Lula está ficando "neurastenico", diz deputado do PT. Agenda de Léo Pinheiro (OAS) cai na mão da Lava Jato

Publicado em 21/06/2016 17:51
no blog de Reinaldo Azevedo (em veja.com.br)

Agenda de Léo Pinheiro pós-Lava Jato inclui Lula, Carvalho e assessor de Palocci

Na VEJA.com:

A Operação Lava Jato apreendeu na casa de um funcionário da OAS uma agenda com o registro das reuniões, almoços e jantares com políticos do presidente da empreiteira, José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, logo após a deflagração da Operação Lava Jato. São encontros, a maior parte deles em hotéis de Brasília, com o ex-presidente Lula, os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho e o ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci Charles Capela de Abreu. Conforme revelou VEJA em setembro de 2015, “Dr. Charles” foi citado na delação premiada do lobista Fernando Baiano como intermediário de um repasse de 2 milhões de reais desviados de contratos da Petrobras à campanha da presidente afastada Dilma Rousseff em 2010. O acordo para repassar o dinheiro foi fechado no comitê eleitoral de Dilma em Brasília depois de uma reunião entre Baiano, Paulo Roberto Costa e Palocci.

A agenda com os registros dos encontros foi encontrada em 14 de abril, nas buscas que tinham como alvo o funcionário da OAS Marcos Paulo Ramalho, secretário de Léo Pinheiro. Nas anotações, há registros ainda de encontros com parlamentares como Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Jutahy Magalhães (PSDB-BA), alvos de pedidos de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Listado pela Polícia Federal entre os itens recolhidos nas buscas da Operação Vitória de Pirro – em que Léo Pinheiro é acusado de se associar ao ex-senador Gim Argello para comprar parlamentares da CPI das Petrobras, em 2014, o caderno preto com o nome da OAS em relevo na capa guarda ainda os registros de encontros com outros políticos, como os deputados Onix Lorenzoni (DEM-RS), Índio da Costa (PSD-RJ) e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que concorreu ao governo de São Paulo pelo PMDB em 2014.

Preso em 14 de novembro do ano passado, na 7ª fase da Lava Jato, a Juízo Final, e condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos de prisão, Léo Pinheiro negocia com a força-tarefa que conduz as investigações da operação um acordo de delação premiada. Sua rotina de encontros com políticos poderosos faz parte dos itens que o Ministério Público Federal quer que o empresário detalhe.

As anotações do secretário de Léo Pinheiro surgiram após ele ser mandado para casa para cumprir prisão domiciliar, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns dos nomes registrados são alvos de inquéritos ou pedidos de investigação feitos pela PGR.

Na mesma agenda estão os encontros de Léo Pinheiro, a maioria entre abril e maio de 2014, com outros presos na Lava Jato, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Julio Gerin Camargo, um dos primeiros delatores a firmar acordo de colaboração com o MPF. Ele confessou ter atuado em parceria com Léo Pinheiro para blindar empreiteiras na CPI da Petrobras.

Outro nome que aparece na agenda de reuniões de Léo Pinheiro é o ex-deputado federal do PSB Alfredo Sirkis (RJ), um dos principais articuladores das campanhas de Marina Silva à presidência da República, em 2010 e 2014.

Procurado por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, o ex-presidente Lula não comentou o caso. O ex-ministro Gilberto Carvalho disse que “nunca se reuniu com o senhor Léo Pinheiro”.

Jutahy afirmou que o encontro foi agendado a seu pedido. “Esteve comigo, da mesma forma que esteve comigo em 2010 e 2012″. O tucano afirma que, na ocasião, foi acertada contribuição de 600.000 reais para sua campanha e para campanhas de deputados estaduais na Bahia. Desse valor, apenas a primeira parcela, de 300.000 reais, foi paga, em agosto.

Alfredo Sirkis não foi localizado para comentar o caso.

Não tá fácil pra ninguém… Lula e petistas reclamam da falta de dinheiro

Como para todos os mortais, têm sido frequentes as queixas dos petistas quanto à economia. Ontem, no lançamento da pré-candidatura de Jandira Feghali, PCdoB, à prefeitura do Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula comentou o fim do financiamento privado de campanha. Segundo reportagem da Folha, Lula disse que, com a mudança decidida pelo Supremo, as pessoas “terão que enfiar a mão no bolso” para contribuir com os candidatos e partidos que apoiam. Em discurso, o petista lembrou das campanhas do início de sua vida política e disse que, sem recursos empresariais, os candidatos terão de “reaprender a valorizar o trabalho de base”. Lula disse ainda que essa é a oportunidade de “provar que a militância é mais importante do que a dinheirama que as empresas põem nas eleições” e que a política será menos “Hollywood” e mais trabalho de convencimento “olho no olho”. Além de Lula, participaram do evento o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e os artistas Beth Carvalho, Tico Santa Cruz e Flávio Renegado. Como não podia ser diferente, a cerimônia, que contou com a presença dos ditos movimentos sociais, acabou se tornando um ato contra o governo do presidente interino, Michel Temer.

Vaquinha para Dilma

Na mesma Folha, leio que o Partido dos Trabalhadores não dará conta de pagar todas as viagens que a equipe de Dilma Rousseff planeja fazer durante seu afastamento provisório. Até o momento, a legenda pagou apenas a ida de Dilma a Campinas, quando ela se encontrou com jornalistas e ditos intelectuais de esquerda em um condomínio fechado na cidade do interior de São Paulo. Como a presidente afastada viaja com pelo menos dez assessores, entre médico, jornalistas, fotógrafo e seguranças, o caixa do partido não consegue arcar com todos esses custos. A solução encontrada pelos petistas é lançar uma campanha de financiamento coletivo, o crowdfunding, a velha vaquinha.

LILS

Quem também está enfrentando dificuldades financeiras é a LILS Palestras, do ex-presidente Lula. Como já dissemos nos Pingos em outras oportunidades, a empresa vem apertando o cinto desde o ano passado e, hoje, já está pensando em dispensar funcionários, assim como o Instituto Lula. Em cinco anos, as contribuições milionárias à companhia desapareceram. Em 2011, depois de deixar a Presidência, Lula fez 31 palestras, sendo 21 no exterior. No ano seguinte, o ritmo diminuiu. já que ele se tratava de um câncer. Em 2013, recuperado, Lula foi a 20 palestras. Em 2014, dez. No ano passado, apenas três. E neste ano, até o momento, o petista não participou de nenhuma conferência remunerada.

Coisa de louco

(Deputado do PT adverte os que insistem no golpe do impeachment: é perigoso mexer com Lula e Dilma porque os dois são 'neurasténicos')

“Há um problema insolúvel em todo o golpe: enquadrar Lula e Dilma! Não há como! Isso os deixa neurasténicos!” (Zé Geraldo, deputado federal do PT do Pará, em sua página do Twitter, trocando o acento circunflexo por um agudo para avisar que é um perigo afastar do poder dois neurastênicos, como são chamados portadores de um tipo de neurose que, segundo o dicionário, acarreta enfraquecimento da força nervosa; perturbações mentais caracterizadas pela debilidade do sistema nervoso, com sintomas de tristeza, falta de vontade, perda de memória, ideação difícil, impotência, e, com maior frequência, males físicos do tipo das dores de cabeça, perturbações vasomotoras e sensitivas, mau humor e irritabilidade fácil).

 

Segundo jornal, Marcelo Odebrecht admitirá repasses ilegais para campanhas de Dilma

Não dá para saber quantos políticos ainda ficarão em pé depois que se conhecer o inteiro teor da delação de Marcelo Odebrecht. A estar de acordo com os fatos a reportagem publicada pela Folha nesta terça, Dilma, que em pé já não está, beija a lona de vez. E não poderá sair por aí contrastando a sua suposta honestidade pessoal com a desonestidade de alguns adversários seus.

Segundo informam Bela Megale, Mario Cesar Carvalho e Walter Nunes, Marcelo deve dizer que controlava, sim, pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigaram as campanhas de Dilma em 2010 e 2014.

Marcelo  teria relatado também que esteve com Dilma no México no dia 26 de maio do ano passado, 24 dias antes de ser preso, e lhe teria relatado que a força-tarefa estava chegando aos pagamentos ilegais que a Odebrecht havia feito a João Santana na Suíça. Dilma teria dado de ombros.

Pois é… A força-tarefa concluiu que Santana recebeu recursos ilícitos no Brasil e no exterior. De acordo com a prestação oficial de contas, foram pagos ao marqueteiro, respectivamente, R$ 42 milhões e R$ 78 milhões pelas campanhas de 2010 e 2014.

O financiamento das campanhas de Dilma, informa a Folha, é um dos 20 itens que Marcelo estaria alinhavando para seu acordo.

Segundo a reportagem, Marcelo não incluirá em seus relatos pagamentos a diretores e gerentes da Petrobras porque isso teria sido feito por outros diretores, que também optaram pela delação, não por ele. Os executivos do grupo teriam reivindicado que ele assumisse também a responsabilidade por esses repasses ilegais, já que o beneficiário teria seria o grupo, mas ele não teria concordado.

A assessoria de Dilma confirmou que ela esteve com Marcelo no México na data citada, mas negou que tivessem tratado do assunto. Tudo não passaria de “suposições”. O PT diz que o partido só recebe recursos legais. A Odebrecht não quis se manifestar. E o advogado de Santana afirmou que só se manifestará nos autos.

 

É bom entender os xingamentos de Sérgio Machado! Era truque para se dar bem em delação

Vieram a público outras conversas de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, com seus interlocutores. Elas serviram de base para o Ministério Público Federal sustentar que há uma grande conspiração contra a Lava-Jato. E, como se sabe, não há. Isso é conversa mole de quem está querendo botar fogo no circo para provocar novas eleições. Nesses novos diálogos, ele se refere a ministros do Supremo e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com palavrões cabeludos.

Machado estava mesmo bravo? Não! Ele já confessou ao Ministério Público que estava apenas buscando fabricar provas para embasar sua delação. Não acreditam? Ouçam e vejam vocês mesmos, a partir de 7min42s.

Vale dizer, de forma deliberada, Machado decide xingar os ministros e o procurador-geral, com o claro intuito de excitar a fúria do interlocutor e levá-lo a fazer o mesmo.

Numa conversa com José Sarney, Machado se mostra inconformado com o fato de o Supremo ter decidido que um réu já pode cumprir pena depois de condenado em segunda instância. E ele diz, então, ao ex-presidente:
“Aquela reunião do Supremo […] Rasgaram a Constituição no que diz respeito a transitado e julgado. O Gilmar [Mendes] e o [Dias] Toffoli foram os grandes, os dois filhos da puta porque, se tivessem votado, tinha dado seis a quatro”.

Machado tenta claramente arrancar de Sarney declarações contra o juiz Sergio Moro:
“Esse homem tomou conta do Brasil. Inclusive o Supremo fez porque é pedido dele. Agora, como é que o Toffoli e o Gilmar faz (sic) uma porra dessa? Se esses dois tivessem votado contra, não dava? […] Nomeia uns ministros de merda, como aquele do Rio [Luiz Fux].”

Sarney ainda faz um elogio a Roberto Barroso e Luiz Fachin, mas Machado não quer saber:
“Merda nenhuma! Aquele do Paraná também [Fachin]…”.

Que coisa! Nunca se esqueçam: Machado admite que estava colhendo o que seriam “provas” para a sua delação. Na conversa com Romero Jucá, ele volta a falar da decisão do Supremo no caso da prisão a partir da segunda instância:
“A Constituição é clara, só pode ser […] depois de transitado em julgado, julgado em última instância. Quem sacaneou ali foi (sic) o Toffoli e o Gilmar.”

Rosa Weber, que negou uma liminar pedida pela defesa de Lula, também apanha: “Como é que a Dilma nomeia oito ministros e não controla porra nenhuma? Aquela porra daquela mulher, aquela burra do Trabalhista não deu o negócio para o Lula”.

E, finalmente, sobra para Janot, que é chamado de “tarado” por supostamente querer denunciar todo mundo.

Sempre sustentei e sustento que, nas conversas gravadas por Machado, ninguém cometeu crime nenhum: Sarney, Renan Calheiros ou Jucá. Talvez todos devam ser condenados, mas não por isso.

Mais: afirmei também que não havia conspiração nenhuma; Machado é que forçava a barra para arrancar declarações de seus interlocutores.

Constatem aí: como ele afirma no depoimento ao Ministério Público, estava gravando as conversas para se municiar. Com que propósito buscava arrancar declarações contra a decisão do Supremo?

Ora, Celso de Mello, por exemplo, foi um ministro que votou contra a maioria naquele caso. Estaria o decano do tribunal mancomunado com os defensores da impunidade?

Sérgio Machado é a personagem mais deletéria que apareceu até agora no petrolão. Também evidenciou ser o mais espertalhão de todos. Não ficará na cadeia um único dia. Vai levar uma baita vida boa. Falou o que bem quis e inventou à vontade.

E ainda serviu de estandarte para os que pretendem derrubar o governo Temer. Usando os métodos que se veem. Mas não há dúvida de que se deu muito bem na negociação com o Ministério Público Federal. Como se nota, ele não achava Janot tão tarado assim, não é mesmo?

PF prende quatro pessoas em operação envolvendo avião de Eduardo Campos

A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Turbulência, que investiga um suspeito esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais R$ 600 milhões de reais desde 2010, em cidades de Pernambuco e Goiás. Foram cumpridos quatro mandados de prisão: os empresários presos Eduardo Freire Bezerra Leite, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Apolo Santana Vieira, Arthur Roberto Lapa Rosal. Um quinto mandado de prisão preventiva foi expedido para Paulo César de Barros Morato, considerado foragido pela PF.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão e 16 de condução coercitiva. Foram recolhidos dois helicópteros e um avião, avaliados em R$ 9 milhões, além de 10 mil dólares em dinheiro. Contas bancárias foram bloqueadas a mando da Justiça.

A apuração começou a partir da análise de movimentações financeiras das contas de empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o então candidato Eduardo Campos durante a campanha eleitoral à Presidência da República, em 2014. No dia 13 de agosto daquele ano, o avião caiu em Santos, litoral paulista, matando sete pessoas, entre elas o ex-governador de Pernambuco. Os suspeitos serão investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A PF constatou que algumas das empresas do grupo eram de fachada, constituídas em nome de “laranjas”, e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, algumas das quais investigadas na Operação Lava Jato. Há suspeita de que os recursos movimentados tinham como destino pagamento de propina, caixa dois de empresas e financiamento ilegal de campanhas eleitorais.

Cunha reaparece, acusa ‘acordão’ do PT para abafar Conselho de Ética e relata ameaça de morte

Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
Às voltas com um processo de cassação, sob a ameaça de prisão e na iminência de ser alvo de uma nova denúncia do Supremo Tribunal Federal, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu vir a público nesta terça-feira para rebater as acusações que pesam contra ele. Como de praxe, Cunha voltou a atirar contra seus adversários, afirmou que teve o direito de defesa cerceado tanto no STF quanto no processo por quebra de decoro e ainda acusou o ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, de oferecer o controle do comando do Conselho de Ética, que, na semana passada, aprovou seu processo de cassação. O peemedebista ainda se disse alvo de ameaças de morte por ter instaurado o impeachment contra Dilma Rousseff.

Por ordem do STF, Cunha está afastado do mandato desde o dia 5 de maio. Desde então, ele tem se manifestado principalmente via redes sociais ou por meio de notas divulgadas por sua assessoria. Nesta manhã, ele afirmou que a ausência tem prejudicado a sua defesa e prometeu voltar a falar com “regularidade”. A entrevista é concedida em um hotel no centro de Brasília. Do lado de fora, alguns poucos manifestantes faziam um buzinaço e gritavam “Fora, Cunha”.

Em coletiva de imprensa, o peemedebista classificou como um “absurdo” o pedido de sua prisão protocolado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele afirmou que um dos pontos citados por Janot é a manutenção das prerrogativas de presidente da Casa, mesmo estando afastado do cargo, e exaltou a necessidade de manter algumas delas, entre as quais os seguranças legislativos. “Alguém duvida dos riscos que a gente corre? Várias pessoas buscam nos hostilizar, como ocorre aqui agora. Normal, estão com dificuldade, sem ter o que fazer porque devem ter pedido seus empregos”, ironizou. “Há a necessidade de segurança. Ameaças de morte, telefonemas anônimos desde o processo de impeachment. Eu não fico fazendo drama com as ameaças e nem as temo”, continuou.

 

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Fonte: Blog Reinaldo Azevedo, veja.com

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