Acrimat oficializa mais um pedido de socorro ao governo
Nesta quarta-feira (07) a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) formalizou mais um pedido de isenção do Impostos sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) para abate de gado em outros Estados. O ofício foi novamente protocolizado na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e cobra um posicionamento do governo com relação a situação da pecuária de corte.
Até o momento, a Acrimat não recebeu nenhuma resposta oficial da Sefaz ou de outros representantes do governo do Estado e por isso vem cobrando, reiteradas vezes, sensibilidade do governo. Em maio, o preço da arroba fechou o mês a R$ 120,9, 3% a menos que na última semana de abril e 8,3% menor que em maior do ano passado.
A desvalorização do preço da arroba está sendo impulsionada por uma sequência de fatos políticos envolvendo o segmento industrial, mas com reflexos diretos no produtor. Assim, a indústria tem adotado estratégias para pressionar o preço da arroba, como a paralisação de atividades e limitação nas formas de pagamento.
A possibilidade de abater os animais em outras unidades da federação sem a incidência do ICMS traria alternativas de mercado para o setor e consequentemente a valorização do produto.
O vice-presidente da Acrimat, Luís Fernando Conte destaca que a associação vem pleiteando uma política de apoio ao setor produtivo da carne, que há anos sofre com a concentração da indústria frigorífica. “Já erámos reféns de quatro grandes grupos, sendo o principal dele detentor de 48% do mercado. Agora, em virtude de crises políticas e de corrupção, o preço está em queda e o produtor cada dia mais descapitalizado”.
De acordo com levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), maio registrou o maior número de abates do ano, com 435 mil animais. O volume supera inclusive os dados de maio ano passado, fechado em 413 mil. Com relação a abril, o aumento foi de 53%.
Segundo Luís Fernando, o governo precisa amparar o produtor neste momento, que busca soluções para se manter na atividade. “Além de estar com a renda comprometida, o pecuarista ainda possui contas a pagar e investimentos a serem feitos. Caso nenhuma providência seja adotada pelo poder público, corremos o risco de perder muitos produtores de carne para outra atividade”, afirma Conte.