"Fui vítima de um crime... vai ver o culpado sou eu!!!!" (por REINALDO AZEVEDO)
O Brasil se tornou refém do "Tenentismo da Destruição". O país caminha para o abismo político, legal e institucional. Aparecerá alguém com um lume ao menos, a nos dar uma esperança, ainda que bruxuleante? Esse portador de alguma luz contra as trevas, creiam, era Michel Temer. Torço para que chegue ao fim do mandato. Mas não será fácil.
E o futuro? Até agora, o que vejo são pré-candidatos a cronistas das nossas angústias, com suas ligeirezas à direita ou à esquerda. Pergunta rápida, com resposta idem, dois dias depois dos atos terroristas protagonizados pelas esquerdas na Esplanada dos Ministérios: se não se fizer a reforma da Previdência agora, quem terá coragem de levar essa pauta para o palanque?
Salvo engano, foi Luiz Werneck Vianna, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, o primeiro cientista político a caracterizar essa era de procuradores e juízes militantes como um "novo tenentismo". Em vez do uniforme militar, a toga. O movimento de jovens oficiais de baixa e média patentes, na década de 20, teve importância capital na história do país. Dali saíram tanto o líder comunista Luiz Carlos Prestes como boa parte da elite fardada de 1964. A Revolução de 30 foi o primeiro golpe bem-sucedido da turma.
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Na Veja: ‘Como mentem essas verdades’
por Carlos Brichmann
por Carlos Brickmann
Culpa…
A Associação Brasileira de Imprensa acusou a Procuradoria Geral da República por violação do segredo da fonte. Pelo artigo 5º da Constituição, a fonte do jornalista é sigilosa. Se houver processo, ele é que responde. Pois o ministro Edson Facchin liberou o sigilo da delação premiada que atingiu Andréa, irmã do senador Aécio Neves, PSDB. Legalmente, o material que não se referisse ao caso teria de ser destruído. Mas não foi: alguém separou das horas de grampo do telefone de Andréa o trecho em que conversava com o jornalista Reinaldo Azevedo, de Veja e da Rádio Jovem Pan. Justo ele, que vinha criticando a forma das investigações!
…sem culpados
Tanto a PGR quanto a PF concordam: houve quebra do sigilo. Ambas negam ser culpadas. Mas bem que poderiam contar a verdade, mesmo que seja difícil de acreditar. As gravações referentes a Reinaldo Azevedo são espertíssimas e saíram sozinhas do material a ser destruído. Enviaram-se a jornalistas, fingindo que a remessa era de alguma autoridade. Foi assim que tudo aconteceu: ninguém é culpado pela ilegalidade, nem mesmo as gravações desobedientes – pois quem vai julgar a culpa de uma gravação?
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Na Folha: Saída da eleição indireta só não é mais desastrosa que a direta
por Demétrio Magnoli
Temer provavelmente descerá a rampa até o solstício de inverno. A saída constitucional da eleição indireta só não é mais desastrosa que a alternativa inconstitucional da eleição direta, pela qual clamam os demagogos.
No Planalto e na Paulista, acalenta-se a ilusão de uma substituição indolor de comando, com a retomada da agenda reformista. Mas, no mundo real, a eleição indireta, por um Congresso desmoralizado, acentuaria a carência de legitimidade popular que envenenou o governo Temer. Sobre os escombros do sistema político, emergiria o Poder Moderador do sistema de justiça (STF, Ministério Público).
O presidente escolhido pelo colégio eleitoral restrito pagaria o voto por um acordo de conciliação da elite política assentado na diluição das reformas econômicas e na sabotagem da Lava Jato. Os contragolpes do sistema de justiça devastariam o pouco que ainda resta do equilíbrio institucional. Atolado em prolongada recessão, o país assistiria ao espetáculo de uma campanha eleitoral permanente, sem reforma política relevante, dominada por pretensos salvadores da pátria.
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Na Folha: Cada um enxerga a realidade como quer, não como ela é
por Mariliz Pereira Jorge
Em assuntos que mexem com a emoção do sujeito –como futebol, religião ou política, por exemplo– o cérebro humano não assimila nem aceita informações e evidências que vão contra suas convicções, comentou a jornalista Malu Gaspar, sobre um estudo de neurociência que havia lido recentemente.
Ela deu como exemplo o racha que pudemos observar no dia do interrogatório de Lula ao juiz Sergio Moro. "Todo mundo assistiu ao mesmo depoimento, viu as mesmas imagens sobre manifestações a favor e contra Lula. Mas quem era pró-Lula acha que o depoimento foi um sucesso e o ex-presidente desnudou as verdadeiras intenções de Moro. Quem já era contra Lula celebrou o fracasso. E assim vamos confirmando a ciência."
A pesquisa foi conduzida pelo psicólogo Drew Western e um time de pesquisadores da Emory University, sediada em Atlanta (EUA), e o resultado apresentado na conferência anual da Sociedade de Psicologia Social e Personalidade.
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Na Veja: J.R. Guzzo: Um país inviável
O único Brasil possível, para eles, é o Brasil que tem como única função colocar a máquina pública a serviço de seus bolsos
O presidente Michel Temer, no fim das contas, não conseguiu atravessar nem mesmo a miserável pinguela que tinha pela frente para usar a faixa presidencial até o último dia oficial de seu mandato. Era o seu sonho, ou seu único objetivo real ─ cumprir o curtíssimo prazo que a lei lhe deu para despachar no Palácio do Planalto. Chegou até mesmo a montar um bom ministério, e não só na área econômica. Estava começando, enfim, a anotar bons resultados. Mas não deu, e nem poderia dar. Temer assumiu a Presidência da República em situação de D.O.A., como dizem os relatórios hospitalares e policiais nos Estados Unidos ─ dead on arrival, ou morto na chegada. Chegou morto porque só sabe fazer política, agir e pensar para um Brasil em processo de extinção, onde presidentes da República recebem em palácio indivíduos à beira do xadrez, discutem com eles coisas que jamais deveriam ouvir e não chamam a polícia para levar ninguém preso. Desde a semana passada, com uma colossal denúncia criminal nas costas de Michel Temer, as datas oficiais da sua certidão de óbito como presidente deixaram de fazer diferença. Seu governo não existe mais. A atual oposição (até ontem governo) do PT-esquerda não existe mais; eles estão rindo, mas riem no próprio velório. Os políticos, como classe, não existem mais. Querem viver de um jeito inviável e manter de pé um país inviável. Acabaram por tornar-se incompreensíveis.
Na verdade, como já ficou claro há um bom tempo, não se poderia mesmo esperar algo diferente do que está acontecendo. É simples. O Brasil de hoje é governado como uma usina de reprocessar lixo. Entra lixo de um lado, sai lixo do outro. O que mais poderia sair? Entre a porta de entrada, que é aberta nas eleições, e a porta de saída, quando se muda de governo, o produto fica com outra aparência, altera o nome, recebe nova embalagem ─ mas continua sendo lixo. Reprocessou-se o governo do ex-presidente Lula; deu no governo Dilma Rousseff; reprocessou-se o governo Dilma; deu no governo Michel Temer. Não houve, de 2003 para cá, troca no material processado pela usina. Não houve alternância de poder, e isso inclui o finado governo Temer. Continuou igual, nos três, a compostagem de políticos “do ramo”, empreiteiras de obras públicas, escroques de todas as especialidades, fornecedores do governo, parasitas ideológicos, empresários declarados “campeões nacionais” por Lula, por Dilma e pelos cofres do BNDES. É esse baixo mundo que governa o Brasil.
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