Por que o povo rejeitou Lula, o PT e a esquerda (por JOÃO CÉSAR MELO)

Publicado em 02/11/2018 10:02
Por João César Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Primeiro, precisamos considerar um dado levantado pelo Ibope no dia 23 de outubro:

Fernando Haddad tem a maioria do eleitorado apenas no grupo de pessoas com escolaridade abaixo da 4° série do ensino fundamental e renda de até um salário mínimo.

Esse é o perfil dos assistidos pelo Bolsa Família, que compõem metade da população da Região Nordeste; uma massa de pessoas dependentes do assistencialismo e do terrorismo petista que, em toda eleição, diz que, se as pessoas não votarem no candidato indicado por Lula, elas perderão os benefícios que recebem do governo.

O resultado da votação de ontem confirmou isso. No entanto, a coisa é pior do que parece: o sucesso do petismo nas regiões mais dependentes do governo dilui seu fracasso nas regiões onde as pessoas são mais independentes, têm maior renda e poder de escolha.

A diferença de dez pontos percentuais entre Bolsonaro e Haddad leva muitas pessoas a crer que o país – como se ele fosse uma massa social homogênea – está dividido meio a meio, entre esquerda e direita. Isso não é verdade. 

O país está dividido entre cidadãos vulneráveis à chantagem eleitoral e os que não estão. Haddad teve 77% dos votos no Piauí e 32% em São Paulo.

Como registrou o jornal O Estado de S. Paulo, Jair Bolsonaro venceu em 97% das cidades mais ricas e Fernando Haddad em 98% das mais pobres (onde mais pessoas dependem do Bolsa Família para viver).

Vamos em frente…

No dia 27 de março de 2017, a Fundação Perseu Abramo, do PT, publicou o resultado de uma pesquisa sobre o perfil do eleitorado brasileiro. Foi verificado que a maioria da população:

– vê o estado como seu principal inimigo;
– não enxerga exploração na relação entre patrões e empregados;
– não reconhece a luta de ricos contra pobres;
– rejeita altos impostos e burocracias;
– valoriza o empreendedorismo privado (incluindo serviços de educação e saúde particulares), o esforço individual como forma de ascensão social (em detrimento de políticas estatais que põem em dúvida as capacidades pessoas, como as cotas) e os princípios cristãos de família e igreja.

Sobre como os cidadãos mais pobres enxergam a dicotomia direita x esquerda, a pesquisa registrou a opinião de um dos entrevistados como a dos demais:

-- “Direita é alguém direito, correto. Esquerda é quem vive reclamando”.

A Fundação Perseu Abrano conclui dizendo que “todos são vítimas do estado que cobra impostos excessivos, impõe entraves burocráticos, gerencia mal o crescimento econômico e acaba por limitar ou sufocar a atividade das empresas”. Ok. E o que o PT fez com isso? Dois dias depois, retirou do seu site o resultado da pesquisa, deixando evidente sua opção pelo autoengano.

Outras pesquisas, de diversas outras instituições, apontam que o principal problema do Brasil, na opinião da grande maioria da população, é a violência urbana. Na mesma proporção, as pessoas enxergam que a corrupção é o principal culpado desse problema. E como a esquerda se comporta diante disso? Vitimizando os bandidos e atacando a Lava Jato, operação que sempre contou com altíssimo apoio da população.

O povo brasileiro é pacífico, sem conflitos, mas faz 30 anos que a esquerda liderada pelo PT se dedica a incitar o ódio entre grupos, entre classes, entre homens e mulheres, entre pretos e brancos, entre heteros e gays. O povo brasileiro elegeu Lula em 2002. Veio o mensalão. O povo perdoou. Reelegeu Lula em 2006 e votou em quem ele indicou em 2010 e 2014.

O que os brasileiros ganharam em troca? O maior esquema de corrupção e a maior recessão econômica de nossa história – e ainda a explosão da violência e regressão nos índices de educação e saúde. Quando a esquerda viu milhões de pessoas indo às ruas protestar contra Dilma, em vez de tentar entendê-las, preferiu chamá-las de “elite branca golpista”.

Do impeachment para cá, o cidadão comum ainda viu a esquerda mobilizadíssima em defender o ex-presidente corrupto. Viu dezenas de protestos violentos. Viu parlamentares ameaçando juízes e promotores. Como se fosse pouco, a população majoritariamente cristã desse país viu a esquerda engrossando o tom dos ataques à igreja e à instituição da família.

Enquanto a sociedade brasileira pedia mais liberdade para viver e trabalhar, a esquerda não passava uma semana sequer sem pedir o controle ou a proibição de alguma coisa. Disso surgiu Jair Bolsonaro, o único político que realmente se engajou na defesa das pautas que mais preocupam a população.

Como nunca antes na história do Brasil, pessoas comuns, de todos os cantos do país, de todas as faixas de renda, sem qualquer comando de partidos, sindicatos ou imprensa, se mobilizaram para fazer campanha para alguém. A esquerda viu isso e em vez de tentar entender o que estava acontecendo, chamou de fascistas essas dezenas de milhões de pessoas.

A imprensa passou a chamá-las de “extremistas” por desejarem viver num país que prioriza o bem-estar das pessoas honestas e trabalhadoras, não de vagabundos e criminosos; por quererem ter o direito de se defender; por dizerem que escola é lugar para estudar, não para se impor ideologia de gênero; por exigir o combate efetivo da corrupção. Tentaram criminalizar até a fé de Bolsonaro em Deus.

A esquerda ainda tentou de todas as maneiras taxar Bolsonaro de machista, racista e homofóbico, enquanto ele recebia cada vez mais apoio de mulheres, negros e gays. Nas redes sociais, tornaram-se comuns publicações de militantes de esquerda dizendo que alguém deveria matar Bolsonaro; e foi isso que um ex-filiado do PSOL tentou. E qual foi a reação da esquerda? Dizer que Bolsonaro mereceu.

Será mesmo muito difícil de imaginar como um cidadão comum, que vive com medo da violência, sentiu ao ver a esquerda dizendo isso?

As pessoas que realmente trabalham, que realmente mantém esse país de pé, ainda viram os adversários de Bolsonaro (que ainda se recuperava da cirurgia) chamando-o de covarde por não ir aos debates. Viram um verdadeiro tsunami de fakenews contra ele.

Viram Fernando Haddad, que apoia as ditaduras em Cuba e na Venezuela e que tinha como promessa de governo censurar a imprensa e a justiça, dizendo que Bolsonaro é um risco para a democracia. Viram os petistas dizendo o tempo todo que Haddad seria eleito para tirar Lula da cadeia e recolocá-lo no poder. Viram mais uma vez o PT se aliando com políticos corruptos.

Essas pessoas viram, sobretudo, que os ataques a Jair Bolsonaro eram ataques a elas mesmas. Viram que estavam sendo insultadas apenas por terem decidido apoiar outro candidato. Se considerarmos o voto apenas das pessoas que atuam no mercado como empregados ou patrões, assumindo riscos e responsabilidades, pagando impostos, Bolsonaro foi eleito por uma margem de diferença muito, muito, muito maior.

Porém, a despeito de toda a manipulação estatística e eleitoral, a maioria da população rejeitou Haddad, rejeitou Lula, rejeitou a esquerda. E não como resultado de conspirações. A esquerda foi vítima tão somente de seus próprios erros, da roubalheira e da recessão que ela mesma criou. Os brasileiros cansaram das mentiras, das ameaças, do cinismo e da patrulha petista.

A eleição de domingo, dia 28, marca o fim de uma era e o início de outra. Já havia passado da hora dos brasileiros se assumirem como sociedade liberal-conservadora.

PARA CERTOS JORNALISTAS, SUJEITO PORTANDO FUZIL EM FAVELA NÃO É NECESSARIAMENTE UMA AMEAÇA… (por rodrigo constantino)

O mundo encantado do Projaquistão é realmente muito diferente daquele em que os demais brasileiros vivem.  Nessa bolha “progressista”, bandido é “vítima da sociedade”, mulher é sempre oprimida por uma sociedade machista, gays são assassinados aos montes por serem gays, gente atravessa para o outro lado da rua quando vê uma criança negra e sujeito carregando um fuzil numa favela pode ser simplesmente um bom samaritano indo participar do culto.

O governador eleito no Rio de Janeiro, Wilson Witzel, teve que explicar para uma bancada de jornalistas que um policial abater alguém portando um fuzil é uma questão de segurança e sobrevivência, já que ninguém carrega um fuzil nas ruas cariocas sem a intenção de intimidar ou agredir inocentes. Mas a cara de espanto da turma diz tudo: como assim, abater uma pessoa só por ter um fuzil na mão, se não estiver oferecendo perigo aos demais? Vejam com os próprios olhos:

Não satisfeito, O GLOBO deu destaque à fala do governador eleito, mas para condenar sua visão “tosca” de mundo, de acordo com “especialistas” (sempre eles). Eis um trecho da reportagem:

O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta terça-feira que quer treinar atiradores de elite para abater criminosos em favelas do Rio. Em entrevista à Globonews TV, ele disse que dificilmente esses policiais atiram em inocentes, e falou que a ordem é para atacar quem quer que esteja na frente dos policiais,  mesmo que seja um bandido de costas:

– Raramente sniper atira em quem está de guarda- chuva. E muito menos em quem está com furadeira. Nesses casos eram militares que não estavam preparados para esse tipo de missão. Os militares da Core e do Bope inclusive serão treinados. Hoje, na Cidade de Deus, um helicóptero filmou cinco elementos armados de fuzis. Ali, se você tem uma operação em que nossos militares estão autorizados a realizar o abate, todos eles serão eliminados – disse Witzel ao ser questionado sobe episódios em que inocentes foram baleados porque outros objetos foram confundidos com  armas pelos policiais, e complementou:

– Fuzil na mão? É ameaça. Ele vai usar o fuzil para atacar para quem quer que seja na frente dele  – ao responder a uma hipótese  onde um traficante esteja de costas com fuzil.

O governador eleito, no entanto, reconheceu que não pode garantir que os policiais não serão condenados pela Justiça.

– Prefiro defender policiais no Tribunal do que ir a funeral. O policial será defendido. Se condenado, nós vamos recorrer. Se a setença for mantida, é um risco que a gente corre. O que me deixa desconfortável é ver bandido com fuzil na rua – disse Witzel.

Já os “especialistas” ouvidos pelo jornal condenaram essa interpretação da lei. Na ótica rosada dos “progressistas”, um sujeito com fuzil na mão numa favela não necessariamente é um perigoso traficante pronto para matar inocentes; pode ser um trabalhador honesto, quem sabe? E mesmo que seja bandido (ter um fuzil já é crime no Brasil), como ter certeza de que oferece ameaça?

Talvez se artistas e “intelectuais” se aproximarem dele cantando “Imagine”, soltando bolas de sabão e fazendo um cordão de abraço, todos usando camisetas brancas com a pomba da paz, o cara se comove, larga o fuzil e vai imediatamente procurar um emprego honesto, não é mesmo?

Os “progressistas” perderam qualquer elo com a realidade…

PS: Em seu editorial de hoje, O GLOBO voltou a defender o Estatuto do Desarmamento, apesar do aumento dos homicídios, alegando que tal aumento seria ainda maior sem essa medida (argumento contrafactual impossível de ser refutado). E concluiu com uma “lógica” cartesiana que simplesmente não encontra eco na realidade:

Os que atacam o Estatuto do Desarmamento costumam dizer que a legislação não surtiu efeito, à medida que não foi capaz de reduzir os índices de homicídio por armas de fogo no país. Mas trata-se de meia verdade. De fato, o número de assassinatos tem crescido desde 2003, mas por outros motivos. Estudos mostram que o cenário seria ainda mais catastrófico não fosse o freio da lei. Não é difícil entender por quê. Quanto mais armas, mais mortes. É uma ilusão achar que a sociedade estará mais protegida aumentando-se o arsenal em circulação. Ao contrário, estará ainda mais exposta.

Vários estudiosos do tema mostraram que não há qualquer ligação direta entre “mais armas, mais mortes”. Pelo contrário! E não é difícil entender por quê. Os marginais não vão abrir mão de suas armas. Já são criminosos! Já seus potenciais alvos estarão desarmados, o que aumenta a ousadia dos bandidos. Isso sem falar que os bandidos, ao menos no Rio, andam com fuzis. E os “progressistas” ainda acham que isso não é necessariamente uma ameaça. Se ao menos esses traficantes lessem o Estatuto do Desarmamento…

Rodrigo Constantino

“O cara que está armado de fuzil no meio da rua tem que ser eliminado” (Cruzoé)

“O cara que está armado de fuzil no meio da rua tem que ser eliminado”, disse o general Augusto Heleno, em entrevista à Crusoé.

Ele explicou como isso pode ser feito:

O sr. falou em nova legislação que precisará ser aprovada para fazer esse tipo de combate. Pode citar um exemplo?

Estamos brigando pela regra de engajamento.

O que é a regra de engajamento?

São as regras que devem ser seguidas contra, por exemplo, quem tem arma na mão. É quando você pode atirar, quando não pode. Como é possível que as forças legais tenham que esperar que um sujeito armado de fuzil atire primeiro — com uma arma de guerra melhor que a arma da polícia? Você espera e só depois reage? As organizações criminosas não respeitam as forças legais.

Seria o chamado excludente de ilicitude, que prevê acabar com punição para agentes de segurança que matam em combate?

O desfecho disso é o excludente de ilicitude. Mas a regra que permite que o comandante da cena autorize ou ele mesmo execute um cara que está armado de fuzil no meio da rua, ostentando essa arma e debochando da força legal, é outra coisa. O cara que está armado de fuzil no meio da rua tem que ser eliminado.

Leia a entrevista completa aqui.

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Fonte: Blog Rodrigo Constantino

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