Acrimat participa de evento que celebra última vacinação contra febre aftosa em Mato Grosso
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) participou, nesta quinta-feira (15.12), de um evento realizado no município de Água Boa para celebrar o encerramento das etapas de vacinação contra a febre aftosa em Mato Grosso, que termina no próximo sábado (17.12).
Essa campanha será a última vacinação contra a enfermidade no Estado, em razão da decisão de suspender a vacinação a partir de 2023. Por isso, o evento marca um importante passo da pecuária de Mato Grosso, que teve a primeira campanha de vacinação em 1983.
Para isso foi realizado o registro da última imunização, após quase 30 anos de campanhas efetivas e anuais de vacinação, durante o evento que foi promovido pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e o Sindicato Rural de Água Boa na fazenda Jerusalém, do pecuarista Gerson Garbuio.
O diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi, que esteve presente no evento, explica que a suspensão da vacinação a partir do ano que vem faz parte do Plano Estratégico da Febre Aftosa (PNEFA) criado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), junto às instituições interessadas, para ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país.
“Esse é um é um novo marco que vai acontecer na pecuária brasileira. O Brasil foi dividido em blocos e os dois primeiros II já retiraram a vacina. Agora nós estamos fazendo a última vacinação de Mato Grosso, assim como a maioria dos estados que compõem o bloco quatro”, explicou.
Agora, todos os 141 municípios de Mato Grosso passam a ficar livres da vacinação no estado que possui o maior rebanho bovino do Brasil, com quase 33 milhões de animais.
“Com mais esse avanço, cerca de 75% do rebanho nacional vai deixar de ser vacinado. Segundo o Ministério da Agricultura, o objetivo é que os outros blocos e, consequentemente estados, retirem a vacinação nos próximos anos, para que em 2026 a gente possa se pleitear como um país livre de febre aftosa sem vacinação”, afirmou Francisco Manzi.
A última vez que Mato Grosso registrou um caso de febre aftosa foi em 1996 e o último caso no Brasil foi em 2005. Desse modo, após a suspensão da vacina, passaremos de uma vigilância ativa para interativa e todos, produtores e órgãos de defesa, passam a ser responsáveis pelas ações que garantam a continuidade da sanidade animal e do status de estado livre da febre aftosa, segundo Francisco Manzi.
“É importante o fortalecimento da vigilância para que, de preferência, a gente nunca mais tenha nenhum surto da doença no Brasil. Mas, caso aconteça, ele seja rapidamente eliminado, porque sabemos que o sucesso da mitigação de um foco é diretamente proporcional a velocidade com que eliminemos o problema”, concluiu o diretor da Acrimat.