JBS continua tentando novas compras no MS ofertando até R$ 6 a menos pela arroba

Publicado em 25/10/2017 11:38

A JBS foi para o mercado do Mato Grosso do Sul nesta manhã de quarta-feira (25) com o mesmo propósito de tentar fechar novas compras de boi nas mesmas condições baixistas de como voltou a operar ontem, depois de sete dias de paralisação de suas plantas. Até R$ 6,00 a menos, dependendo da região, foi a oferta com base nos preços que estavam pagando até o dia no qual as portas das sete unidades foram arriadas.

Em Coxim, cujo preço-base dos então escalados (mantidos) girava em R$ 140,00, as 600 reses de Júnior Sidônio tiveram a arroba cotada a R$ 136,00 – e as fêmeas em R$ 126,00. “Tudo 30 dias no bruto”, reclamou o pecuarista, que sempre foi “100% JBS”, mas que agora vai começar a estudar novos clientes. “Vieram até com pressão psicológica, dizendo que seu eu não fechasse semana que vem cairá mais ainda”, afirma.

Ele não estava escalado no ápice de crise - quando a Justiça determinou o bloqueio de recursos do grupo, que então saiu do mercado -, porque tinha girado 1,6 mil animais dias antes na planta de Campo Grande. “Meus boi são 100% a pasto e vou deixar mais um pouco, pois não tenho problemas de pasto”, diz o pecuarista, se referindo à região de sua propriedade de ‘boca de furna’, pé de serras que desembocam no Pantanal.

Na média do estado, Gustavo Figueiredo, analista da AgroAgility viu negócios novos ofertados a R$ 135,00 no desconto para um mês.

O que se confirma pelo menos em Ponta Porã. Paulo César Barbosa Vieira, presidente do Sindicato Rural de Dourados ouviu essa oferta dos compradores da JBS, que até a crise estava acordado com os escalados entre R$ 138,00 e R$ 139,00.

Ainda de Coxim, Sidônio comentou de um companheiro que teria entregues 2 mil bois à JBS nesta quarta, ao valor acordado antes, de R$ 140,00. Quanto aos médios e pequenos, estão todos escalados e novas compras somente na base de R$ 130,00, de acordo com o visto por Sidônio.

O feriadão da semana próxima favorece a maior pressão do JBS, com poucos dias para abater, portanto o produtor José Antônio Felício, de Campo Grande, acredita que somente a partir do dia 4 de novembro ficará mais clara a situação no Mato Grosso do Sul. “Agora não somente a JBS mas também os outros vão nessa mesma toada”, avalia Felício, lembrando ainda o melhor é esperar quem pode, mesmo porque se a JBS não der conta do acordo firmado com o governo local ou não conseguir absorver a oferta “já que vai começar a chegar boi de pasto”, o estado pode cortar o ICMS de 12% para 7%, soltando animais para outros estados.

Quando o Mato Grosso do Sul tomou essa medida no auge a delação de Joesley Batista, em 90 dias quase 100 mil bois saíram para morrer em outros estados, especialmente em São Paulo, nas contas de Felício.

Do lado leste da fronteira sul-mato-grossense, em São Paulo, a contaminação da crise gerada pela JBS arrefeceu. Depois de ter caído bem na semana passada, os frigoríficos nos Oeste do estado foram as compras hoje entre R$ 139,00 e R$ 143, 00, à vista e no prazo, segundo o analista Gustavo Figueiredo.

Tags:

Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Boi: Frigoríficos evitam pagar mais pela arroba à espera do confinamento; animais à termo podem pressionar cotações depois do dia dos pais
Radar Investimentos: Média diária exportada de carne bovina avança 41,5% frente ao ano anterior
Scot Consultoria: Estabilidade nas praças paulistas
Embargo das exportações por doença de Newcastle no frango muda cenário de oferta no mercado interno e carne bovina pode ser impactada
Pecuária/Cepea: Cepea amplia coleta com a colaboração de “Agregadores de Negócios”
Radar Investimentos: Mato Grosso registrou aumento 25,86% no abate de bovino no primeiro semestre de 2024