Com aumento dos animais terminados, o cenário é mais desafiador para os preços do boi no último trimestre, aponta Itaú BBA

Publicado em 16/09/2022 11:08
Se o mercado não reagir uma parte dos animais que entrariam na engorda intensiva para abate ainda em setembro deverá ficar para o ano que vem.

Com o aumento da oferta de animais terminados e se o mercado não reagir até o final deste mês, uma parte dos animais que entrariam na engorda intensiva para abate ainda em setembro deverá ficar para o ano que vem.  O relatório mensal do Itaú BBA apontou que mesmo com o auxílio governamental e Copa do Mundo, o cenário é mais desafiador para os preços do boi no último trimestre.

Outro fator que é importante ficar atento é como a queda observada da carne no atacado chegará ao consumidor final, e se esse cenário vai ajudar na absorção doméstica e consequentemente na recuperação dos preços. “A grande questão na definição dos preços do boi nos próximos meses será a disponibilidade de gado já garantido pela indústria, sobretudo para a exportação. Caso a disponibilidade de gado para exportação siga confortável, o boi dependerá mais de uma alta da carne no mercado doméstico para sua recuperação”, informou em seu relatório mensal. 

Do lado da demanda externa, as exportações seguiram vigorosas em agosto, com 203,23 mil toneladas in natura garantindo um novo recorde na quantidade embarcada, 11,9% superior a ago/21 e 20,3% no comparativo acumulado no ano. Entretanto, o preço de exportação recuou pelo segundo mês consecutivo, agora a USD 6.133/t, o que foi 6,3% abaixo da média de julho/22.

Consequentemente, o spread das exportações caiu de 25% em julho para 16% em agosto, em meio à combinação entre a queda do preço da carne, apreciação cambial (4,1%) e leve alta do custo do boi em dólares (1,1%).

Conforme os dados levantados pelo indicador Cepea, o bezerro no estado do Mato Grosso do Sul também recuou, porém menos (0,5%), prejudicando a relação de troca para a recria-engorda. “A acomodação do animal terminado não se traduziu em melhora do spread dos frigoríficos no mercado doméstico em agosto, já que a carcaça casada também perdeu sustentação, mas até a primeira quinzena de setembro esta relação se inverteu com o boi caindo mais que a carne.

Por: Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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