China bloqueia carne bovina de fábrica da JBS nos EUA

Publicado em 29/05/2024 20:47 e atualizado em 30/05/2024 07:40

Por P.J. Huffstutter e Tom Polansek

CHICAGO (Reuters) - A JBS afirmou nesta quarta-feira que Pequim bloqueou os embarques de carne bovina da fábrica da empresa em Greeley, Colorado, porque teriam sido identificados traços do aditivo alimentar ractopamina no produto destinado à China.

A JBS, sediada no Brasil e maior produtora de carnes do mundo, declarou em um comunicado que está trabalhando com as autoridades norte-americanas e chinesas para resolver a situação, e que nenhuma outra instalação de carne bovina da JBS nos EUA foi afetada.

A suspensão entrou em vigor na segunda-feira, de acordo com um aviso publicado no site do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

A ractopamina é um aditivo alimentar usado para aumentar o peso dos animais. Seu uso foi proibido ou restringido em pelo menos 160 países, incluindo a União Europeia, a Rússia e a China.

Além disso, a China bloqueou a entrada de produtos de carne e aves provenientes do Cool Port Oakland, em Oakland, Califórnia, com efeito a partir da mesma data, de acordo com um porta-voz do USDA.

O Cool Port Oakland é uma instalação de armazenamento a frio usada para mercadorias perecíveis ou outros produtos sensíveis, como alimentos ou medicamentos. A empresa não respondeu a um pedido de comentário nesta quarta-feira.

"A alfândega chinesa detectou ractopamina em um lote de produtos de omaso de carne bovina congelada exportados para a China por esses estabelecimentos e destruiu esse lote de produtos em conformidade com suas regulamentações", disse o porta-voz do USDA em um comunicado por email.

O USDA está conduzindo uma investigação, disse o porta-voz.

No início deste ano, grandes grupos de segurança alimentar, ambientais e de direitos dos animais entraram com uma ação judicial contra a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA buscando forçá-la a reconsiderar as aprovações da ractopamina, que, segundo eles, está colocando em risco a saúde humana e causando estresse em animais de fazenda antes do abate.

As restrições fizeram com que os futuros de gado da bolsa de Chicago despencassem na quarta-feira, segundo analistas, com o contrato de gado vivo mais ativo registrando sua maior queda percentual desde 1º de maio.

(Reportagem adicional de Lisa Baertlein em Los Angeles)

Fonte: Reuters

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