedades serão monitoradas por técnicos do Instituto Nacional de Meteorologia e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).
O programa Programa Boi Guardião chega em um momento em que o desmatamento é assunto de destaque em todo o mundo por causa da Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que começou na segunda-feira, em Copenhague (Dinamarca). Além disso, o Boi Guardião terá início em um Estado que já foi alvo de "boicote" de redes de varejo, por causa de denúncias feitas pelo Ministério Público a respeito da origem da carne, que estaria sendo produzida em área desmatada. O Pará, de acordo com o ministério, tem rebanho de mais de 18 milhões de cabeças, o que o torna o maior produtor de gado do Norte e o quinto maior do País.
O programa condiciona a emissão da Guia de Trânsito Animal Eletrônica à atividade pecuária realizada sem desmatamento. A GTA, espécie de passaporte do gado, é um documento com informações a respeito da sanidade do rebanho. Ele é obrigatório para o transporte de animais entre propriedades, municípios e Estados, para frigoríficos ou mesmo para exportação do animal vivo.
De acordo com Stephanes, o programa será totalmente instalado em um ano e meio. Até o fim de 2010, além do rebanho de todo o Estado do Pará, o de Rondônia e o situado no bioma amazônico de Mato Grosso serão 100% monitorados. Para iniciar o projeto, o ministério, a Adepará e a Federação de Agricultura do Estado do Pará (Faepa) investiram quase R$ 1 milhão na compra de equipamentos de informática, trabalho de campo, implantação de pontos de internet para o monitoramento por satélite e no georreferenciamento das propriedades.
Fonte:
O Estado de S. Paulo