IHS Markit: Mercado do boi gordo em clima mais ameno
A sexta-feira foi fluxo moroso de negócios e pouco volumes efetivados entre pecuaristas e indústrias no mercado físico de boiada gorda. Este ambiente de negócios ameno se dá ao fato de boa parte das unidades de abate já possuírem escalas programadas que cumprem volumes para a próxima semana, e em algumas situações que já adentram a primeira semana de julho.
Esta também deve ser a toada que será observada na semana vindoura. Ao passo em que as indústrias garantem volumes minimamente adequados em suas programações de abate, elas se abstêm do mercado de modo a evitar novos impulsos de altas nas cotações, que seguem ainda em trajetória ascendente.
Pecuaristas também optam por retornar aos negócios a partir da próxima semana, sobretudo com apontamento de preços firmes para o mês de julho. Pode-se observar que no mercado futuro, o spread entre os vencimentos futuros e o preço no mercado físico já diminuem o hiato entre si, refletindo que os preços atuais praticados já condizem com a oferta enxuta de animais.
Todavia, o mercado segue ainda sob cautela e a indústria, notadamente aquelas habilitadas para o mercado externo, atuam de forma cadenciada em suas compras de animais. A medida em que as exportações ditam o ritmo da cadeia de bovinocultura de corte no país, a demanda por animais terminados deve permanecer aquecida, renovando os atuais patamares de preços para níveis superiores.
Nesta sexta-feira, a IHS Markit observou avanços nos preços da arroba em todas as praças pecuárias do MT, fundamentados pelo atual descompasso entre oferta de gado disponível para abate e procura por parte das indústrias, tanto aquelas que destinam maior parte de sua produção ao mercado consumidor externo, bem como aquelas que direcionam maiores volumes ao mercado doméstico.
No MA, apesar de relatos de que a oferta de animais ainda é relativamente volumosa, os preços avançaram de R$ 276 para R$ 281. Esta valorização é baseada na opção por retenção de animais por parte dos pecuaristas, apensar de registrar menores volumes nas propriedades. Em RO, os preços subiram de R$ 255 para R$ 260, também refletindo a dificuldade em originar maiores volumes de boiada. Entretanto, indústria da região optam pela compra de maior de volumes de fêmeas, haja visto que as relações de equivalente físico para esta categoria apresentam maior custo-oportunidade aos frigoríficos em detrimento do macho.