O risco Lula evaporou, diz "O Antagonista"
O maior risco para a economia brasileira – a volta da Lula – evaporou na semana passada.
Esse é o motivo de tanto otimismo no mercado.
O depoimento de Antonio Palocci vale mais do que a reforma previdenciária.
A cúpula do PT afunda com o chefe
Na quarta-feira, Lula será interrogado por Sergio Moro sobre o pacote de propinas que recebeu da Odebrecht.
Segundo a Folha de S. Paulo, a cúpula do PT vai acompanhá-lo a Curitiba.
A ORCRIM nunca vai abandonar o chefe.
Mais 13 anos para desfazer 13 anos de estrago do PT
Um estudo do banco Credit Suisse identificou que o ajuste fiscal lento e gradual das contas públicas vai comprometer o potencial de crescimento do Brasil, informa a Folha.
“Pela projeção da instituição, ao longo dos próximos 13 anos, período em que a preocupação do governo será sair do vermelho e voltar a poupar, a economia vai avançar apenas 2% ao ano, em média.
É uma taxa muito medíocre para o potencial do Brasil. Equivale a menos da metade da taxa prevista para os países emergentes, que está perto de 5%. Fica aquém até da projeção para a média de crescimento econômico global, que é próxima de 3%.”
Em resumo: o Brasil precisa de 13 anos para desfazer os 13 anos de estrago dos governos do PT.
A (nossa) fortuna gasta pelo PT no BNDES
O governo de Michel Temer pediu oficialmente que o BNDES devolva, antecipadamente, R$ 180 bilhões dos empréstimos concedidos pelo Tesouro Nacional ao banco, informa o Estadão.
“Desse total, R$ 50 bilhões entrariam no caixa do governo ainda este ano, e R$ 130 bilhões no ano que vem.”
“O banco já deixou claro que quer negociar valores menores.”
O Antagonista destaca outro trecho da matéria:
“Nos últimos anos, o Tesouro repassou recursos bilionários ao BNDES como forma de engordar o caixa do banco e ampliar os financiamentos. Era uma estratégia dos governos Lula e Dilma Rousseff de alavancar os investimentos sem impacto direto no Orçamento.”
Ao injetar R$ 500 bilhões do Tesouro – ou seja, dos pagadores de impostos brasileiros – no banco estatal de 2009 a 2014, a “estratégia” de Lula e Dilma era alavancar, por exemplo, a JBS do futuro detido Joesley Batista.
Linhas auxiliares abandonam PT
O depoimento de Antonio Palocci foi tão devastador para Lula que dirigentes de siglas historicamente aliadas ao PT “decidiram iniciar, ainda em reserva, discussões sobre o rumo que tomarão em 2018”, segundo o Painel da Folha.
“Eles não veem chances de o ex-presidente Lula ser candidato à Presidência e argumentam que não há substituto — nem mesmo um nome ungido pelo petista — que consiga unificar a esquerda. A ordem agora é pensar no próprio plano B. Sem Lula no páreo, argumentam, ‘todo mundo é japonês’.”
Palocci “aliviado”
Ao contrário do que dizem dirigentes do PT e apoiadores de Lula, um advogado e dois amigos de Palocci afirmaram ao Estadão que o ex-ministro está “lúcido”, “sereno” e “aliviado” com a confissão ao juiz Sérgio Moro.
Em todos os sentidos, a verdade liberta.
Kakay entrega Lula
Kakay, amigo de José Dirceu, garantiu que Joesley Batista disse a verdade à PGR.
Ele confirma, portanto, que a JBS deu 150 milhões de dólares em propinas para Lula e Dilma Roussef.
Por que Fachin? Por que Janot?
Joesley Batista e Ricardo Saud estão presos, mas alguns fatos permanecem sem explicação
Edson Fachin poupou Marcelo Miller, mas o pedido de prisão dos empresários tem base forte na suspeita de colaboração ilícita do então procurador com os delatores. Como Miller pode não ter sido preso?
O ministro emitiu os mandados de prisão temporária de Joesley e Saud desacompanhados de mandados de busca e apreensão, que permitiriam à Polícia Federal entrar na casa dos delatores. Por quê?
O Antagonista apurou que Fachin encaminhou à PGR os mandados de prisão na sexta-feira à noite, mas a PF só os recebeu às 16h de sábado. Um dos mandados chegou com endereço errado e precisou ser retificado. Demora e falha estranhas.
O encontro furtivo de Rodrigo Janot com o advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, revelado por O Antagonista, ocorreu no final da manhã de sábado, antes que a PF fosse comunicada oficialmente dos mandados de prisão. Embora Janot e Bottini digam que se encontraram por acaso, O Antagonista sabe que os dois combinaram o encontro e trataram, sim, das prisões de Joesley e Saud.
O “boteco” do encontro, aliás, é um depósito de bebidas do Lago Sul, em Brasília, distante do roteiro de lazer da capital. Janot frequenta o local, mas o advogado paulista obviamente não. Por que não tiveram um encontro formal?
Segundo fontes da PF, informações preliminares indicavam a prisão de Miller e as ações de busca e apreensão em todas as prisōes. A PF chegou a preparar um avião e deflagraria a operação na segunda-feira. Mudança de última hora?
Joesley e Saud têm muito o que explicar. Mas Fachin e Janot também têm.
EXCLUSIVO: JANOT É FLAGRADO COM ADVOGADO DE JOESLEY EM BAR (postado no sábado)
Rodrigo Janot e o advogado Pierpaolo Bottini, que defende Joesley Batista, tiveram um encontro fora da agenda num boteco de Brasília, neste sábado.
O Antagonista obteve com exclusividade o registro fotográfico feito por um frequentador do local.
A testemunha diz que ambos conversaram por mais de 20 minutos. Para não chamar atenção, escolheram uma mesa de canto, ao lado de uma pilha de caixas de cerveja. Janot não tirou os óculos escuros:
A assessoria de Janot não retornou o contato de O Antagonista. Bottini confirmou o encontro fora da agenda, mas disse que foi “casual”. Veja abaixo a explicação do advogado:
“Na minha última ida a Brasília, este fim de semana, cruzei casualmente com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, num local público e frequentado da capital. Por uma questão de gentileza, nos cumprimentamos e trocamos algumas palavras, de forma cordial. Não tratamos de qualquer questão outra ou afeita a temas jurídicos. Foi uma demonstração de que as diferenças no campo judicial não devem extrapolar para a ausência de cordialidade no plano das relações pessoais.”
NO BAR, JANOT DIZ QUE FALOU DE ‘AMENIDADES’ COM ADVOGADO DE JOESLEY
A assessoria de imprensa de Rodrigo Janot finalmente enviou uma explicação do PGR sobre o furtivo encontro de ontem com o advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, num bar de Brasília.
Segundo ele, o encontro não foi combinado e que Janot frequenta o local “rotineiramente”. Diz ainda que não tratou de qualquer assunto de “natureza profissional”, mas “apenas amenidades”.
É a mesma desculpa dada pelo advogado.
Eis a nota:
“Acerca da nota publicada pelo site O Antagonista, a Procuradoria-Geral da República esclarece que o procurador-geral da República frequenta o local rotineiramente. Não foi tratado qualquer assunto de natureza profissional, apenas amenidades que a boa educação e cordialidade prezam entre duas pessoas que se conhecem por atuarem na área jurídica.”
TRF-4 julga nesta semana recurso contra condenação de José Dirceu (Poder360)
O recurso apresentado pela defesa do ex-ministro José Dirceu para tentar reverter condenação do político deve ser julgado nesta semana. A apelação está na pauta da sessão da próxima 4ª feira (13.set.2017), da 8ª turma do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
A Corte é responsável pelo julgamento em 2ª instância de sentenças do juiz Sérgio Moro. A sessão está marcada para começar às 13h30, em Porto Alegre (RS).
Em maio de 2016, Moro condenou o petista a 23 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. A defesa de José Dirceu, em junho do mesmo ano, conseguiu reduzir a pena para 20 anos e 10 meses.
A mudança se baseou no artigo 65 do Código penal que estabelece redução da condenação em caso de menores de 21 e maiores de 70 anos. O ex-ministro está com 71 anos.
No recurso a ser julgado nesta semana, a defesa tenta atenuar ainda mais a condenação. “Falar em ‘impunidade’ ou ‘reprimenda insuficiente’ no presente caso acaba por demonstrar que este recurso é fruto de uma vontade ministerial injustificável de alcançar uma reprimenda absolutamente descabida e desproporcional”, diz trecho do recurso.
OPERAÇÃO PIXULECO
Dirceu foi preso na 17ª fase da Lava Jato, batizada de “Pixuleco”, em 3 de agosto de 2015. O político ficou preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Grande Curitiba (PR), até 3 de maio deste ano, quando passou a usar tornozeleira eletrônica e pôde ir para casa.
O ex-ministro foi condenado por usar a JD Consultoria para receber propina de empresas que tinham contratos com a Petrobras, conforme Moro. A empreiteira Engevix seria a principal pagadora de propina ao ex-ministro.
Dirceu vive em Brasília, em uma casa no Lago Sul. Quando voltou para casa após quase 2 anos preso, o político foi recebido com protestos.
O recado de Meirelles aos candidatos de 2018
Do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, neste domingo:
“A agenda da reforma da Previdência e outras agendas econômicas vão muito além de um governo e de um determinado momento do país. É o interesse nacional.”
Mais:
“Acredito, inclusive, que todos aqueles que pleiteiam participar da eleição de 2018 e têm expectativa de estar participando do governo a partir de 2019 são os maiores interessados que se aprove agora a reforma da Previdência.”
Como o próprio Meirelles, claro.
Para salvar delação, Joesley promete entregar gravações inéditas mantidas no exterior (Gazeta do Povo)
SERGIO LIMA/AFP
O dono da JBS, Joesley Batista, prometeu entregar novos áudios, que estariam armazenados no exterior, segundo noticia a “Folha de S.Paulo”. Porém, o delator quer usar a negociação desses áudios para evitar que seja rescindido o acordo feito ao entregar o áudio de sua conversa com o presidente Michel Temer, que o deixou fora da prisão.
Neste domingo (10), Joesley Batista e Ricardo Saud (também delator e executivo da JBS) se apresentaram à Polícia Federal, em São Paulto, por volta das 14 horas. A dupla teve a prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que acolheu o pedido feito no sábado (9) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Com a sinalização de que tem novos áudios, Joesley Batista indica que não vê em sua prisão o desfecho da história e que tentará reverter a situação para ficar em liberdade.
Como argumento, a defesa de Joesley deve alegar que não foi rompido o acordo de delação com omissão de provas e indícios. A tese que deve ser usada é a de que os delatores não entregaram tudo que tinham, pois não eram obrigados a entregar à PGR gravações e documentos nos quais julgavam não haver indícios de crimes.
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, assumiu a defesa de Batista e Saud. Em nota divulgada ao se apresentar como defensor no caso, Kakay indicou que se houver uma quebra do acordo – que, segundo ele, ocorreu por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) e não de seus clientes – ocorrerá uma “insegurança geral” para todos os delatores.
Ele afirma que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não pode agir com “deslealdade”, pois os empresários cumpriram todas as obrigações que foram impostas pelo acordo de colaboração. “Não pode o dr. Janot agir com falta de lealdade e insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça”, escreveu Kakay. Janot anunciou na segunda-feira passada que abriu um procedimento de revisão do acordo dos delatores da JBS
A tensão no STF e na PGR sobre o assunto é grande. Nesta semana termina o mandato do procurador-geral, Rodrigo Janot, e são aguardadas para esse período as últimas denúncias e pedidos de prisão da lavra de Janot. No STF, a pressão é para que o ministro Edson Fachin tenha cautela sobre novos áudios, evitando homologar gravações antes de periciá-las, o que foi considerado um erro na primeira gravação, noticiada em maio deste ano.