Equilíbrio de mercado da carne não garante preço estável para o consumidor final, aponta Acrimat
Os dados do primeiro semestre apresentam um mercado da carne enxuto – com a redução de oferta à indústria e na demanda de proteína vermelha. Mas o que o consumidor vê nas gôndolas não é um preço estável. Enquanto o consumo de carne caiu 11,4% e a produção reduziu 11% no primeiro semestre de 2015, o preço no varejo subiu mais de 20%.
Até chegar à mesa, a proteína vermelha tem três elos em sua cadeia – a produção, o atacado e o varejo, e cada etapa influencia no preço do bife. Segundo o gerente de projetos da Acrimat, Fábio da Silva, o varejo é o ponto que merece atenção do consumidor. “De todos os elos da cadeia, o varejo é o mais concentrado. Só os supermercados detêm 65% dos consumidores finais”, afirmou Fábio.
A análise encomendada pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ressalta que a diferença média de valores entre atacado e varejo é de 113,9%, ou seja, duas vezes maior. Para o superintendente da Acrimat, Olmir Cividini, a transparência é peça chave para o processo. “A sustentabilidade da cadeia da proteína vermelha depende de uma maior coerência na transmissão de valores. O alto preço na gôndola não reflete em maior rentabilidade para o produtor”, destacou Olmir.
Com o maior rebanho do país - 28,6 milhões de cabeças, Mato Grosso produz 1,3 milhão de tonelada de carne bovina. Desse total, 20% são destinados ao mercado internacional e 80% para o mercado interno.