Boi: Arroba tem a queda mais intensa para maio em quase 20 anos

Publicado em 02/06/2017 10:50

Em maio, os preços da arroba de boi gordo recuaram 4,63%, a queda mais significativa para esse mês desde 1998, considerando-se a série histórica do Indicador ESALQ/BM&FBovespa, estado de São Paulo. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Segundo pesquisadores do Cepea, a forte desvalorização da arroba bovina em maio de 2017 está atrelada à maior oferta de animais para abate, devido à retomada da produção, após a seca observada em 2013/2014, e à diminuição no abate de matrizes. Já no correr deste ano, com a queda do preço do bezerro, houve aumento na participação das fêmeas no abate, ajudando a indústria a preencher as escalas e, consequentemente, pressionando o valor da arroba. Pesquisadores do Cepea ressaltam, no entanto, que a queda nos preços do boi ainda foi limitada pelas chuvas, que se estenderam ao longo de maio. Isso porque, com o clima favorecendo as pastagens, muitos pecuaristas podem “segurar” seus animais no pasto.

Quanto à demanda, a economia brasileira não tem apresentado sinais de recuperação suficientes a ponto de elevar o consumo da proteína, enquanto as exportações da carne bovina in natura vêm registrando fortes quedas mensais – o volume embarcado de janeiro a maio deste ano está 10% inferior ao do mesmo período de 2016, segundo a Secex. Além disso, pesquisadores do Cepea lembram que o setor enfrentou três grandes desafios neste ano: a operação Carne Fraca, da polícia federal, a volta da cobrança do Funrural e, recentemente, as investigações de uma indústria de grande relevância para o setor. 

MAIO – O mês de maio é, tradicionalmente, um período em que as cotações recuam. Aproximadamente 90% dos animais abatidos no Brasil são terminados com alimentação exclusivamente a pasto. De acordo com pesquisadores do Cepea, com o início da seca, que costuma ocorrer neste mês, o volume de animais prontos para abate é maior. Além disso, a redução da oferta de forrageiras faz com que o pecuarista esteja mais disposto a vender seus animais, ao invés de mantê-los no pasto com a possibilidade de perder peso. 

Considerando-se dados do Cepea, em maio do ano passado, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo subiu ligeiro 0,05% e, em maio de 2015, teve queda de 1,74%. Com exceção de 2017, a queda mais intensa nos preços do boi em maio havia sido verificada em 2011, de 4,5%. 

Fonte: Cepea

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Scot Consultoria: A cotação subiu nas praças paulistas
Suspensão das compras do Carrefour na França vai impactar carne bovina brasileira ou é apenas marketing sem efeito prático
Radar Investimentos: Escalas de abate mais curtas dos frigoríficos vêm sendo fator decisivo para impulsionar os preços
Boi/Cepea: Altas seguem firmes; escalas são ainda menores que em outubro
Scot Consultoria: Alta na categoria de fêmeas em SP
Brangus repudia veto do Carrefour à carne do Mercosul
undefined