Margens dos frigoríficos caem 56% em 12 meses
As margens dos frigoríficos brasileiros recuaram de 19,5% em março do ano passado para 11% no mesmo mês neste ano. O dado da Scot Consultoria considera frigoríficos que trabalham com desossa. "Vai ser um ano complicado para as margens e não há perspectiva de aumento em curto e médio prazos, já que estamos saindo da safra", estima o zootecnista Alex Lopes, da Scot Consultoria.
O recuo é resultado de uma série de fatores.
A começar pela valorização da arroba do boi gordo. O indicador do Cepea atingiu R$ 147,92 na última quarta-feira, 1º. Conforme a Scot, há relatos de negócios a R$ 149 em São Paulo e a expectativa é de que as cotações sigam sustentadas, especialmente em razão da oferta restrita. "É difícil saber qual vai ser este teto. O limitador para estes aumentos será a demanda", afirma.
A comparação do aumento das carnes no varejo dá uma ideia de quanto o consumo do produto vem caindo. No primeiro trimestre deste ano, o valor dos cortes de traseiro aumentou 1%, abaixo da inflação de 2,26% no período. Por outro lado, os cortes de dianteiro (de menor valor agregado) subiram 2,5% e a carne de frango teve reajuste de 4,5%.
Se no mercado interno a situação é delicada, até pela conjuntura econômica, no externo, que absorve 20% da produção brasileira, a situação não é muito diferente. A demanda de mercados importantes como Rússia e Venezuela recuou no começo deste ano e as exportações chegaram a cair 30% nos meses de janeiro e fevereiro. "Mesmo com o dólar em alta, não temos mercado para aproveitar", afirma o presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. "Mas continuo otimista, eventualmente os embarques vão se restabelecer, seja com a abertura do mercado da China ou para os Estados Unidos."
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