Indústria frigorífica da Argentina passa por momento crítico, mas vislumbra melhoras no mercado

Publicado em 06/12/2016 15:04

A indústria frigorífica da Argentina se encontra, neste momento, atravessando uma situação crítica, apesar do início de um aumento no estoque de gado e uma melhora no setor produtivo, de acordo com Mario Ravettino, titular do Consórcio ABC, no qual estão reunidos os principais exportadores de carne do país.

O executivo, que falou ao jornal argentino Clarín, disse que isso se deve, a nível nacional, à falta de competitividade em relação aos países da região por conta de um menor estoque, preços mais caros e maiores custos em serviços e mão de obra, que chegam a ser triplicados, em alguns casos.

A nível doméstico, esta crise também se deve à elevada informalidade existente em toda a cadeia pecuária - que se estima em 50% do setor, atualmente.

Algumas condições, como a eliminação das taxas, a anulação das travas administrativas sobre as exportações e a adequação de um tipo de câmbio mais competitivo, além de um diálogo direto e pessoal com as autoridades competentes, foram consideradas por Ravettino como benéficas para a cadeia em 2016.

O principal desafio, agora, será seguir brigando pela formalização da cadeia pecuária. "É necessária uma reestruturação integral do setor com políticas públicas que estabeleçam um marco regulatório a longo prazo, outorgando previsibilidade e competência igualitária a todos os operadores do setor", disse.

A carne argentina também briga para entrar no mercado norte-americano. Uma delegação do serviço sanitário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) já realizou uma visita a alguns frigoríficos de exportação do país para verificar a fiscalização dos processos industriais, a fim de identificar se são compatíveis com os realizados nos Estados Unidos.

Para Ravettino, a eleição de Donald Trump não preocupa neste caso. "Aguardamos esperançosos o acesso ao mercado norte-americano. Continuaremos trabalhando fortemente junto às autoridades para que isso seja concretizado o mais rápido possível. Se trata de um mercado chave porque é uma referência para que sejam abertas as portas de outros mercados internacionais", concluiu.

Com informações do Clarín Rural

Por: Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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