Na VEJA: A carreira de Luís Cláudio da Silva, o caçula de Lula
Os policiais ele não convenceu. Na quarta-feira passada, Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Lula, entrou acompanhado de quatro advogados na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Das 3 e meia da tarde às 7 e meia da noite, ele se empenhou em convencer o delegado Marlon Cajado, responsável pela Operação Zelotes, de que os 2,4 milhões de reais que recebeu entre 2014 e 2015 do escritório de lobby Marcondes & Mautoni eram referentes a pagamento por "trabalhos prestados" por sua empresa, a LFT Marketing Esportivo. A Marcondes & Mautoni é suspeita de ter negociado com autoridades do governo a renovação de uma medida provisória que, decretada em 2014, prorrogou benefícios para empresas do setor automotivo - o grosso da clientela do escritório. Seu principal sócio, Mauro Marcondes Machado, está preso desde o último dia 26.
Segundo Luís Cláudio, os trabalhos prestados à Marcondes & Mautoni consistiram em projetos de "pesquisa, avaliações setoriais e elaboração propriamente dita", com "foco relacionado à Copa do Mundo (2014) e à Olimpíada" do Rio (2016). Para justificar o fato de a LFT, que não possui nenhum funcionário registrado, ter sido escolhida para executar tão bem remunerado trabalho, Luís Cláudio alegou que sua "expertise não se restringe à formação superior em educação física" - ele se formou pela FMU, em São Paulo -, mas "tem lastro na prestação de serviço, por cinco anos ininterruptos, em quatro dos mais destacados clubes de futebol": São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. Luís Cláudio de fato passou pelos quatro clubes, sempre levado por amigos do pai (veja o quadro abaixo), mas em nenhum deles desempenhou atividade que pudesse ter utilidade nos projetos que diz ter desenvolvido para o escritório hoje sob investigação da PF.
O caçula de Lula entrou no São Paulo como estagiário no departamento amador do clube, e dali em diante, nos demais times onde esteve, nunca passou de auxiliar de preparador físico. "Ele desempenhava funções simples, como colocar os cones no gramado para os treinos dos jogadores e acompanhar as sessões de musculação dos atletas", contou um ex-colega do Palmeiras (esse mesmo colega lembrou também que, apesar do cargo modesto, "Lulinha", como era chamado pelos colegas, raramente perdia uma viagem com o time na temporada de jogos). Depois de cinco anos de clube em clube, Luís Cláudio abriu a LFT Marketing Esportivo, em fevereiro de 2011. Um de seus primeiros clientes foi o Corinthians, cujo presidente à época, Andrés Sanchez, era próximo de Lula. A função da LFT era captar patrocínio para os esportes amadores do clube.
Foi essa mesma aptidão para atrair recursos que levou a LFT a ser convidada a associar-se ao ex-locutor André Adler, que fez a carreira comentando eventos esportivos e morreu em 2012. Sua empresa promovia jogos de futebol americano em um torneio chamado Touchdown. Essa nova sociedade, afirma a defesa de Luís Cláudio, aproximou-o da Marcondes & Mautoni. Depois que a Touchdown perdeu o patrocínio que a Hyundai ofereceu ao torneio por dois anos, o caçula de Lula teria procurado a consultoria para garimpar novos recursos no setor automotivo. Acabou saindo de lá com o contratão de 2,4 milhões de reais para fazer pesquisas sobre a Copa e a Olimpíada, ainda que nenhum dos temas se beneficie de conhecimentos sobre jogos de futebol americano ou colocação de cones no campo.
Luís Cláudio diz ter se aproximado da Marcondes & Mautoni apenas há alguns anos, mas a relação entre o dono da empresa e seu pai vem de longa data. O lobista Mauro Marcondes conhece o ex-presidente desde o fim da década de 70, quando trabalhava na Volkswagen e Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Polícia Federal acredita que ele manteve contato com o petista pelo menos até agosto de 2013, período em que estaria "negociando" a medida provisória que favoreceu seus clientes com impostos mais baixos.
Dois pontos do depoimento do filho de Lula foram considerados pela polícia particularmente "inconsistentes" e "pouco convincentes". Para os investigadores, a natureza da LFT não justificaria sua contratação para a finalidade alegada. E, ainda que esse trabalho tivesse sido encomendado e realizado, o preço atribuído a ele parece anormal.
O passado recente do filho caçula do ex-presidente Lula registra uma trajetória ascendente e fulminante. Já seu futuro, a contar pela reação dos investigadores ao seu depoimento, parece bem menos promissor. (Com reportagem Severino Motta)
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Lula perde para tucanos e Marina em pesquisa
Por: Vera Magalhães (COLUNA RADAR ON LINE, de VEJA.COM)
Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que qualquer um dos três pré-candidatos do PSDB à Presidência e a ex-ministra Marina Silva (Rede) aparecem à frente do ex-presidente Lula nas intenções de votos para 2016.
Nesta quinta-feira, em entrevista ao SBT, Lula admitiu ser candidato novamente se isso for necessário para defender as realizações dos governos do PT.
Na pesquisa, realizada de 28 de outubro a 2 de novembro, Lula aparece em terceiro lugar nos três cenários propostos aos eleitores. Foram 2085 entrevistas em 170 municípios.
Na disputa contra Aécio Neves, o senador mineiro tem 34,2%, Marina aparece com 19,7% e Lula tem 17,1%. Em seguida aparecem Jair Bolsonaro (PP), com 5,3%, Ciro Gomes (PDT), com 5,2%, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), com 1,5%, e o senador Ronaldo Caiado (DEM), com 1%.
Quando o candidato tucano testado é José Serra, o senador paulista aparece numericamente na frente com 25,5%, em empate técnico com Marina (23,8%). Lula tem 17,7%.
No cenário com Geraldo Alckmin também ocorre empate técnico, mas com Marina um pouco à frente do governador paulista: 24,3% a 22,6%. Lula chega a 18,2% –atrás de Alckmin quase dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais.
Ainda de acordo com o levantamento, 61,2% dizem que não votariam de jeito nenhum em Lula, contra 30,6% que dizem o mesmo sobre Aécio e 35,1% que rechaçam Alckmin.
Reprovação a Dilma é de 86%, mostra pesquisa
O mesmo levantamento do Paraná Pesquisas que apontou a vantagem de candidatos oposicionistas sobre Lula se as eleições de 2018 fossem hoje mostra que a reprovação ao governo Dilma Rousseff é de 86,5%.
Os que disseram aprovar a gestão da presidente são 11,01%.
O instituto ouviu 2085 pessoas em 170 municípios em todo o país, de 28 de outubro a 2 de novembro.
Pronunciamento oficial de Lula derruba audiência do SBT (REINALDO AZEVEDO)
Emissora abre o microfone para o petista falar o que lhe der na telha, e telespectadores preferem mudar de canal
Como é mesmo que os petistas argumentavam na Internet quando o governo Lula tinha apenas 6% de ruim/péssimo, e alguém se atrevia a apontar as fragilidades do lulo-manteguismo, que chegou à fase da miséria com o dilmo-manteguismo? Esperem… Eu me lembro. O principal argumento dos petralhas era este:
“KKKKKKKKKKK”.
Os mais sofisticados procuravam se aprofundar na teoria e provocavam:
“rararararararara”.
E havia os candidatos a Schopenhauer do petismo que apelavam já à teoria do conhecimento e avançavam:
“Chuuuuuupaaaaaa!!!!”
De “KKKKK” em “KKKK”, de “rararararara” em “rararararara” e de “chuuuupa” em “chuuuupa”, chegamos aqui. O país vai produzir um déficit primário de R$ 120 bilhões neste ano, uma recessão de mais de 3%, e Dilma anuncia que seu programa de governo é emagrecer os brasileiros — e essa pode ser a única promessa que ela vai realmente cumprir. Joaquim Levy, o liberal do poder (eu deveria dizer “kkkkkk”?), anuncia que precisa de mais impostos porque, com dinheiro, ele poderá fazer coisas que não terá como fazer sem dinheiro.
No caso, o nosso dinheiro.
Depois de estabilizar o país e de retomar o crescimento — e, por isso, ele diz querer mais imposto —, aí Levy promete uma agenda de reformas. Mas aí o petista perguntará o que já pergunta hoje, mesmo em meio a uma crise desgraçada: “Reformar pra quê?”. Vamos adiante.
Comecei a escrever este post por outra razão. Vai ao “lead” no lugar errado.
Eu fiquei com vontade argumentar só um pouquinho como petista:
“KKKKK”!!!
“Rarara”!!!
“Chuuupaaa!!!
Por quê? Lula fez ontem um pronunciamento oficial no “Jornal do SBT” em forma de entrevista — um gênero de que o partido gosta muito: fingir que publicidade é jornalismo.
Falou o que quis, tentou afetar descontração — enquanto o outro lado esbanjava intimidade —, riu nervosamente (a coisa não anda lá tão boa pra ele), fez ameaças e, claro!, repetiu o que agora virou um mantra: “Olhem que eu volto!”.
O PT escalou o colunismo do nariz vermelho — e, obviamente!, marrom para espalhar a versão do partido: o objetivo seria pegar Lula; tudo não passa de guerra política; o que se quer mesmo é impedir a sua volta em 2018 e bobagens afins.
Colou aqui e ali, mas não gerou a tal onda pretendida. A legenda resolveu também acordar suas franjas nos supostos movimentos sociais para ocupar as ruas: Passe Livre, Levante Popular da Juventude, feminismo oficialista… Não tem dado muito resultado.
Então Lula teve de ir à luta ele mesmo. Seu papel, no momento, é colocar sob suspeição toda investigação que tenha um petista como alvo e acusar uma grande conspiração para impedi-lo de chegar à Presidência da República de novo.
Mais: o milionário Lula — agora é oficial — quer reeditar a tal guerra dos ricos contra os pobres, do “nós” contra “eles”, que empreendeu desde que surgiu na política, estivesse fora do governo ou dentro…
Bem, a esta altura, a gente sabe com que legitimidade. O Brasil já conhece os seus parceiros de socialismo, não é mesmo?
Mas vamos voltar ao ponto. Lula fez um pronunciamento oficial no SBT. Falava o homem que ameaça o processo político como se, caso candidato, a eleição fosse até dispensável, dada a certeza de que será eleito.
É mesmo?
Na terça e na quarta, o Jornal do SBT deu 7 pontos no Ibope na Grande São Paulo. Na quinta, 6.
Vale dizer: aquele que se quer o preferido do povo brasileiro derrubou a audiência da emissora.
Lula só assusta hoje os seus fantasmas.
KKKKKK!
Rarararara!
Chuuupa!
No fim das contas, as bravatas de Lula na entrevista fizeram “mais sucesso” na imprensa do que junto ao público. Se ele tivesse dado um pum no ar, também seria notícia. Se bem que…
(por REINALDO AZEVEDO)
MST espalha que vai invadir acampamento de movimentos pró-impeachment
Segue aqui a advertência. O MST, que tem um acampamento no Distrito Federal , está espalhando a ameaça de que vai invadir o acampamento dos movimentos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Sintam-se advertidos os respectivos comandos da Polícia Federal, da Polícia Militar do DF e da Polícia do Legislativo. Esta pode atuar só dentro do Congresso. Mas nada impede que fique de olho na ação dos baderneiros, documentando o episódio.
Há certa canalha no país que não aceita o regime democrático e suas garantias. Também não se conforma com os direitos que ele assegura.
Obviamente, se algo mais grave acontecer, o principal responsável será o governo federal – e Dilma em particular.
Ela também decidiu investir na guerra de todos contra todos.
Caminhoneiros ameaçam parar na segunda-feira
Os caminhoneiros autônomos prometem iniciar uma greve nacional na próxima segunda-feira, dia 9 de novembro. Eles reivindicam desde o início do ano a redução do preço do óleo diesel, a criação do chamado frete mínimo e carência para os que têm caminhões financiados pelo BNDES, pautas não atendidas desde as paralisações anteriores. Líderes do Comando Nacional do Transporte dizem que pedem também a renúncia de Dilma Rousseff. A possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros vem causando preocupação na presidente Dilma Rousseff, que orientou sua equipe a monitorar e iniciar conversas com líderes do movimento. Na avaliação do Planalto, uma nova greve iria gerar desabastecimento no país, o que pode agravar ainda mais o quadro de recessão econômica. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comentou a paralisação. Para ele, o movimento tem um forte viés político.
Ministra Maria Thereza relatará cassação de Dilma no TSE
A ministra Maria Thereza de Assis Moura será a relatora da ação de cassação de mandato da presidente Dilma Rousseff no TSE.
O presidente do TSE, José Antonio Dias Toffoli, disse que consultou a jurisprudência da corte e por isso escolheu a ministra.
Maria Thereza era a relatora da ação, mas foi vencida no caso (votou pelo arquivamento) e, por isso, achava que a relatoria deveria ficar com o ministro Gilmar Mendes.
Foi ele quem abriu a divergência a favor da abertura da ação, que foi seguida pela maioria da corte.
O governo era contrário à escolha de Mendes –conhecido por suas declarações críticas ao PT– para relatar a ação.
Dilma teme Cunha porque ela “não tem gerência” sobre Janot. Ah não, é?
Dilma teme o que chama de “imprevisibilidade” nas ações de Eduardo Cunha, segundo a Folha.
Cunha, como mostrei aqui, já fez chegar ao Palácio do Planalto recados de que, caso Rodrigo Janot peça seu afastamento da presidência da Câmara, ele vai deferir o pedido de impeachment contra Dilma.
Diz o jornal:
“O governo acredita que a situação ‘está mais calma’, porém, ‘imprevisível’, até porque, argumenta Dilma, ela ‘não tem gerência’ sobre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.”
Ah não, é? Sei.
O procurador, segundo a Folha, reúne indícios para provar que Cunha utilizou o cargo para atrapalhar a Operação Lava Jato, que investiga o petrolão do qual ele teria sido beneficiário.
Caso consiga comprovar a tese de interferência nas investigações, a Procuradoria deve pedir o afastamento de Cunha do cargo.
“No Planalto, a ordem é monitorar os movimentos de Cunha e recorrer ao STF caso ele autorize a abertura de um processo de impeachment contra Dilma.”
Dilma, na verdade, quer é que Janot colabore tanto quanto Teori Zavascki, do STF, que poderá estender em 30 dias o prazo para Cunha apresentar sua defesa das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, o que só tornaria possível uma denúncia contra ele em 2016.
Quanto mais tempo todos ganharem, melhor para Dilma.
Os opositores que contavam com a denúncia contra Cunha ainda neste ano para tentar substituí-lo por alguém capaz de acelerar o impeachment agora teriam de contar apenas com o PGR.
Mas eles, certamente, “não tem gerência” sobre Rodrigo Janot.
* Relembre aqui no blog:
– Vazar e negar: Como políticos usam a imprensa para mandar recados
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil