Fera ferida, Janot ataca. É o cara que ressuscitou o PT e concedeu a liberdade a Joesley
É, meus caros, é quando as feras estão feridas que elas são mais perigosas. É o caso de Rodrigo Janot. Não dá para associá-lo a um leopardo ou a algum outro felino. Mas a natureza esconde feras às vezes insuspeitadas. Poucos sabem, mas o maior assassino de humanos na natureza é o hipopótamo. Tem aquele ar aparentemente abestado, inofensivo quase. Mas quê… Quando abre aquela bocarra, expõe presas destruidoras.
“Está comparando o procurador-geral da República com um hipopótamo, Reinaldo?” Não! Mas ferido ele está, inclusive na sua vaidade. E agora decidiu nos tratar a todos como jumentos ou como ruminantes. Aquele que tem a obrigação funcional e moral da ponderação — afinal, o órgão que comanda detém o poder da investigação (até hoje, arrancado no berro, sem previsão constitucional) e da denúncia. Não, eu não o comparo com um hipopótamo, mas é fato que sua mordida é poderosa. Especialmente num momento em que políticos se acovardam e em que setores da imprensa decidem endossar métodos típicos de Estado policial.
O doutor decidiu agora, como naquela música de Fábio Junior, dividir o mundo em duas metades da laranja. Mas, à diferença das “duas forças que se atraem” e do “sonho lindo de viver”, o que se tem, na mente de Janot, são forças antagônicas, que se repelem: na sua cabeça, há “os inimigos da Lava Jato” e os “amigos”. Os segundos endossam tudo o que fazem o procurador-geral e seus menudos de faces rosadas e ternos escuros; os primeiros, bem…, o doutor não reconhece matizes: seriam todos sócios da lambança.
Na abertura, nesta segunda, de um seminário no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília, o procurador-geral mostrou as presas. Disse:
“Basta de hipocrisia! Não há mais espaço para a apatia. Ou caminhamos juntos contra essa vilania que abastarda a política ou estaremos condenados a uma eterna cidadania de segunda classe, servil e impotente contra aqueles que deveriam nos representar com lealdade”!
Leia a íntegra no blog de Reinaldo Azevedo no site da RedeTV.
Gilmar Mendes adverte contra Estado policial; e o “vermelho” que Janot quer como substituto
No Brasil, há alguns homens corajosos, que não se acovardam quando a luta se torna mais dura, que não correm para se esconder debaixo da cama. Um deles é o ministro Gilmar Mendes, do STF, também presidente do TSE. Ele conferiu uma palestra a empresários ligados ao LIDE de Pernambuco nesta segunda. E teceu, sim, críticas ao lado vicioso da Lava Jato e operações conexas. Afinal, como ignorar que o ministro faz tais restrições num momento em que Rodrigo Janot concorreu para transformar Joesley Batista, um bandido notável, em herói nacional?
Em sua palestra, o ministro defendeu “limites” às investigações. Mas que se note o sentido da palavra. O “limite” não quer dizer deixar de investigar este ou aquele, mas fazê-lo segundo regras estabelecidas pelos códigos brasileiros.
Ele se referiu, por exemplo, à forma que tomou a investigação contra o presidente Michel Temer
“Não podemos despencar para um modelo de Estado Policial, como também não se pode cogitar de investigações feitas na calada da noite, arranjos, ações controladas que têm como alvo qualquer autoridade ou o próprio presidente da República. É preciso discutir isso com muita tranquilidade. E é preciso criticar isso. Investigação sim, abuso não. Não se combate o crime cometendo. É preciso que a sociedade diga isso de maneira clara. O Estado de Direito não comporta soberanos”, afirmou.
Há alguém que discorde da apuração com regras?
Ele cita ainda o caso de investigação de ministros do STJ. Mendes destacou que se estava apurando até o que já havia sido explicado de pronto, em inqueritos que não darão em nada. Para ele, o objetivo era constranger o tribunal e toda a magistratura.
Leia a íntegra no blog de Reinaldo Azevedo no site da RedeTV.