Com aumento da CIDE, gasolina pode subir R$ 0,50. Desemprego deve bater em 18% em SP
Mar de demissões
Uma pesquisa da agência de empregos ManpowerGroup demonstra que o governo tem mesmo motivos para se preocupar com a geração de empregos no país (leia mais aqui).
Apenas 9% dos 850 empresários de indústria e serviços ouvidos pelo levantamento disseram que pretendem fazer contratações no último trimestre de 2015. Outros 65% responderam que manterão o quadro de funcionários e 23% vão diminuir o número de empregados entre outubro e dezembro.
Segundo a pesquisa, o número de contratações deve cair em média 10% no último trimestre do ano, pior número entre os 42 países estudados pela ManpowerGroup.
No estado e na cidade São Paulo, onde as perspectivas de contratação são piores, as quedas devem ser de 18% e 9%.
Escolha de Sofia
Caso o governo aumente mesmo a Cide da gasolina de 0,10 centavos para 0,60 centavos, aumentará sua receita em 15 bilhões de reais. Beleza. Em compensação, o preço da gasolina na bomba vai subir algo como 21%, de acordo com estimativa do consultor Adriano Pires.
Imagine-se o impacto inflacionário da medida.
Por Lauro Jardim
Só um povo covarde aceita ser roubado e pagar a conta (FELIPE MOURA BRASIL)
Se algo tem de ser 'imposto', é o impeachment de Dilma Rousseff pela força da lei
Tuitadas infladas:
– “Conquistas sociais” é uma expressão usada pelo PT para passar impressão de que dependência do governo pelos pobres é um mérito do partido.
– Dilma Rousseff golpeia os militares, mas Ministério da Defesa diz que devolverá poderes a comandantes. Da série: “Coisas que nem denuncio porque sei que vão cair”.
– Ok. Eu denuncio agora que o governo Dilma, de caso pensado, fará o possível para engabelar os militares e devolver-lhes apenas uma parte do poder. É da natureza do PT aplicar golpes dentro de golpes.
– E a brincadeira agora na gincana Dilma é: quem tem a melhor ideia de como arrancar mais dinheiro da população?
– Michel Temer se disse contra qualquer aumento de impostos, mas cogitou aumentar como “última hipótese” o dos combustíveis (CIDE), sob orientação do garoto de recados de Lula, Delfim Netto. Ninguém faz o que realmente prega neste governo.
– O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, alegou que o aumento da CIDE elevaria a inflação que o governo (supostamente) quer baixar. Seria, de fato, mais um duplo assalto aos brasileiros.
– O senador Delcídio Amaral (PT-MS), após suas férias em Ibiza, informa que Senado votará na semana que vem MP que eleva imposto para instituições financeiras.
– O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou de Paris que quer aumentar o imposto de renda. É uma estratégia digna do desgoverno Dilma anunciar medidas impopulares do exterior.
– Brasileiro assiste na TV à discussão dos políticos que o assaltaram sobre como assaltá-lo de novo para cobrir o excesso de gastos que tiveram.
– O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que é “sinal de desespero” o Executivo querer aumentar impostos por decreto, sem aprovação do Congresso (como comentei na TVeja). O desespero petista é extorsivo.
– O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que, se isso ocorrer, vai apresentar um projeto de decreto legislativo para sustar os efeitos da elevação de impostos. É o mínimo que Dias pode fazer, depois de se engajar na campanha do petista Edson Facchin para o STF.
– Após descomplicar o perdão para o aborto e a indissolubilidade do casamento, só falta o Papa ajudar Dilma a descomplicar as contas públicas.
– Não sei o que é pior: imaginar que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, advogou em favor de Dilma no jantar do PMDB ou que nem precisou fazer isso diante de seus cúmplices.
– No jantar do PMDB, Eduardo Cunha, Eunício Oliveira e Renan Calheiros pressionaram Temer a desistir da ideia de aumentar a CIDE sob o risco de atrair o ódio popular. Até Renan tem de educar o vice-presidente. Em marketing, claro.
– Oposição lança site com petição online por impeachment e tenta atrair aliados do governo que perderam boquinha. É o blog limpo de líderes de PSDB, DEM, PPS, PSC e Solidariedade contra Dilma Rousseff.
– O senador Aécio Neves (PSDB-MG) delega a deputados de oposição a função de representar a sociedade com ações pelo impeachment, mas elas também dependem de que Aécio articule um acordo com Temer.
– Folha: “Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi consultado por um deputado que, antes de aderir formalmente, queria saber se o presidente da Câmara via possibilidade de o impeachment prosperar. Depois da conversa, decidiu participar do movimento.” Que bom.
– Só um povo covarde aceita ser roubado e pagar a conta. Se algo tem de ser ‘imposto’, é o impeachment de Dilma Rousseff pela força da lei.
– Estadão na segunda: “Edinho Silva diz que campanha de Dilma seguiu a lei”. Sim: da selva.
– Folha nesta quarta: “Integrantes da campanha de Dilma lembram que Edinho Silva (Secom), então tesoureiro, era um dos que mais despachavam diretamente com a candidata. Dada a proximidade, auxiliares da petista não apostam, no momento, em saída do ministro – que, se deixasse o governo, perderia o foro privilegiado e cairia na alçada de Sergio Moro.” Não é por outra razão que Edinho está no governo.
– Como perguntou o deputado Lúcio Vieira (PMDB-BA): “Será que os 18 petistas que pediram saída de Eduardo Cunha terão coragem de defender demissão de Edinho e Mercadante?” Onde está Alessandro Molon numa hora dessa?
– A Dilma americana Hillary Clinton, após investigadores encontrarem 150 mensagens com informações confidenciais em seu servidor, enfim diz: “foi um erro” usar e-mail pessoal como secretária de Estado e “sinto muito por isso”. Motivo verdadeiro do suposto arrependimento: caiu nas pesquisas.
– A sinceridade democrata é como a petista: uma coincidência esporádica entre o que todo mundo já sabe e o que o marqueteiro manda parar de negar.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Dilma sem agenda
Se há uma expressão da qual nunca mais se ouviu falar no governo Dilma é “agenda positiva”.
A agenda positiva é um recurso clássico dos governos que enfrentam alguma crise. É só a popularidade cair e lá vem alguém da área de comunicação com a ideia mágica: “agenda positiva”.
Dilma Rousseff, neste segundo mandato, até que tentou lançar mão desse recurso.
Anunciou um novo programa de concessões na área de infraestrutura em junho. Alguns programas sociais foram lançados ou relançados em cerimonias no Palácio do Planalto.
Só que bastava uma cerimonia dessas acontecer para uma notícia de “agenda ruim”, geralmente vinda da Lava-Jato ou da economia, engolfar a novidade que o governo tentava lançar.
Hoje, nem isso o governo tenta mais. Até o Minha Casa minha Vida 3 que seria lançado nesta semana terá que ser repensado. Não há recursos.
Na verdade, não é que seja um governo sem agenda positiva. É um governo sem agenda.
Por Lauro Jardim
Caçador de “coxinhas”
O petista Paulo Pimenta, presidente da Comissão de Direitos Humanos, passou a perseguir individualmente em seu Facebook quem está em cargo de comissão no governo, mas critica o governo.
Pimenta fez uma colagem de uma postagem de apoio às manifestações na rua, feita por uma servidora comissionada no Ministério do Esporte, a pedido de George Hilton.
Por Lauro Jardim
Vocação para o subdesenvolvimento, por JOÃO LUIZ MAUAD
Enquanto o Brasil mantiver mentalidade anticapitalista e insegurança jurídica para propriedade privada, não sairemos da miséria (Por João Luiz Mauad, para o Instituto Liberal)
Em discurso proferido em redes sociais no último dia 7 de setembro, a vossa presidenta Dilma Rousseff disse o seguinte:
“As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, (…), nos fortalecer diante do mundo e conduzir, o mais breve possível, o Brasil à retomada do crescimento. Podemos e queremos ser exemplo para o mundo, exemplo de crescimento econômico e valorização das pessoas.”
Definitivamente, embora se diga economista, essa senhora fala de coisas das quais nada entende. O Brasil jamais será um exemplo de crescimento econômico e de valorização das pessoas enquanto continuar negando aos seus cidadãos garantias inequívocas de que os seus direitos de propriedade serão respeitados.
Diante de fatos como os mostrados neste vídeo, onde se observa claramente que, além de não zelar adequadamente pela propriedade privada dos indivíduos, o governo, através de suas agências, ainda incentiva a ocupação irregular das mesmas, não dá para acreditar que chegaremos muito longe em matéria de desenvolvimento econômico.
Em Pindorama, infelizmente, ainda vigora aquela famosa cláusula, amplamente utilizada em constituições de matiz socialista, que subordina toda e qualquer propriedade, mas especialmente as propriedades rurais, a uma hipotética “função social”, que ninguém sabe exatamente o que é, e cuja interpretação é deixada a cargo da subjetividade de políticos, burocratas e juízes (reparem na prepotência do ministro da justiça diante de uma proprietária expulsa das terras da família por índios, devidamente incentivados e financiados pela FUNAI).
Se há algo que a História nos ensina é que a única porta de saída da pobreza é o crescimento econômico. A mesma história nos mostra que as instituições que caracterizam as economias capitalistas são as únicas eficazes para a promoção do crescimento. A evidência disso é fornecida pelo levantamento das instituições vigentes nas nações mais ricas do mundo.
Não por acaso, essas economias promovem o crescimento econômico incorporando instituições que incentivam a produção, a troca e a criatividade. Estes países estabelecem sistemas políticos confiáveis que garantem o estado de direito, asseguram os direitos de propriedade e abrem seus mercados à concorrência externa.
O desenvolvimento econômico que gera altos padrões de vida resulta do investimento, da renúncia ao consumo imediato na expectativa de benefício futuro. Mas investimentos são arriscados, daí a importância de direitos de propriedade claramente definidos, garantidos pelo estado de direito, na redução dos riscos, presentes e futuros. Portanto, não seria exagerado dizer que, das instituições capitalistas que desencadeiam o desenvolvimento, direitos de propriedade seguros são talvez os mais importantes.
Já em países atrasados como o nosso, onde a mentalidade anticapitalista retrógrada ainda prevalece, na contramão do que fazem as economias mais avançadas, a falta de direitos de propriedade bem definidos e protegidos pelo Estado está na raiz do encolhimento acentuado dos investimentos (internos e externos) e, consequentemente, do crescimento econômico sustentado. Ao contrário, portanto, do que diz a vossa presidenta, se somos exemplo de alguma coisa nessa matéria, é de uma vocação empedernida para o fracasso.
Nota do blog: corroborando a mensagem do texto, temos um artigo publicado hoje no GLOBO pelo ministro Patrus Ananias, em que ele compara a situação em certas propriedades rurais de hoje com a época da escravidão, defendendo a expropriação imediata de quem for condenado por “trabalho escravo”. O problema é que o leitor deve imaginar negros levando chibatadas e obrigados ao trabalho, mas não é nada disso! É algo bem mais subjetivo, arbitrário, vago, que depende de dezenas de itens das leis trabalhistas. Ou seja, o ministro pergunta como ser contra a desapropriação sumária em caso de trabalho escravo, mas ignora que as tais “condições análogas” ao trabalho escravo não são exatamente isso, e sim uma região cinzenta que gera incerteza para os proprietários rurais, reféns de gente muitas vezes corrupta ou ideológica (socialista) no Incra.
(POR RODRIGO CONSTANTINO, DE VEJA.COM)
“Camisa listrada” e outras cinco notas de Carlos Brickmann
Publicado na Coluna de Carlos Brickmann
CARLOS BRICKMANN
São três movimentos de xeque à rainha; por coincidência, simultâneos.
1 - Neste jogo de xadrez, o Supremo autorizou investigações, pedidas pelo procurador Janot, contra dois ministros próximos de Dilma, Edinho Silva e Aloizio Mercadante. Ambos levam para dentro do Palácio do Planalto a Operação Lava Jato, que agora sitia o governo. Ambos carregam maldição recorrente: Edinho foi tesoureiro de campanha, como Delúbio, condenado, como Vaccari, processado; Mercadante é chefe da Casa Civil, como José Dirceu, condenado, preso agora por outro processo; como Palocci, Erenice, Gleisi. Ambos são delatados pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, UTC, por receber recursos ilegais. Pessoa diz que o dinheiro foi para as campanhas de Lula em 2006 e Dilma em 2010.
2 - O Tribunal de Contas envia em breve ao Congresso o relatório sobre as contas do governo Dilma; é provável que recomende a rejeição (o que pode levar ao impeachment). O TSE pede investigações sobre as contas de campanha de Dilma (o que pode levar à anulação de sua chapa e à cassação do mandato).
3 - O juiz Sérgio Moro pede hoje ao Senado a aprovação de projeto de lei que permite a prisão de réus de certo tipo de crimes, tão logo condenados em segunda instância (podem recorrer, mas presos. Hoje, podem recorrer em liberdade). Entre os crimes previstos, há corrupção, peculato, lavagem de dinheiro – em resumo, Lava Jato. O projeto é votado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado em caráter terminativo. Não precisa ser aprovado pelo plenário.
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