China retira embargo às importações de carne bovina do Brasil

Publicado em 23/03/2023 07:32 e atualizado em 23/03/2023 09:30
Após um mês de suspensão por caso de EEB atípica, ministro Carlos Fávaro anunciou a novidade durante viagem à China

Após cerca de um mês de exportações de carne bovina suspensas para a China devido a um caso de Encefalopatia Espongiforme  Bovina (EEB) atípica, conhecido popularmente como Vaca Louca, em Marabá, no Pará, em 22 de fevereiro, os embarques já podem ser oficialmente retomados.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), "após reunião com a delegação brasileira, nesta quinta-feira (23), em Pequim, o governo chines decidiu levantar o embargo à carne bovina brasileira. As importações do Brasil estavam suspensas desde fevereiro após a confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA)".

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que está em comitiva na China com demais autoridades do agronegócio desde ontem (22), se reuniu com o Ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa (GACC), Yu Jianhua, para tratar do assunto. A liberação das exportações é para as carnes de animais abatidos a partir do dia 24 de março.

“Tenho certeza que isso é um passo para que o Brasil avance cada vez mais com o credenciamento de plantas e oportunidades para a pecuária brasileira”, disse Fávaro, ao final do encontro.

Vale lembrar que Jordânia, Irã e Tailândia também suspenderam o produto brasileiro.

Analista de mercado repercute os possíveis efeitos da retomada dos embarques

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da SAFRAS & Mercado, a primeira demonstração do setor hoje deve ser de altas nos preços no mercado futuro na B3. Em seguida, os frigoríficos que estão com as atividades com menor capacidade e com produto parado devem se organizar em relação à logística assim que receberem aval da China.

"Os frigoríficos com escalas mais curtas devem entrar no mercado pagando preços mais altos pela arroba do boi gordo, podendo haver bons reajustes em São Paulo, Minas Gerais, mas no curtíssimo prazo", disse o especialista.

Imagem: SAFRAS & Mercado
Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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