Agrodefesa e Polícia Civil realizam Operação Paper Ox com foco em movimentações ilegais de rebanho bovino em Goiás

Publicado em 05/04/2024 07:55
Durante apuração interna, a Agrodefesa identificou movimentações atípicas no Sistema de Defesa Agropecuário, Sidago, e acionou a Polícia Civil que deu início às investigações. Primeira fase da operação já realizou 12 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Goiatuba, Catalão, Nova Aurora, Campo Alegre de Goiás e Davinópolis

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e a Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), iniciaram na última quarta-feira (03/04) a primeira fase da Operação Paper Ox, que investiga a emissão fraudulenta de documentos através do Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) da Agrodefesa. O esquema investigado teria realizado a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA) relativas a movimentações fictícias de rebanhos no Estado de Goiás, entre outras fraudes documentais.

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (04/04) na Delegacia Geral da Polícia Civil, em Goiânia, foram apresentados os primeiros resultados da operação realizada nos municípios de Goiatuba, Catalão, Nova Aurora, Campo Alegre de Goiás e Davinópolis. Já foram executados 12 mandados de busca e apreensão.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, explica que a operação foi iniciada a partir da própria Agência que teria identificado as movimentações irregulares em seu Sistema. “O Sidago é robusto, seguro e tem a capacidade de identificar essas movimentações atípicas, nos emitindo esse sinal de alerta que nos levou a uma apuração mais detalhada. Além disso, tivemos produtores que visualizaram essa movimentação indevida em seus logins dentro do Sistema e comunicaram à Agrodefesa”, revela. “Identificamos essas movimentações e entramos em contato com a Polícia Civil que de imediato nos atendeu dando origem às investigações.”

Durante a operação, foram apreendidos aparelhos eletrônicos, extratos bancários, documentos vinculados a movimentações de rebanhos, bem como de veículos avaliados em mais de R$ 650 mil. Além disso, uma servidora pública, investigada por integrar o grupo criminoso, foi afastada do cargo por determinação judicial.

O delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), Thales Feitosa Fonseca, conta que foram cumpridos todos os mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados, incluindo fazendas e leilões. “As investigações apontam que a ação foi realizada principalmente por atravessadores que conseguiram acesso à senha de produtores que haviam repassado a terceiros. De posse dessa senha, foram realizadas essas movimentações fraudulentas”, revela.

A operação deflagrada configura apenas a primeira etapa de uma série de ações planejadas que ainda serão implementadas, a fim de identificar outros envolvidos e os principais beneficiários desse esquema fraudulento. Há registros de movimentações indevidas em 46 municípios de todas as regiões do Estado.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que é de extrema importância o produtor, que tem acesso ao Sidago, ter cuidado com seus dados, como login e senha, da mesma forma como um sistema bancário. “Muitas vezes o produtor rural repassa seus dados a terceiros que podem, de posse desses dados, utilizar de má-fé para realizar ilegalidades. Reforçamos que os produtores devem ser precavidos, como na utilização de uma senha bancária, que não deve repassar a ninguém e também, caso visualize alguma movimentação que desconheça, que entre em contato com a Agrodefesa imediatamente”, salienta. Caixeta reforça que as movimentações foram apenas de ordem documental e que a sanidade do rebanho continua garantida e assegurada.

Os crimes apurados pela Operação Paper Ox correspondem à inserção de dados falsos no sistema, corrupção passiva e ativa e, inicialmente, associação criminosa, que no decorrer das investigações pode ser revertido como crime de organização criminosa. Além disso, as movimentações ilegais podem ter impactos em sonegação fiscal.

Fonte: Agrodefesa - GO

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