Estados Unidos abrem oportunidades para carne bovina brasileira em outros mercados
São Paulo, 30 de junho de 2015 - A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, anunciou ontem (29 de junho) a liberação da exportação de carne bovina in natura brasileira para os Estados Unidos. A ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – comemora a decisão, que atende a uma demanda do setor pela qual a entidade vem atuando há 15 anos e oferece oportunidades ímpares para a indústria brasileira em diversas frentes.
Segundo o presidente da ABIEC, Antônio Jorge Camardelli, a abertura do mercado norte-americano para carne in naturabrasileira abre precedentes para o Brasil também começar a negociar com países do NAFTA e da América Central. “Diversos países usam o sistema norte-americano como referência para negociações internacionais e podem mudar sua visão em relação ao nosso produto. Este será um fator importante também para as tratativas com o Japão, que ainda mantém embargo à carne brasileira”.
O início das exportações para os Estados Unidos, de acordo com Camardelli, também vai ajudar a resolver a equação das vendas de cortes do dianteiro bovino. “O consumo interno prioriza cortes traseiros e agora teremos um ótimo mercado para explorar o corte dianteiro, muito utilizado para a produção de hambúrgueres”, afirma o presidente da ABIEC.
Com o anúncio, frigoríficos de 13 Estados (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins) e do Distrito Federal estarão habilitados a exportar carne in natura. Atualmente, o Brasil já exporta carne industrializada para os Estados Unidos, que é um importante parceiro comercial e lidera o ranking de importadores dessa categoria de carne do Brasil. Somente em 2014, foram enviadas mais de 22 mil toneladas de carne industrializada brasileira para os EUA, resultando em um faturamento anual de US$ 231 milhões.
Para a carne in natura, o Brasil entrará em uma cota inicial de 64 mil toneladas – que inclui também países da América Central. Os embarques devem ter início em setembro. A expectativa da Associação é ultrapassar essa cota e chegar a 100 mil toneladas nos próximos anos. Os Estados Unidos são grandes importadores de carne bovina. Somente em 2014, o país importou 957 mil toneladas, a maior parte da Austrália, do Canadá e da Nova Zelândia.
Ano positivo – A abertura do mercado norte-americano vem coroar um ano de ótimas notícias para a indústria brasileira. Importantes países, como Iraque, África do Sul e China, anunciaram a abertura de seus mercados.
“Estados Unidos e China eram nossas prioridades estratégicas em 2015. Parabenizamos a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, que colocou esses assuntos em sua pauta de negociações e atuou com empenho na finalização desses processos”, destaca Camardelli.
Ainda neste ano, a Arábia Saudita também pode retomar as compras. Autoridades de defesa sanitária daquele país já visitaram frigoríficos brasileiros e devem apresentar um relatório no início de julho. Outro importante mercado, o Japão, apresenta perspectivas positivas para suspender o embargo à carne brasileira e retomar as importações.