Tereza Cristina confirma que China deverá habilitar apenas 20 frigoríficos de lista de 30
Os chineses estão dispostos a habilitar apenas mais 20 plantas frigoríficas brasileiras de uma lista de 30 que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) entregou às autoridades daquele país. A revelação foi feita nesta quarta (23) pela ministra Tereza Cristina, em audiência pública na Câmara. Na missão brasileira aquele país, durante a última semana, a ministra pediu aos chineses que analisassem uma listagem mais ampla, de 78 unidades.
"Nessas 78 unidades pedimos que incluissem três plantas de suínos, porque quando técnicos chineses vieram ao Brasil ainda não tinham o problema monstruoso com a peste suína africana naquee país", disse a titular do Mapa.
Nas informações repassadas à Comissão de Agricultura da Câmara, ela insistiu que "precisamos abrir um canal de negociação permanente com a China" . Disse aos chineses que não ia voltar para o Brasil apenas com três ou seis plantas aprovadas, mas que gostaríamos de entregar o maior número de questionários analisados".
O Brasil tem até o final desta semana para entregar a lista que vão para a primeira peneira e depois terão que apresentar os questionários requeridos por Pequim para habilitar os frigorificos restantes.
Brasil tenta habilitar 30 novos frigoríficos para exportação de carne (Ag Brasil)
A missão à Ásia do Ministério da Agricultura (Mapa), realizada em maio, resultou na oportunidade para novos frigoríficos brasileiros serem avaliados pela China com o objetivo de obter autorização para exportar carne. A informação é da titular da pasta, ministra Tereza Cristina, em entrevista coletiva ontem (23) em Brasília.
O Ministério enviou uma lista com 30 plantas frigoríficas que pretendem exportar para os chineses. Inicialmente, os representantes do governo brasileiro solicitaram a autorização de 78 frigoríficos. No entanto, durante as tratativas com autoridades chinesas, foi sinalizada a intenção de abertura para avaliar 20. A ministra, então, relatou que solicitou aos chineses a ampliação do número para 30 plantas.
Deste total, seis já haviam sido vistoriadas, mas ainda não estão habilitadas. As outras 24 foram selecionadas a partir de um diálogo entre a equipe do Mapa e as associações do setor e não precisarão ser vistoriadas. Dentro deste grupo estão exportadores de bovinos (gado), avinos (frango), suínos (porco) e asininos (jumentos).
“O Ministério vai fazer a conferência documental pra ver se todo mundo está pronto com todos os requisitos que a China tem nos pedido. Mas quem dá o aval é a China. Depois a negociação é entre os privados, entre pessoas na China que querem importar carne e os frigoríficos”, explicou a ministra.
Não há, entretanto, um prazo para a resposta dos chineses. De acordo com a ministra, eles estipularam que a lista brasileira deveria ser enviada até hoje, mas não adiantaram quanto tempo levarão para analisar os exportadores.
Atualmente, mais de 50 plantas frigoríficas exportam para o país asiático, sendo mais de 35 trabalhando com aves, 16 com gado e 9 com porcos. Outra demanda apresentada pela delegação brasileira na China foi a revisão do protocolo do milho. “Conseguimos a promessa que vão fazer essa revisão para que Brasil possa exportar”, informou Tereza Cristina.
Vietnã
No Vietnã, segundo a ministra, a missão brasileira avançou na abertura para a exportação de carme, incluindo bois vivos. “A viagem foi boa. Nós conversamos sobre abertura de mercado pra boi em pé [bois vivos]. Eles demonstraram interesse. Além disso, devem abrir mercado de carne para o Brasil no segundo semestre. Fui recebida pelo primeiro-ministro [Nguyen Xuân Phúc], que foi muito gentil. Ele deixou claro que querem carne brasileira”, relatou Tereza Cristina.
A ministra relatou que o Vietnã é um mercado importante, com cerca de 100 milhões de pessoa. Em contrapartida, as autoridades do país solicitaram a abertura do mercado brasileiro para camarão de mar e ajustes na regulamentação do peixe popularmente conhecido como panga.
Japão
No Japão, a delegação brasileira realizou eventos de divulgação do café nacional. Além disso, houve debates sobre exportação de carne e de abacate ao país. “O abacate é produto superconsumido, tanto para [consumo] humano quanto para cosméticos”, disse a Ministério da Agricultura.
Assista também na TV Brasil: Ministra da Agricultura com perspectiva de abertura de mercado