Boi gordo: Perspectiva de preços pressionados em 2017, estima Rabobank
As cotações da arroba do boi gordo estarão pressionadas nos primeiros meses de 2017, estima o Rabobank, maior banco com atuação no agronegócio mundial. A projeção é que a produção brasileira apresente recuperação de 3% no próximo ano e, mesmo com a possibilidade de melhora nas exportações, esse fator será preponderante na composição dos preços.
"Após dois anos marcados pelo aumento nos custos de ração e também pelo preço na reposição, o confinamento deve voltar a crescer em 2017, já que os preços dos grãos - principal limitador do crescimento da produção intensiva em 2016 - devem recuar", explica o levantamento. Para o Banco, a queda nas cotações do milho - importante componente da nutrição animal - está relacionada à perspectiva de aumento da oferta interna e a possibilidade de importação, quando necessário.
No cenário global, a estimativa é de que a oferta mundial de carne bovina continue crescendo, especialmente considerando a recuperação da produção no Brasil e a expansão dos bovinos nos Estados Unidos. "Um aumento na oferta da Argentina também é esperado no decorrer do próximo ano", acrescenta o Banco, em nota.
Fonte: Rabobank
Como fator positivo o levantamento aponta o crescimento das vendas externa de carne bovina do Brasil em 2017. O Rabobank destaca a participação consolidada, neste ano, em grandes mercados como China e EUA, possibilitando a entrada do produto nacional em novos países. "A baixa oferta de carne bovina australiana deve continuar favorecendo as exportações brasileiras". "O Rabobank espera que grande parte da oferta adicional de carne bovina seja absorvida pelo mercado internacional, que inicia 2017 com boas perspectivas", diz a publicação.
No mercado interno, não é esperado a recuperação concreta da economia nos primeiros meses, possibilitando melhora da demanda interna. Por isso, o Banco diz acreditar que as cotações médias da arroba no Brasil devem ser pressionadas no primeiro semestre de 2017.
Agroindústria
Já para as indústrias o cenário que se desenha para 2017 é positivo. A projeção é de que as margens de comercialização sejam favoráveis aos frigoríficos, com a possibilidade de preços da matéria prima ajustados e melhora no cenário externo.
O banco projeta crescimento de 10% nas exportações brasileiras de carne bovina em 2017. Para o consumo interno a expectativa é de que a retomada do PIB contribua para o início de reação da demanda doméstica. Além disso, o ajuste produtivo promovido nos últimos anos possibilita a expansão da produção sem a necessidade de altos investimentos.
"As indústrias de carne bovina devem continuar investindo em garantia de qualidade, rastreabilidade e controle sanitário rígido, á que o mercado externo continua sendo a principal rota de crescimento no longo prazo", acrescenta a publicação.