Boi: Semana inicia com morosidade de negócios, porém oferta enxuta ainda repercute em ascensão de preços

Publicado em 20/06/2022 14:54

Como eventual movimento de segunda-feira, o  mercado apresentou baixa liquidez e certa  morosidade na formação dos preços referenciais  para a arroba bovina. Indústrias costumam ficar  ausente dos negócios nos primeiros momentos do  dia, de modo a avaliar o resultado das vendas de  carne bovina ao longo do final de semana  prolongado, a fim de estabelecer suas estratégias de  retomada às compras de gado. Porém, cabe destacar  o encurtamento das escalas de abate por efeito da  enxuta oferta de animais terminados. Neste mesmo  sentido, pecuaristas optam por absterem-se das  negociações, aguardando melhores condições de  preços, enquanto o viés do mercado é de pressão  altista em grande parte das praças pecuárias do país. 

Nesta segunda-feira, pôde-se observar que a grande  maioria das unidades de abate espalhadas pelo país  dispõem de escalas mais apertadas quando  comparadas ao observado em semanas anteriores.  Algumas semanas atras, ainda era possível observar  indústrias com programações de abate que atendiam  entre 7 e 10 dias, neste momento, as escalas  encontram-se não mais que 5 dias. 

O volume enxuto de animais, efeito do avanço da  entressafra do boi, reduziu a formação de escala em  volumes mais confortáveis, trazendo forte pressão às  indústrias, efeito da dificuldade na originação. Abril  e maio houve registros recordes de abate, sobretudo  impulsionado por novilhas e vacas, exaurindo a  oferta de animais terminados a pasto neste período  de junho, qual deve perdurar por pelo menos até o  final de julho.

Os preços seguem em toada positiva, no MS Dourados, houve avanço nos preços de R$ 290 para  R$ 300 e em MS-Campo Grande de R$ 290 para R$  295. Em RO, a oferta de animais começou a registrar  sinais de exaustão e os preços evoluíram de R$ 250  para R$ 255. 

O viés altista deve seguir por todo país, ao passo em  que as indústrias retomem os movimentos de  compras de gado nesta terça-feira, com  possibilidade de novos ajustes de preços. Os lotes  negociados envolvem volumes pequenos de  animais. Pecuaristas que arriscaram efetuar  confinamento com entrega de animais neste período  ainda devem vislumbrar cenário altista e melhores  condições.

Por outro lado, as indústrias frigoríficas devem  tentar oferecer alguma resistência ao cadenciar o  ritmo de aquisições de animais, visando conter que  estes avanços se repiquem por todo o país em uma  velocidade mais forte do que a observada. Há uma  preocupação com a capacidade de absorção desses  patamares à ponta final, consumidor. Assim efetuam  as compras para atender seus contratos, por muitas  vezes em detrimento às exportações, e logo se  ausentam ou reduzem a intensidade dos negócios.  Neste sentido, o mercado deve permanecer firme.

Após a volta do final de semana com feriado  prolongado, as vendas de carne bovina no mercado  atacado continuaram regulares comparadas à semana  anterior. O varejo registrou sinais de melhora com  procura mais ativa por parte do consumidor final.  Embora o avanço da demanda registrada não seja  excessivamente expressivo, fundamentou o avanço  dos preços de cortes na cadeia de distribuição, ao  passo em que a indústria adapta de forma mais  apertada a produção para distribuição no mercado  doméstico. Para a semana em curso, deve esperar  ritmo mais ameno, diante da sazonalidade do mês.  
 

 

Fonte: IHS Markit

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