Boi: Indústrias e pecuaristas fora dos negócios aguardando dados de mercado na virada para julho
A quinta-feira, último dia do mês, foi de preços sob manutenção e ambiente de baixa liquidez em meio ao fraco volume de negócios. Esta estabilidade ocorre diante de duas frentes. Em primeiro, indústrias optam por se abster de novas negociações e, evitar repiques de altas nos indicadores referenciais de preços, sobretudo o CEPEA, qual é utilizado como parâmetro para precificação de gado confinado. Em segundo, pecuaristas optam por aguardar a virada do mês, haja visto que as escalas de abate devem continuar apertadas na semana vindoura diante da fraca disponibilidade de animais terminados, fator este que pode trazer novos patamares de preços.
Na maior parte do país, a IHS Markit observou que não há avanços na intenção de confinamento para o segundo giro, mesmo com custos apresentando estabilidade e a relação de troca de boi gordo/bezerro em melhores patamares.
Produtores que apontaram a intenção em efetuar o segundo giro de confinamento adentram em um cenário de risco alto, porém com retornos mais significativos, haja visto que há prêmios remuneradores entre R$ 5 a R$ 20 sobre os referenciais futuros de agosto, setembro e outubro. Por outro lado, há regiões onde o segundo giro de confinamento ocorre diante de parcerias de confinadores com frigoríficos, diluindo os custos e os riscos, e trazendo maior segurança na operação. Observa-se que estas condições são em sua maior parte concentradas na região do Centro-Sul do país, sobretudo SP, MS e GO.
Este fator pode fundamentar limites a uma maior intensidade nas altas observados nos preços futuros da arroba do boi gordo negociados na B3. Até o início do mês, a IHS Markit observava que a possível menor oferta de gado disponível a partir de meados do mês de agosto deveria inflacionar significativamente, refletindo nas cotações futuras para setembro e outubro, qual estavam em cerca de R$ 339/@. Neste momento, observa-se um recuo suave das cotações que giram entre R$ 333 e R$ 335, refletindo uma oferta não tão negativa quanto a projetada no início de junho.
Entretanto, o mês de julho que se inicia nesta sexta-feira deve trazer repiques de altas, haja visto que será o período de hiato na oferta de boiada gorda. Os animais terminados a pasto já se encontram exauridos do mercado, bem como os lotes provindos do primeiro giro de confinamento também deve ser cessado a partir da terceira semana de julho. Assim, pode-se esperar novas altas na arroba entre muitas das praças pecuárias do país, porém, ainda sem fôlego para superar as máximas observadas neste ano de 2022.