Brangus aumenta plantel para mais de 400 mil animais

Publicado em 23/03/2017 15:44

A década de 1940 marca o início do boom da pecuária no Brasil. Foi nessa época que técnicos do Ministério da Agricultura, em Bagé (RS), realizaram os primeiros cruzamentos entre Angus e Zebu. O objetivo era a criação de um animal que apresentasse altos índices de produtividade, mesmo criado em condições de clima e meio-ambiente adversas, típicas das regiões tropicais e subtropicais, como é o caso do Brasil. O experimento resultou na raça Ibagé, batizada assim pelos técnicos da época. Em função de o resultado ser o mesmo alcançado nos Estados Unidos, o nome da raça passou a ser Brangus Ibagé, até se tornar apenas Brangus, anos mais tarde.

A experiência inovadora deu certo. A Associação Brasileira de Brangus (ABB), criada em 1979, já registrou 406 mil animais. O crescimento de novos criadores foi de 38%, em 2015. No último ano, houve um acréscimo na comercialização e na produção de sêmen de 35%, gerando 250 mil doses. Segundo a ABB, 90% dos animais registrados são Brangus 3/8, algo que atesta a consolidação da raça no País.

A união da rusticidade das raças zebuínas (resistência a parasitas, tolerância ao calor, habilidade materna) com as vantagens do Angus (qualidade da carne, precocidade sexual, elevado potencial materno) formou uma raça completa.

Foram essas características que saltaram aos olhos do pecuarista José Luiz Niemeyer dos Santos, tradicional selecionador de gado Nelore, com mais de 50 anos de trabalho na Fazenda Terra Boa, em Guararapes (SP).

Após arrendar uma fazenda em Dourados (MS) e comprar 600 vacas Brangus e alguns touros, ele ficou admirado com o desempenho dos animais mesmo em um solo arenoso e seco. “Mesmo em precárias condições, o gado ia bem, o que me chamou atenção para a raça. Fiquei impressionado com a produtividade do rebanho. Separei uma cabeceira de novilhas, inseminei com os melhores touros, registrei-as e comecei a seleção do BRANGUS JT”, explica.

O sufixo JT é uma homenagem ao seu pai, José Travassos dos Santos, fundador da Terra Boa, cujo gado comercial usou sempre a marca JT.

Apostando forte no melhoramento genético, Niemeyer começou a participar de exposições e incluiu o Brangus no leilão anual de touros da Terra Boa.

“Em todas as oportunidades de contato com nossos clientes, sempre nos preocupamos em ter informações sobre a adaptação de nossos touros aos variados tipos de manejos e regiões. Temos animais trabalhando em todo Brasil Central e no Norte, todos muito adaptados e com ótimos resultados”, afirma.

Os primeiros resultados desse trabalho surgiram em 2013, quando o BRANGUS JT ganhou os campeonatos de Bezerra Menor e Bezerra Maior na Exposição Nacional de Brangus, em Londrina/PR. Atualmente, a Terra Boa possui 150 matrizes da raça.

Em 2017, o Leilão Touros Terra Boa passará a integrar o calendário da Associação Brasileira de Brangus. O evento está agendado para o dia 2 de julho, a partir das 14h, na sede da fazenda, em Guararapes (SP), com transmissão ao vivo pelo Canal Rural. Estarão em oferta touros e fêmeas Brangus e Nelore.

A grandeza da raça atraiu outro clássico criador. Nos anos 1990, a Prata Agropecuária, do pecuarista Antonio Renato Prata, iniciou sua seleção de Brangus na Fazenda Rio Bonito, em Umuarama (PR), partindo de um rebanho de Tabapuã vermelho, oriundo de uma genética própria. No início da década seguinte, foram importados touros e novilhas que formaram a base genética própria, com touros ¾ argentinos sobre vacas ¼ americana.

Com mais de 20 anos de seleção, o grupo está produzindo Brangus 100% adaptado às condições da região Centro-oeste, sempre buscando o máximo de adaptação e criar animais que expressem seu potencial dentro das condições de pastos. “Criamos, assim, animais com genética própria para o Brasil central. Hoje o plantel conta com cerca de 600 matrizes”, afirma Pratinha, como é conhecido no meio rural.

Vantagens do Brangus: partos facilitados; altos pesos na desmama e no sobre-ano; grande ganho de peso, tanto em pasto como em confinamento; fêmeas de reposição com puberdade precoce, enxertando aos 15 meses; além de carne suculenta e macia, que atende aos mais exigentes paladares.

ABB/Comunicação

 

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Fonte: Associação Brasileira de Brangus

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