Jovens do MBL dão um bafão nos irresponsáveis de cabelos brancos (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 20/12/2016 17:06
Num manifesto, movimento pede que os Poderes respeitem suas respectivas esferas de competência e parem de fazer movimentos acrobáticos para a torcida

Algo de muito errado se passa na República quando os jovens resolvem puxar as orelhas dos maduros, acusando a sua irresponsabilidade. Mas, ao mesmo tempo, vamos reconhecer: também se trata de fato auspicioso.

O Movimento Brasil Livre resolveu divulgar um texto intitulado “MANIFESTO EM FAVOR DAS INSTITUIÇÕES E DA TRIPARTIÇÃO DO PODER”, em que, ora vejam, cobra que os digníssimos homens e mulheres que compõem os Poderes da República se atenham ao papel que lhes reserva a Constituição.

No texto, o movimento expressa, é claro, seu apoio às investigações da Lava Jato, mas lembra que o Ministério Público não pode aproveitar o suporte que lhe dá a sociedade para defender pautas corporativistas.

O MBL critica também o Supremo Tribunal Federal por sua sede legiferante e por interferir, por meio de liminares desastradas, em decisões do Poder Legislativo. O movimento deixa claro que defende, sim, a punição de Renan Calheiros, de acordo com o devido processo legal, mas repudia o ato destrambelhado de Marco Aurélio, que resolveu afastá-lo da Presidência do Senado por meio de uma liminar ilegal.

Também a liminar de Luiz Fux, que houve por bem anular uma votação na Câmara, não passa pelo crivo do movimento, que deixa claro, no entanto, que rejeita a forma que tomou o conjunto de medidas contra a corrupção. Referindo-se às citadas liminares, afirma o texto: “Ambas as decisões foram pouquíssimo ortodoxas, sendo apoiadas por alguns que desconhecem o texto constitucional – o que não é o caso dos doutores do Supremo. As repetidas acrobacias para a plateia, executadas em detrimento da lei, só servem à desordem e ao extremismo, não à Justiça”.

Espero que procuradores, juízes, parlamentares e ministros do Supremo leiam com atenção o manifesto. Até porque, num momento que não deixa de ser vexaminoso para os varões e varoas da República, afirmam os moços e as moças o movimento: “O MBL reúne pessoas de todas as idades, mas é majoritariamente formado por jovens. Ousamos cobrar que as mulheres e homens maduros da República deem exemplo de serenidade, de sensatez, de respeito às instituições e à Constituição.

Jovens cobrando ‘ordem’ dos maduros parece ferir — e, em certo sentido, fere mesmo — a ordem natural das coisas. Mas a tanto nos obrigam os maus hábitos em curso na República.

Senhoras e senhores, respeitem seus cabelos brancos! Para que possamos respeitá-los!”

Impecável.

Segue a íntegra no manifesto:
*
Copia sermonis non est consors rationis

Montesquieu, em sua obra-prima, “O Espírito das Leis”, nos ensinou que, para que uma República funcione de maneira virtuosa, seu poder deve ser dividido em três: Executivo – aquele que governa –, Legislativo – aquele que debate e propõe as leis – e Judiciário – aquele que, com base nas leis, julga.

Nos últimos tempos, a irracionalidade tem tomado conta do debate político. Investigações estão mostrando a corrupção enraizada que irrigou campanhas dos mais diversos partidos e fez avançar inúmeras pautas de interesses nada republicanos. Aproveitando um pico de popularidade, o Ministério Público Federal tentou fazer avançar pautas corporativistas, algumas delas até inconstitucionais. Em retaliação, a Câmara aprovou um projeto que possibilita punir juízes e promotores por crime de responsabilidade, cuja redação vaga acaba ameaçando o Ministério Público e o Judiciário.

Em meio a esse alvoroço, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem extrapolado sua competência e atuado como se estivesse acima dos outros Poderes. Não bastasse estar invadindo há algum tempo prerrogativas do Executivo — interferindo em questões relacionadas a políticas públicas, como a Saúde, e praticamente legislando em julgamentos, como o do rito do processo de impeachment —, o Supremo decidiu anular uma votação da Câmara e afastar o presidente do Poder Legislativo por meio de liminares monocráticas.

Em busca de alguns aplausos, o ministro Marco Aurélio tentou afastar o senador Renan Calheiros da presidência do Senado. É claro que nenhuma pessoa sensata ainda acredita na honestidade de Calheiros. O problema é que, no fundamento, a liminar de Marco Aurélio era ilegal e, no que respeita aos valores da democracia, constituía-se um atentado à tripartição do Poder.

Ressalte-se que, num dos casos, Renan só não foi julgado ainda porque o Ministério Público Federal demorou seis anos para oferecer denúncia. Esta permaneceu outras três no Supremo. E tivemos de assistir ao vexame de ver o relator do caso, Edson Fachin, apontar falhas técnicas no processo. Nos 11 outros inquéritos, relativos ao mensalão, com dois anos e meio de Operação Lava Jato, só um resultou até agora em denúncia. Novo vexame: o relator, Teori Zavascki, teve de pedir correção.

O MBL, em manifestação recente, pressionou ambas as instituições para que os processos relativos ao senador tenham um desfecho mais rápido, para que se possam cumprir a lei penal, e o senador, sendo julgado, seja condenado e preso, como determina a lei – o que não é o caso da liminar concedida pelo ilustre ministro.

Outro caso, mais recente e tão ou mais grave, foi o da liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, que buscou anular a votação do pacote das medidas propostas pelo Ministério Público. O MBL é absolutamente contra o texto que saiu da Câmara, mas isso não justifica uma interferência do Supremo no processo legislativo, que compete única e exclusivamente ao Congresso Nacional.

Pressionamos para que esse pacote seja enterrado em votação no Senado, que é uma possibilidade determinada pela lei, pela Constituição, diferentemente da decisão do eminente ministro.

Ambas as decisões foram pouquíssimo ortodoxas, sendo apoiadas por alguns que desconhecem o texto constitucional – o que não é o caso dos doutores do Supremo. As repetidas acrobacias para a plateia, executadas em detrimento da lei, só servem à desordem e ao extremismo, não à Justiça.

Já vimos excrescências como essas em outros tempos de histeria ao longo da história, como já dizia o barão de Monstesquieu no já citado “Espírito das Leis”: “Percebemos os abusos antigos, vemos a sua correção; mas vemos também os abusos da própria correção.”

Exigimos – com a devida vênia, é claro! – uma postura republicana do STF, digna do valor dessa instituição. Esquecer a tripartição do Poder e ceder aos gritos dos radicais que parecem querer uma Revolução Francesa tupiniquim é de uma irresponsabilidade sem tamanho.

Sem poderes devidamente separados e autoridades sensatas, não há Justiça. É insanidade acreditar que algum tipo de ordem possa advir do caos institucional. Vale lembrar que, numa das fases da Revolução Francesa, até Robespierre, um fanático cortador de cabeças, perde a cabeça!

O Brasil não precisa disso! Todo apoio à Lava Jato e às instituições democráticas! O MBL reúne pessoas de todas as idades, mas é majoritariamente formado por jovens. Ousamos cobrar que as mulheres e homens maduros da República deem exemplo de serenidade, de sensatez, de respeito às instituições e à Constituição.

Jovens cobrando “ordem” dos maduros parece ferir — e, em certo sentido, fere mesmo — a ordem natural das coisas. Mas a tanto nos obrigam os maus hábitos em curso na República.

Senhoras e senhores, respeitem seus cabelos brancos! Para que possamos respeitá-los!

Sonhos de extrema esquerda, extrema direita e extrema especulação

Ainda que Temer tivesse cometido crime de responsabilidade ou crime comum antes de ser presidente, não poderia ser processado no exercício do mandato (REINALDO AZEVEDO)

A grande questão que mobiliza a rede hoje, especialmente a petralha, é o eventual impedimento do presidente Michel Temer. Não se fala de outra coisa. Sei que, em certas áreas do pensamento de extrema direita e de extrema esquerda, lembrar que o país conta com lei, com uma Constituição, soa quase ofensivo.

Até agora, não há nada que indique que o presidente Michel Temer tenha cometido crime comum ou crime de responsabilidade antes de ter se tornado presidente da República. Vamos pensar essa questão, no entanto, apenas por hipótese.

Se isso aconteceu, como reza a Constituição, o presidente não poderá ser processado pelos próximos dois anos. Estamos aqui a tratar do Parágrafo 4º do Artigo 86 da Constituição, que é claro: “§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”.

Ainda que Temer tivesse cometido crimes antes de se tornar presidente da República, não poderá se processado agora. Logo, a chance de prosperar contra ele uma ação no Supremo é igual a zero. Aliás, a Procuradoria-Geral da República nem mesmo se ocuparia disso. Nem Marco Aurélio consegue mudar essa.

O risco, agora sim, está no Tribunal Superior Eleitoral, onde há ações contra a coligação que elegeu Dilma presidente e Michel Temer vice. Nesse caso, eventuais irregularidades envolvendo doação de campanha podem, sim, levar a uma punição da chapa. O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, chama, no entanto, atenção para o fato de que o próprio tribunal pode ter de esperar desdobramentos da Lava Jato, não?

Afinal, essa penca de delações certamente vai servir para iluminar aquilo que está sendo investigado no TSE.

As previsões apocalípticas de que eventuais conteúdos de uma delação ou outra poderiam “derrubar Temer” não têm nenhum fundamento jurídico, pois, no que diz respeito a ações penais ou crimes de responsabilidade. Afirmar isso é misturar desejo com a realidade.

Sim, é evidente que não é só a questão jurídica que mantém ou que derruba um presidente, como sabe Dilma. Há também as condições políticas. Por mais que as delações acenem com um cenário de terra arrasada no Congresso, o fato é que Temer dispõe de uma maioria relativamente tranquila e que as ruas, felizmente, apresentam uma temperatura bem mais baixa do que gostariam a extrema esquerda, a extrema direita e os extremos especuladores.

Reinaldo X Laerte: desumanização de oponente é tática de nazistas

Tentam fazer escarcéu com vitória de cartunista em primeira instância, mas esquecendo, afinal, o que é que está em debate (REINALDO AZEVEDO)

Vejam esta charge.

A Folha de S. Paulo, jornal do qual sou colunista e Laerte é chargista, publica o seguinte texto: * O juiz Sang Duk Kim, da 7ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou o jornalista Reinaldo Azevedo ao pagamento de R$ 100 mil à cartunista Laerte como indenização por danos morais. Cabe recurso. Laerte entrou com ação contra Azevedo pela publicação de um texto, em 24 de agosto de 2015, em seu blog no site da revista “Veja”, que foi posteriormente lido por ele na rádio Jovem Pan. O jornalista chama a cartunista de “fraude moral”, “baranga moral”, “fraude de gênero” e “fraude lógica”. Segundo Laerte, houve ofensa a sua honra e dignidade. O texto foi resposta a uma charge publicada na Folha em que Laerte criticava manifestantes pró-impeachment de Dilma Rousseff. Em defesa, Azevedo, colunista da Folha, disse que a crítica é consonante com “seu estilo jornalístico característico, sem nenhum abuso ou ofensa em relação à autora”.

Vamos ver Eu gosto de debater questões jurídicas no blog. Também gosto do embate em curso sobre prerrogativas e privilégios envolvendo juízes etc. Já me recomendaram ficar longe disso porque “você não sabe com o que está mexendo”. Mas aposto, ainda assim, no embaste esclarecido.

Quem lê o texto da Folha fica com a impressão de que reagi com dureza porque Laerte, afinal, apenas “criticava manifestantes pró-impeachment de Dilma Rousseff”. A versão é cândida demais. Laerte não criticava apenas. Vejam lá no alto.

O/A cartunista faz um desenho em que um grupo de assassinos mascarados acaba de sair de um bar, de onde escorre uma enxurrada de sangue. Do lado de fora, um casal de manifestantes pró-impeachment, vestido com camisetas amarelas — a cor predominante das manifestações —, onde se lê “Fora Dilma”, espera para fazer selfie. Havia poucos dias, na grande São Paulo, em Osasco e região, 13 pessoas haviam sido assassinadas por mascarados.

Bem, não é preciso ir muito longe para entender o sentido da charge de Laerte. É claro que ele tinha e tem o direito de criticar os manifestantes. Já o de associar quem defende o impeachment de Dilma a pessoas que apoiam chacinas, bem, aí… Tem o direito? Não sei se a palavra é essa. De todo modo, a charge foi publicada. Mas então que aguente a réplica dos que se sentiram ofendidos por sua ignomínia.

Muito bem! Neste blog, publiquei o texto abaixo, lido, depois, no programa “Os Pingos nos Is”, que ancoro na Jovem Pan.

A Justiça de primeira instância viu ofensa. Não vou fazer proselitismo com sentença judicial, à diferença do que fazem seus advogados, que recorreram às redes sociais para provocar clamor contra mim.

Destaco apenas que o Laerte costuma ser alvo de comentários jocosos em razão de sua condição ou escolha — não entro no mérito. Eu procurei justamente tirar o debate do campo moral, de gênero, sexual ou sei lá o quê. Insisti que a questão era política. Acho o texto duro, sim, mas não ofensivo. O que ofende é Laerte chamar milhões de brasileiros de assassinos porque repudiavam uma governante que, além de ter cometido crime de responsabilidade, havia quebrado o país.

Assim, os que leram apenas o texto da Folha fiquem agora com esta informação: ele não fez uma simples crítica aos manifestantes. Ele comparou gente honesta, trabalhadora, indignada com a roubalheira, a assassinos mascarados.

Segue o texto que publiquei então, que está em arquivo.*

"O cartunista Laerte Coutinho, como expressão política, é um farsante. E nem me refiro ao fato de ele ter decidido parar de se vestir de homem para ser baranga na vida. Fosse uma sílfide, sua ética não seria melhor. Não é a mulher horrenda que há nele que o faz detestável, mas o que há de estúpido. E aí, meus caros, pouco importa como ele use os instrumentos com os quais o dotou a natureza.

Em 2012, esse farsante, que então se dizia bissexual e declarava ter uma namorada, foi flagrado usando o banheiro feminino de um restaurante. Estava, como se diz, montado. Uma mulher, segundo os dotes da natureza, sentiu-se incomodada. Especialmente porque estava no recinto com a sua filha, uma criança. Indagado se não era justo o incômodo já que, afinal, ele se dizia também atraído por mulheres, deu a seguinte resposta: “Não importa. Como é que elas se sentiriam com uma lésbica dentro do banheiro?”.

Depende. A resposta parece esperta, mas é típica de um argumentador picareta. Em primeiro lugar, Laerte é homem, não lésbica. Em segundo lugar, ainda que alguns traços estereotipados (mas nem sempre) possam indicar o lesbianismo, uma hétero só poderia reclamar da presença de uma lésbica se fosse alvo de algum assédio. Em terceiro lugar, o exibicionismo certamente doentio de Laerte faz dele o mais famoso homem que se veste de mulher do país.

Na sua insaciável compulsão por mandar a lógica às favas — ele pensa mal não importa como esteja travestido —, afirmou ainda: “Eu sou uma pessoa transgênera e quero usar o banheiro feminino”. Laerte acredita que o fato de ele “querer” alguma coisa transforma essa coisa num direito. Mais: salvo demonstração em contrário, o banheiro feminino é reservado às mulheres, e a menos, então, que sejam consultadas, essa maioria não poderia ser submetida aos desejos da minoria “transgênera” — na hipótese, não comprovada, de que ele representasse a dita-cuja, o que também é falso.

Ocorre que esta falsa senhora transita num meio em que o único preconceito aceitável é não ter preconceitos, como se as escolhas que fazemos ao longo dos dias, das semanas, dos meses, dos anos e da vida não comportassem uma carga de saberes prévios e necessários à organização em sociedade. Mas nem vou me ater agora a esse aspecto. Registro apenas que um esquerdista como Laerte, a despeito de sua ignorância política amplamente demonstrada em suas charges (as que fazem sentido ao menos…), é uma figura icônica desses tempos em que tudo pode desde que seja visto como transgressão — ainda que não se saiba por que transgredir e com que finalidade. Em suma: o sujeito é esquerdista, gay, “transgênera” (seja lá o que isso signifique) e sempre tem, como disse Mencken, respostas simples e erradas para problemas complexos.

Na terça, dia 18, a Folha publicou a charge de Laerte que abre este post.

Para o homem-mulher que pretende usar o banheiro feminino porque se diz “transgênera” e que acusará o “preconceito” de qualquer um que ouse obstar os seus balangandãs entre vaginas, a sua generalização é insuportavelmente preconceituosa. Pior ainda: desta feita, é a minoria que está no poder — e Laerte pertence inequivocamente ao terreno dos que governam o país há 13 anos — ironizando a maioria que não está. Associar as pessoas que pedem “Fora Dilma” a supostos policiais que praticam chacinas é duplamente doloso:

1 – porque atribui a milhões de pessoas que vão às ruas comportamento e escolhas criminosas; 2 – porque associa a Polícia Militar, como instituição, ao crime.

Vera Guimarães Martins, ombudsman da Folha — entre os melhores textos que já passaram pela função, diga-se —,escreveu a respeito neste domingo. Laertese pronunciou, defendeu sua charge estúpida e produziu esta pérola:
“Muitos manifestantes tiraram selfies ao lado de PMs e as reproduziram fartamente nas redes sociais, transformando esse gesto num ícone de todas as marchas até agora. Essas pessoas não estavam confraternizando com soldados específicos –estavam demonstrando apoio a uma corporação que vem sendo apontada como uma das mais envolvidas em mortes de pessoas, no país (segundo esta Folha, no primeiro semestre, foram 358 mortes “em confronto”). Os recentes assassinatos apontam, segundo as investigações, para ação motivada por vingança, por parte de policiais. O que busquei foi juntar as pontas desses fatos sociais e estimular a reflexão.”

É asqueroso. Pessoas fazem, sim, selfies com policiais que estão sem máscara, de cara limpa, acompanhando pacificamente uma manifestação política de… pacíficos! De fato, demonstram seu apoio à instituição que responde pela segurança pública, não a eventuais assassinos que se acoitam na corporação. Afirmar — e notem que é isso que ele faz — que esses manifestantes estariam apoiando esquadrões da morte é delinquência intelectual. Mais: as investigações estão sendo conduzidas, entre outros entes, pela própria Polícia Militar.

Há mais burrices na fala da baranga moral: há mais de 50 mil assassinatos por ano no Brasil, e a Polícia Militar não está entre as que mais matam. É mentira! No caso, as mortes aconteceram em São Paulo, estado que tem hoje a menor taxa de homicídios do país.

A figura travestida de pensador ainda ousa: “Toda redução será, em algum grau, injusta”. É verdade. Mas Laerte não produziu só a “redução” inevitável de uma charge. A “trangênera” que participou de um evento no Instituto Lula no dia 16 de agosto, enquanto mais de 600 mil pessoas pediam o impeachment de Dilma, as associou a todas ao crime, à violência e a execuções sumárias. No mesmo dia, naquele instituto, os “companheiros” faziam a defesa de petistas presos, flagrados com a boca da botija.

O homem que se finge de mulher associa manifestantes pacíficos a criminosos para que possa participar de um ato que, fingindo-se de pacífico, defende criminosos. Laerte é uma fraude de gênero. Laerte é uma fraude lógica. Laerte é uma fraude moral.

Mas que se note: ele não está só. Multiplicam-se os textos no colunismo que tentam associar os que pedem o impeachment de Dilma, ancorados na lei, à defesa da violência e da truculência, embora essas pessoas tenham promovido as três maiores manifestações políticas do país sem um único incidente. A pauta de uma minoria, que pede intervenção militar, é usada como exemplo do suposto perfil antidemocrático de quem sai às ruas. Não obstante, até agora, só duas lideranças com alguma projeção acenaram com confronto armado foram Vagner Freitas, presidente da CUT, e Guilherme Boulos, chefão do MTST. O assunto sumiu da imprensa.

Para encerrar
Quanto à tal “redução” que “será, em algum grau, injusta”, como ele disse, dizer o quê? Abaixo, seguem algumas “reduções” sobre os judeus que eram publicados na imprensa alemã durante o nazismo ou que ilustravam livros escolares. A gente viu em que deu aquela “redução“: seis milhões de mortos. Vejam. Volto depois.

 


Laerte já viveu segundo o que é — um homem — e agora decidiu viver segundo o que não é: uma mulher.

Sugiro que tente experimentar o gênero humano… Quem sabe!".

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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo + veja.com

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