Pecuaristas de MT devem vacinar quase 13 milhões de animais em maio
A campanha de vacinação nos bovinos de 0 a 24 meses, contra a doença da febre aftosa, começa nesta sexta-feira (1) e vai até o dia 31 de maio em Mato Grosso. Os pecuaristas do Estado já estão preparados para imunizar o rebanho estimado em quase 13 milhões de cabeças. Em paralelo a campanha da aftosa, os produtores devem aproveitar o manejo dos animais para vacinar contra a brucelose, é o que aconselha a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
O presidente da Acrimat, José João Bernardes, explica que todas as fêmeas com idade entre três e oito meses devem ser imunizadas contra a brucelose. “A vacinação da brucelose feita durante a campanha da aftosa pode reduzir custos para o pecuarista por facilitar o manejo com os animais”. Conforme ele, é importante salientar o trabalho dos pecuaristas neste processo para manter o status de Mato Grosso como Estado livre da aftosa com vacinação. “O importante é realizar o trabalho de maneira mais eficiente possível para garantir a continuidade do status de livre com vacinação, mantido há mais de 18 anos em Mato Grosso”.
A campanha de maio é a primeira do calendário de vacinação contra a aftosa. Em novembro os pecuaristas devem imunizar todo o rebanho, de todas as idades. Mas, a Acrimat, juntamente com a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), apresentou ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e à Delegacia de Agricultura do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma proposta para alterar o calendário de vacinação: de novembro para maio a imunização de todo o rebanho e de maio para novembro a vacinação dos animais de 0 a 24 meses.
Já se cogita também a possibilidade de Mato Grosso ficar livre da febre aftosa sem vacinação a partir de 2020. “O pleito, de certo modo, exige uma melhor reflexão, mas não impossibilita a adoção do processo alternativo como excluir da vacinação animais com idade superior a 36 meses”, pontua o presidente a Acrimat. Atualmente, apenas o Estado de Santa Catarina possui status de livre da aftosa sem vacinação e o Estado do Paraná já pleiteia a mesma condição.
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés dos animais. O médico veterinário da Acrimat, Nilton Mesquita, explica que a transmissão da doença aos humanos, que tiverem alguma ferida na pele, pode ocorrer no contato com as secreções do animal contaminado, como por exemplo, fezes, urina, sangue, catarro, espirro, leite ou sêmen. “Comer a carne de um animal contaminado raramente pode causar a febre aftosa nos humanos, mas não é aconselhável”.
Quem não vacinou o gado no período estipulado pela campanha vai pagar multa de 2,25 em UPF (Unidade Padrão de Financiamento), o equivalente a R$ 245 por cabeça de gado não vacinado, além da suspensão no movimento das fichas sanitárias dos inadimplentes junto aos escritórios do Indea-MT.