Lula, o golpista, admite que está na Presidência e comanda luta contra PF, contra MP e contra a imprensa livre
Luiz Inácio Lula da Silva, tudo indica, não vai mesmo conseguir ser ministro no curto tempo que resta a Dilma. Se já estivesse no cargo, teria cometido crime de responsabilidade nesta quarta, conforme define a Lei 1.079. Por quê? Por incitar entes da sociedade a atuar contra o livre exercício da Justiça.
Ele discursou num evento organizado por sindicatos — abaixo, segue o vídeo. E se disse “enojado” com o tratamento que recebe da imprensa e de membros da Operação Lava Jato. Incitou claramente os presentes a atuar contra a força-tarefa, acusando-a de ser uma das responsáveis pela crise que o país atravessa. Chega a ser nojento.
Instruiu claramente os sindicalistas a pressionar policiais e procuradores: “Já ouvi falar que são R$ 200 milhões em prejuízos. Da mesma forma que vocês falam com a Dilma, vocês têm que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que estão fazendo com o país”.
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Entenderam? Os homens de Lula, os seus patriotas, só fizeram bem ao Brasil. Quem o prejudica, segundo o grande pensador, é a operação de combate à corrupção. Eis o líder que Dilma luta para pôr no ministério, consolidando o golpe que ela já sofreu.
Presidente “de facto”
Não pensem que ele se faz de rogado, não. A partir 1h27min do vídeo, ele diz o seguinte:
“Então, quando a companheira Dilma me convidou para ir para o governo — eu tenho noção política das coisas; eu não sou um analfabeto político como alguns pensam… Eu tenho noção que um ex-presidente conviver com o atual presidente não é uma coisa fácil, eu tenho noção disso. Mas a companheira Dilma já tinha me chamado em agosto do ano passado, e eu não quis. Eu disse: ‘Presidenta, eu não vou aceitar porque não cabe (sic) dois presidente (sic) dentro do mesmo espaço geográfico, dentro da mesma sala. Não vai dar legal. E não aceitei”.
Como se vê, há aí a clara confissão de que, com ele no governo, formal ou informalmente, haveria, na melhor das hipóteses, dois presidentes. Na pior, haveria a situação vivida hoje, há um só: Lula.
É concebível que um presidente da República, “de facto”, como passou a tratar a imprensa internacional, incite sindicalistas contra a Justiça e o Ministério Público?
E ele não parou por aí: Lula hoje é o principal estimulador das ameaças e agressões que jornalistas passaram a sofrer nas ruas. Se as entidades que representam a categoria tivessem um mínimo de vergonha na cara, fariam uma moção de repúdio ao discurso. Ocorre que elas não servem a seus associados, mas são esbirros de um partido.
Disse Lula:
“(com ironia) Gente, os meios de comunicação que me adoram, eu conversava com eles… Eu conversava”.
Aí Lula faz uma pausa, e a plateia grita:
“O povo não é bobo; abaixo a Rede Globo”.
Ele continua:
“Eu tratava com muito respeito, que eles não têm comigo (…) E eu quero dizer que, neste momento, eu estou enojado com o comportamento de determinados setores de comunicação, que transformam, em divulgação de coisa pública, falas particulares minhas no telefone. É um desrespeito à ética e à pessoa humana. Mas não tem problema. Eu não farei o jogo rasteiro que eles fazem comigo. Não farei. (…) Eu tenho muita paciência (…) Esse ato de solidariedade aqui não é para mim. É para o povo brasileiro, que merece respeito daqueles que não querem que a Dilma governe. É um ato de solidariedade a milhões e milhões de trabalhadores que gostariam de ligar a televisão e ver os repórteres falando alguma coisa útil neste país. Este ato é um ato de solidariedade a milhões e milhões de pessoas que estão cansadas, enojadas, de ver tanta besteira na televisão, de ver tanta denúncia, e muitas delas sem provas”.
Lula está cansado da investigação. Lula está cansado da imprensa. Lula está cansado da oposição. Lula está cansado de tudo aquilo que não lhe permite e a seu partido governar como tiranos.
O vídeo vai abaixo. Lula investiu também no arranca-rabo de classes e na guerra entre regiões do país, afirmando que os ricos o discriminam porque tem cara de nordestino, cabeça de nordestino e orelha de nordestino. Lula transformou os nordestinos num fenótipo.
Ao falar do custo da mão de obra no Brasil, fez uma confusão deliberada entre esse conceito e o valor do salário, como a sugerir que o empresariado brasileiro acha que os trabalhadores ganham demais.
Eis aí. Ele está no poder. Ele está, agora de forma confessa, na Presidência da República. Comanda a luta contra a Polícia Federal, contra o Ministério Público e contra a imprensa.
E seus partidários gritam: “Não vai ter golpe”.
Não vai mesmo. Eles vão cair.
PS: A propósito, o que faziam ali os ditos “trabalhadores” numa quarta-feira? Ah, é verdade! Eles não trabalham.
Para os de estômago forte, o vídeo:
Lista apreendida com diretor da Odebrecht está servindo para o PT fazer terrorismo anti-impeachment
Os dias nunca foram tão propícios para a mistura de alhos com bugalhos. E, em momentos assim, a chance de que se faça a escolha errada, porque é sempre a mais fácil de entender, é gigantesca.
Durante a 23ª Fase da Operação Lava Jato, apreenderam-se planilhas com os respectivos nomes de mais de 200 políticos, de 18 partidos. Elas traziam o registro de doações eleitorais feitas pela Odebrecht. Estavam em um dos endereços de Benedicto Barbosa Júnior, o BJ, um dos diretores da empresa.
Os valores se referem a doações feitas nas eleições de 2012 e 2014. Há, como se espera, uma penca de políticos da base governista lá, mas também contam da relação nomes da oposição, como os tucanos Aécio Neves e José Serra e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
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Os documentos não foram examinados ainda pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Não dá para saber se:
a: são doações legais ou ilegais;
b: se a doação foi efetivamente feita em todos os casos;
c: ainda que feita e na hipótese de o candidato não tê-la registrado, se o dinheiro não foi transferido para o partido para que este doasse ao candidato.
Com o fim do sigilo de todos os documentos, a lista se tornou pública. Só agora, depois de estar circulando em todo canto, o juiz Sérgio Moro decretou o sigilo da investigação. Bom, para efeitos da boataria, a Inês é morta, certo? E mais de 200 políticos estão sob suspeição, embora não se tenha investigado ainda coisa nenhuma.
Adivinha quem está batendo bumbo nas redes sociais, sorrindo de orelha a orelha? Acertou quem respondeu: “Os petistas”. Sim, eles não veem a hora de decretar que todo mundo e igual e que, portanto, eles não fizeram nada demais.
Algumas questões interessantes para o leitor pensar.
1: De fato, a lista evidenciou que a Odebrecht talvez seja a maior financiadora de campanhas do país. Se o fizesse dentro da lei, não haveria, em si, mal nenhum nisso. Mas, como confessa a sua própria nota, tornada pública ontem, não e assim.
2: O documento não estava no arquivo do tal departamento de “Operações Estruturadas”, que, segundo os investigadores, respondia pela contabilidade das operações ilegais da Odebrecht.
3: mais interessante de tudo: Dilma disputou a eleição em 2014, e seu nome não está lista. Mas está lá o de Demóstenes Torres, cassado em 2012. E, por óbvio, não disputou aquela eleição nem a seguinte.
Vamos pôr um pouco de ordem na bagunça.
Caixa dois em campanha eleitoral é crime, e tem de haver punição. Assim, se for o caso, que se puna, então. Mas convém ficar atento à sem-vergonhice a que os petistas já deram início.
Venham cá: tanto mensalão como petrolão são apenas casos, com o definiu o patriota Delúbio Soares, de “recursos não-contabilizados” de campanha? Vamos cair nessa esparrela e nessa mentira?
Então um plano arquitetado para assaltar o Estado de Direito, para fazer do Estado brasileiro mero quintal de manobra dos interesses petistas, que se espraia por todos os entes públicos e afins — fundos de pensão, por exemplo —, será agora reduzido à mera dimensão de um problema de financiamento de campanha?
Ainda que todos os políticos que estão na lista tenham recebido dinheiro do caixa dois, é essa lista que evidencia a natureza do petrolão? Que favor Aécio, Serra, Jarbas Vasconcelos ou Raul Jungmann poderiam fazer à Odebrecht?
Eis aí um bom caminho do desvirtuamento. E não se trata de poupar este ou aquele para condenar o PT, mas de entender a natureza do jogo.
Para fazer terror
A lista está servindo para fazer terrorismo. Os petistas agora estão espalhando pelos quatro cantos que, caso Dilma caia, ela será apenas a primeira; que a divulgação da lista, sem investigação nenhuma, é parte da estratégia de Sérgio Moro e do MP para desmoralizar a política e os políticos; que ou todos se salvam, ou todos morrem abraçados. E vai por aí.
Ou por outra: a divulgação da lista, sem nenhum critério, está servindo aos interesses dos que pretendem assar uma enorme pizza.
E não se enganem: o jogo vai ser a cada dia mais complexo. Os petistas estão mais felizes hoje do que estavam ontem.
Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ayres Britto: impeachment não é golpe porque está na Constituição e na lei
E o ministro Dias Toffoli, do Supremo, honrou, mais uma vez, a toga que carrega nos ombros. E eu me sinto especialmente à vontade para escrever isso porque fui um duro crítico da sua indicação. Mas também já registrei aqui diversas vezes — o arquivo está à disposição para confirmar — o seu comportamento impecável na Corte, mesmo quando discordo de um voto seu.
A despeito, pois, de concordância ou discordância, reconheço a sua correção técnica e a qualidade de sua argumentação. Não! Não estou entre aqueles que só reconhecem virtudes naqueles que pensam como penso.
Nesta quarta, indagado sobre o processo de impeachment, o ministro afirmou com absoluta correção:
“O processo de impeachment é previsto na Constituição e nas leis brasileiras. Não se trata de um golpe. Todas as democracias têm mecanismos de controle, e o processo de impeachment é um tipo de controle”.
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Toffoli não se pronunciou sobre a denúncia que está na Câmara, mas observou que a Justiça existe para atender aos reclamos dos que se sentem agravados: “Aqueles que se sentirem atingidos podem recorrer à Justiça brasileira. O que ocorre hoje é a democracia. É muito melhor vivermos desta forma, do que sob uma ditadura”.
Impecável.
Também a ministra Cármen Lúcia, vice-presidente do Supremo, abordou o tema, depois de participar de uma solenidade no Rio. Disse a futura presidente da corte: “Não ouvi [ela se referia ao discurso feito por Dilma anteontem], mas tenho certeza de que a presidente deve ter dito que, se não se cumprir a Constituição, poderia haver algum problema. Não acredito que ela tenha dito que impeachment é golpe porque ele é previsto na Constituição. O que não pode acontecer é que não se observem as regras constitucionais”.
Igualmente irrepreensível.
Sem ter receio de eventualmente parecer simplória, Cármen afirmou sobre Dilma: “Acredito que ela tenha querido fazer apenas um alerta para que se observem as leis da República, e isso, com certeza, num estado democrático, será observado”.
A ministra sabe que não foi assim, mas seu papel não é acirrar crises.
Ela também defendeu o Poder Judiciário, que está na mira do PT: “A atividade do Judiciário é acionada pelos cidadãos. O Judiciário não atua isoladamente, de ofício, é por provocação. Então, quando se fala em ativismo judicial, é que o Judiciário ultrapassaria, e não há demonstração nenhuma de que isso esteja acontecendo”.
Outro a lembrar, em entrevista à Folha, que impeachment não é golpe foi Ayres Britto, ex-ministro do Supremo. Ele presidiu a Casa durante boa parte do processo do mensalão:
“A presidente pode perder o cargo, por exemplo, em processo de impeachment, em ação penal comum, em ação de improbidade administrativa. Nada disso é golpe. Segundo a Constituição, a legitimidade de um presidente depende de dois fatores: da sua investidura e do exercício do cargo. A investidura é a voz das urnas, mas ela não é suficiente. Há também o exercício, a presidente tem que se legitimar o tempo todo. Se se deslegitima, perde o cargo, nos casos dos artigos 85 e 86 da Constituição. Mas é fundamental não preterir o contraditório, a ampla defesa – que não é curta –, o devido processo legal. A pureza dos fins e a pureza dos meios estão enlaçados umbilicalmente, não se pode romper o cordão umbilical nesses casos.”
Em suma, meus caros, apesar de toda a gritaria petista e do clima de abafa que as esquerdas, minoritárias e barulhentas, tentam criar, as instituições funcionam, respiram normalmente e darão uma resposta àqueles que pretendem sufocá-las.
Desemprego atinge 8,2% e tem maior taxa para fevereiro desde 2009
O desemprego no Brasil atingiu 8,2% em fevereiro, índice maior do que o registrado em janeiro, de 7,6%, e também superior ao visto em fevereiro de 2015, de 5,8%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira. O resultado foi o maior para o segundo mês do ano desde 2009, quando chegou a 8,5%. Considerando todos os meses, é a mais elevada desde maio de 2009, quando ficou em 8,8%.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) abrange o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do país. A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa chegaria a 8,1% por cento no mês na mediana das previsões.
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Em fevereiro, a população desocupada cresceu 7,2% em relação a janeiro e alcançou 2 milhões de pessoas. Já na comparação com o mesmo mês de 2015, o aumento foi de 39%. Já a a população ocupada foi estimada em 22,6 milhões, uma queda de 1,9% em relação ao mês anterior e de 3,6% sobre fevereiro do ano passado.
Economia piora, e governo propõe rombo de R$ 96,7 bilhões em 2016
Na VEJA.com:
O novo déficit é 36,45 bilhões de reais maior que o anunciado em fevereiro, quando o governo tinha anunciado que pediria autorização para encerrar o ano com déficit de 60,2 bilhões de reais. O déficit primário é o resultado negativo das contas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública.
Ao explicar a medida, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que a queda de arrecadação causada pelo fraco desempenho da economia justificou a revisão da meta. “Para que o governo ajude a economia a se estabilizar e fazer com que o emprego e a renda se recuperem mais rapidamente, estamos propondo uma nova meta fiscal. Tomamos a decisão depois de verificar a evolução de despesas no primeiro trimestre e de promover conversas dentro do governo e com parlamentares”, explicou.
Originalmente, o governo pretendia abater 84,2 bilhões de reais da meta fiscal, com 72,2 bilhões de reais decorrentes da frustração receitas – 30,5 bilhões de reais de receitas administradas e 41,7 bilhões de reais de receitas não-administradas. Os valores para os gastos com saúde pública e o PAC foram mantidos.
Segundo Barbosa, o déficit primário pode aumentar em 6 bilhões de reais dependendo da adesão dos governadores à proposta de renegociação da dívida dos estados e do Distrito Federal com a União. Nesse caso, o resultado negativo poderia chegar a 102,7 bilhões de reais.
O Orçamento aprovado pelo Congresso no fim do ano passado estabelece uma meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 24 bilhões de reais para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) para este ano. No entanto, o agravamento da crise econômica e a queda da arrecadação dificultaram o cumprimento da meta.