OIE encerra investigação de dois casos atípicos de Vaca Louca em Mato Grosso e em Belo Horizonte

Publicado em 06/09/2021 16:07 e atualizado em 07/09/2021 10:31
Brasil já marcou reunião com a China para terça-feira (07), conforme apontou a Agrifatto

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) emitiu relatório nesta segunda-feira (6) declarando como encerradas as investigações sobre os casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como "doença da vaca louca atípica". 

De acordo com a CEO da Agrifatto Consultoria, Lygia Pimentel, após a liberação do reporte da OIE, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, já teria agendado uma reunião para amanhã (7) com autoridades chinesas para debater a questão das exportações de carne bovina para o gigante asiático, suspensas desde a descoberta dos casos da doença.

O analista da Safras&Mercado, Fernando Hentique Iglesias, pontua que a relevância deste relatório divulgado pela OIE serve como base de apoio para as tratativas com a China no caso das exportações. 

"Basicamente o que falta agora é simplesmente a China retomar as negociações. O laudo técnico já está nas mãos da China, mas é aquilo que a gente esperava: são casos atípicos, o Brasil não reúne condições que favoreçam a proliferação da doença", disse Iglesisas.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) foi questionado sobre a possível reunião com autoridades da China nesta terça-feira (7), mas a informação não foi confirmada. 

A pasta informou, em nota, que "esses casos foram concluídos por não representarem risco para a cadeia de produção bovina do país", e que "não justifica qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos". (Confira a nota na íntegra no final do texto)

O reporte da Organização aponta que dois casos da doença (Belo Horizonte (MG) e de Nova Canaã do Norte (MT)) foram notificados à Organização, conforme nota oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), emitida no sábado (4). 

Segundo a descrição do relatório da OIE, o Sistema Brasileiro de Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) detectou um caso de BSE atípica, tipo H. A amostra foi retirada de uma vaca de corte de 10 anos destinada ao abate de emergência em um matadouro.

Após detecção da presença de antígenos príon no Laboratório Nacional de Defesa Agropecuária do estado de Pernambuco (LFDA / PE), as amostras foram enviadas ao Laboratório de Referência da OIE para BSE da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos em Lethbridge, Alberta. Os resultados do teste confirmatório foram obtidos em 3 de setembro de 2021.

Este é o quarto caso de EEB atípico identificado em 23 anos de vigilância no Brasil. O último caso foi detectado em 2019.

A ocorrência registrada em Minas Gerais e o caso relatado no Estado de Mato Grosso são eventos isolados, detectados próximos um do outro, conforme pontuou a OIE.

"Os materiais de risco especificados foram devidamente removidos e destruídos. A carne e outros produtos deste animal não entrarão na cadeia e não representam risco para as populações de ruminantes. A investigação foi concluída", informou o reporte da Organização.

Confira as medidas que foram aplicadas:
- Quarentena
- Rastreabilidade
- Triagem
- Descarte oficial de carcaças, subprodutos e resíduos
- Morte seletiva e eliminação

Nota oficial do MAPA: Brasil mantém classificação de risco insignificante para a doença

"A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) publicou, nesta segunda-feira (6), os informes de notificação imediata referentes aos dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em frigoríficos de Minas Gerais e de Mato Grosso. Com isso, diante dos resultados obtidos, esses casos foram concluídos por não representarem risco para a cadeia de produção bovina do país.

Os informes foram apresentados pelo Serviço Veterinário Oficial do Brasil. Os casos ocorreram de forma independente e isolada e foram confirmados pelo laboratório de referência internacional da OIE, localizado no Canadá, na última sexta-feira (3).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reforça que o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos".

Por: Letícia Guimarães e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas + OIE

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