Por que milhões gritaram "fora Dilma" não gritam "fora Temer"?
Eis uma dúvida frequente: por que milhões de pessoas gritaram “fora Dilma” em protestos, mas não gritam “fora Temer”?
1 – Não precisa. Ninguém defende Temer. A justiça está agindo contra ele.
2 – Para não se juntar a sindicatos, partidos e movimentos que pedem a saída de Temer e… a volta de Lula e o fim da Lava Jato.
A principal função do movimento pelo impeachment de Dilma foi se contrapor aos movimentos que iam às ruas ou se utilizavam da imprensa para defender o governo mais corrupto e incompetente da história brasileira. O país estava sendo levado para o mesmo brejo onde se encontra hoje a Venezuela por causa do apoio dessas pessoas. Era urgente se levantar contra isso.
Temer conta com um índice de rejeição semelhante ao de Dilma. Porém, não vemos artistas, sindicatos, professores universitários, movimentos disso e daquilo nem rapazinhos e mocinhas de classe média gritando o tempo todo que ele é lindo e maravilhoso. Temer é o que é, CORRUPTO, e só está no poder porque o PT o colocou lá. Se ele fosse honesto, não teria sido acolhido pelo PT para ser vice de Dilma, duas vezes.
Temer na presidência não foi uma escolha. Foi apenas resultado de uma circunstância por demais dramática – a necessidade de tirar do poder uma presidente comprometida com o que há de pior no mundo, o socialismo.
Mais: Michel Temer foi denunciado, pela 2° vez, porque foi flagrado dando continuidade aos esquemas de corrupção criados e alimentados por Lula e Dilma. Tentar dissociar Temer do PT é, no mínimo, uma cretinice.
Se Lula e Dilma tivessem administrado o Brasil de forma competente, o país não teria entrado em recessão.
Se Lula e Dilma fossem honestos, a Lava Jato não existiria.
Se os petistas fossem coerentes com o que eles mesmos dizem nos palanques, não teriam convidado o PMDB para ser seu aliado, não teria dado Furnas à Aécio, não teria dado a Caixa para Eduardo Cunha, não teria loteado ministérios e estatais entre políticos corruptos, não teria enchido os cofres das maiores empresas do país com dinheiro público. Ou seja: Essa merda toda foi criada pelos petistas, não por aqueles que pediram a saída de Dilma.
Eu, particularmente, sou a favor para a saída de Temer. Mas respeito quem não se sente motivado a ir às ruas como fizeram contra Dilma.
E outra coisa: por pior que seja, é mil vezes melhor estarmos com Temer do que com qualquer outro petista. A economia está melhorando. A Lava Jato continua. Tomamos um caminho diferente do da Venezuela.
POR QUE TANTA TARA PELA PALAVRA “FUZILAR”, BOLSONARO? (por Rodrigo Constantino)
Era para ser uma sexta-feira tranquila entre mim e os “bolsominions”, aqueles seguidores mais, digamos, aguerridos do “mito”. Eu publiquei aqui um texto apresentando um bom motivo para se torcer pela vitória de Bolsonaro em 2018. Em seguida, publiquei outro texto mostrando os seguidores de Bolsonaro sendo tolerantes com uma militante LGBT, o que jamais aconteceria no caso contrário. Por fim, ainda puxei a orelha de João Doria, que quer privatizar “gradualmente” a Petrobras e unir Caixa e BB, em vez de privatiza-los também.
Ou seja: tudo prometia uma lua de mel momentânea entre nós, uma paz temporária, com um fim de semana mais calmo, sem ataques furiosos daquela ala barulhenta que não pode ver o capitão ser criticado numa só vírgula ou sequer questionado. Mas o homem não deixa. O próprio Bolsonaro parece não conseguir manter a boca fechada, sem tanto arroubo de macheza autoritária. Parece uma espécie de Ciro Gomes da direita, cuja verborragia já lhe custou muito politicamente.
Bolsonaro simplesmente disse que “tem que fuzilar” os autores do Queermuseu, do Santander Cultural. Não, não é invenção da imprensa “Fake News”. Eu vi o vídeo. Ele diz isso mesmo. É verdade que diz, logo depois, que estava usando uma “força de expressão”. Menos mal. Não cheguei a pensar que Bolsonaro colocaria os responsáveis num paredão como o cubano e apertaria o gatilho. Mas cabe perguntar: por que essa tara toda pela palavra “fuzilar”?
FHC deveria ter sido “fuzilado” pelo “crime de lesa-pátria” ao privatizar a Vale, segundo o velho Bolsonaro. O novo, mais palatável para liberais nesse aspecto (pero no mucho), quer “fuzilar” curadores socialistas de mostra “cultural” com pedofilia e zoofilia para crianças. Posso entender a revolta – foi a de milhões de brasileiros, e a minha mesmo. Posso entender o desejo de justiça, já que a lei configura crime esse tipo de coisa, e a “arte” não é uma escusa. Posso até mesmo entender que o candidato quer se destacar em meio a tanta revolta, provando ser o mais revoltado.
Mas não posso aplaudir ou me calar diante de alguém que pretende ser o presidente da República e usa com tanta flexibilidade e abundância a ideia de fuzilamento. Ainda que “no sentido figurado”. Palavras importam. E esse tipo de mensagem em nada ajuda na busca pelo império das leis, ou mesmo no resgate de valores morais contra essa esquerda pervertida. Ao contrário: é munição para essa turma. É combustível, lenha na fogueira, pretexto para que banquem a vítima de intolerância. É o outro lado da mesma moeda, a esquerda raivosa de sinal trocado:
Se ficamos revoltados quando um esquerdista, como o editor do Zero Hora, diz que gostaria de ser um comunista para “passar bala” na garotada do MBL, ou com um professor, como Mauro Iasi, que citou Brecht para dizer que gostaria de fuzilar conservadores, temos que ser coerentes e repudiar essa fala de Bolsonaro. Ainda que ele alegue “força de expressão”.
O apresentador colocou pilha, o deputado caiu direitinho. Demonstra muita empolgação e pouco controle. Se continuar assim, vai agradar a turma que já o idolatra. Mas essa turma não é capaz de colocá-lo na presidência. No máximo, pode garantir muitos likes nas redes sociais. Parafraseando o rei Juan Carlos em fala inesquecível para Hugo Chávez, por qué no te callas?
Rodrigo Constantino
Comandante do Exército descarta intervenção militar (no Poder360)
Trata-se de uma resposta a declarações de um colega, General Hamilton Mourão havia defendido uma intervenção
“Desde 1985 não somos responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir. Além disso, o emprego nosso será sempre por iniciativa de um dos Poderes”, disse Villas Bôas
Villas Bôas falou ao jornal Estado de São Paulo. Trata-se de uma resposta ao general Antonio Hamilton Mourão. Em evento da maçonaria, em Brasília, na última 6ª feira (15.fev.2017), propôs uma intervenção militar para solucionar os problemas da política.
“Ou as instituições solucionam o problema político retirando da vida pública o elementos envolvido em todos os ilícitos ou então nós teremos que impor uma solução”. Reforçou: “Os Poderes terão que buscar uma solução. Se não conseguirem, temos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil. Ela trará problemas. Pode ter certeza”.
O PT publicou uma nota oficial repelindo a postura do general Hamilton Mourão. O partido defende que o posicionamento “fere frontalmente a Constituição e ameaça seriamente a democracia“.
Segundo a nota, o general foi afastado do Comando Militar do Sul, em 2015, por ter manifestado ideias a favor de uma ação militar na política.