Confinamentos do interior paulista investem em expansão e cuidado especial com nutrição e bem-estar animal, constata Confina Brasil
A primeira semana da pesquisa-expedicionária Confina Brasil 2022, que aconteceu de 20 a 24 de junho, visitou 19 confinamentos distribuídos por 17 cidades do interior paulista. O aumento de capacidade de lotação de animais, a produção própria dos insumos para alimentação do gado nas fazendas, a adoção de novas tecnologias e a preocupação com o bem-estar animal foram os principais destaques das visitas.
A Fazenda Reunidas – Agropecuária Pau D’Alho, em Presidente Venceslau-SP, é uma das propriedades que expandem suas atividades gradativamente e aderem às modernas tecnologias. "É impressionante o crescimento da fazenda. Há três anos a capacidade estática era de 1.500 cabeças, no segundo ano pulou para 7 mil e hoje já são 12 mil cabeças. A meta em 2023 é chegar a 20 mil animais confinados. Em apenas quatro anos, o salto será de quase 19 mil cabeças", destaca Raphael Poiani, zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria.
A Reunidas usa a tecnologia como aliada e já adquiriu o RX 270 TechBull, da Casale, misturador de ração lançado na Agrishow 2022.
Localizado em Barretos (SP), o Confinamento Monte Alegre não apenas tem como foco a sustentabilidade como o crescimento exponencial. "De 2019 para cá, a área do confinamento passou a atender 12 mil cabeças a mais. Atualmente, a capacidade estática é de 21 mil animais e a projeção é terminar 50 mil bovinos em 2022", comenta Hugo Mello, analista de mercado e técnico do Confina Brasil.
Com o entendimento da importância da nutrição de qualidade dos animais para potencializar o ganho de peso do gado nos sistemas intensivos, pecuaristas do interior paulista investem na produção dos insumos para mitigar custos e controlar a qualidade do que é ofertado na dieta.
Um exemplo é o confinamento do Grupo Maximus, em Sabino-SP. "A linha de cocho do confinamento é coberta, demonstrando a preocupação com o bem-estar dos animais. Há tecnologia para produção de grão de milho úmido para suprir a demanda do insumo. Eles também usam uma caçamba para o milho, impedindo a contaminação com pedra, terra e outros elementos naturais. Tudo isso se reflete na qualidade do milho ingerido pelos animais, resultando em melhor digestibilidade do ingrediente e melhor desempenho zootécnico dos animais", diz Hugo.
Destacando o bem-estar animal como prioridade, um confinamento em Tarumã (SP) trabalha para manter a limpeza dos ambientes e oferecer insumos de maior qualidade para a dieta do gado confinado. "A área coberta que comporta cerca de 1.000 animais é higienizada semanalmente. Nos currais abertos, a faxina acontece a cada duas semanas. O confinamento investiu fortemente em capacidade de armazenamento dos grãos. Como não há extrema necessidade de compra, o confinador pode ir ao mercado em momentos estratégicos, usufruindo de valor mais em conta", assinala Raphael Poiani.
A fazenda usa como base de nutrição o grão de milho úmido, que permite melhor absorção dos nutrientes pelos animais. A silagem é de produção própria, o que reduz o custo total da alimentação.
O uso de tecnologias na pecuária é cada vez maior, como também visto na Fazenda Tabaju, em Sales-SP, do Grupo Maximus. "Os destaques da propriedade são a moega de grãos e o elevador em processo de implantação. Também há instalação de bico para produção de silagem de grão úmido. A equipe gere o confinamento de forma profissional, desde a produção dos insumos para os animais até a questão financeira", finaliza Hugo.
O Confina Brasil possui o apoio de importantes empresas. São patrocinadores "ouro": Casale, Coimma, Elanco, FS Bioenergia, iRancho, Nutron e UPL. No patrocínio "prata", aparecem: Associação Brasileira de Angus, Reenergisa e Zinpro. Na categoria de montadoras, a expedição tem parceria com a Mitsubishi. Embrapa, Hospital de Amor e Associação Nacional da Pecuária Intensiva (ASSOCON) se apresentam, ainda, como parceiros institucionais.