Tropa de Cunha pode descobrir se Marcos Valério apanha na prisão, por FELIPE MOURA BRASIL
A coluna Painel, da Folha, informa:
“Peemedebistas próximos a Eduardo Cunha dizem que a possibilidade de que o PT assine em peso o manifesto pelo afastamento do presidente da Câmara é o ingrediente que pode unificar a bancada e deflagrar uma ‘guerra’ contra Dilma Rousseff. Após a inclusão de alguns petistas na lista e a declaração de Rui Falcão de que as acusações eram ‘gravíssimas’, Cunha disse a Michel Temer que, caso a ação petista se amplie, exigirá uma ‘resposta institucional’ do PMDB.”
Com ou sem a ampliação da ação do PT, a única ‘resposta institucional’ que o PMDB deveria dar é ao povo brasileiro, com a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
De preferência, muito antes de 15 de novembro, a data anunciada no sábado para o congresso do partido, que deverá marcar a cisão com o petismo.
A próxima terça-feira, por exemplo, quando a oposição deve voltar a se reunir com juristas para discutir caminhos para o pedido de impeachment, é uma opção bem melhor.
“Após a denúncia de Rodrigo Janot contra Cunha, sua tropa age para levar Marcos Valério para depor na CPI da Petrobras.”
Assim, sim.
“Condenado pelo mensalão, o ex-publicitário disse ao Ministério Público em 2012 que o PT usou recursos da estatal para abafar investigações do caso Celso Daniel – prefeito de Santo André assassinado em 2002.”
Relembro: o empresário Ronan Maria Pinto, segundo Valério, ameaçava implicar o PT, o então presidente Lula e o chefe de gabinete Gilberto Carvalho no misterioso assassinato.
Valério confirmou que recebeu do então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, um pedido de 6 milhões de reais para comprar o silêncio de Ronan. O ex-publicitário reafirmou que não quis se envolver na história, mas que o dinheiro da chantagem acabou sendo pago pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula, por meio de um empréstimo comprovadamente contraído no Banco Schahin.
O Estadão informou no sábado que, em depoimento à PGR, em março, o lobista Júlio Camargo também citou, “de forma vaga”, o nome de Bumlai, cuja amizade com Lula consta no relatório dos procuradores.
Tudo isso têm de ser trazido à tona pelos deputados na CPI, assim como a conta associada a Lula no exterior, mas, diante de tantos rumores, a pergunta mais importante a fazer a Valério seria:
“O quanto o senhor apanhou na prisão?”
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
‘É ruim, mas é dos nossos’ e outras seis notas de Carlos Brickmann
Publicado na Coluna de Carlos Brickmann
Atribui-se ao presidente americano Franklin Roosevelt (embora não haja nenhuma prova de que a frase seja dele) a seguinte opinião sobre o ditador nicaraguense Anastasio Somoza: “É um canalha, mas é canalha nosso”.
Não se assuste o caro leitor com as estranhas alianças políticas de Brasília. Dilma despreza Renan, Renan não gosta de Dilma, mas neste momento um é útil ao outro. O mesmo vale para Eduardo Cunha: os tucanos não confiam dele, ele não crê nos tucanos, mas ambos estão firmemente unidos pelo objetivo comum de enfraquecer o governo (ou afastá-lo). Michel Temer comanda o PMDB por seus defeitos, como a posição indefinida em quase todos os assuntos, e não por suas virtudes – afinal, de que interessa ao partido de Jader Barbalho ter em seus quadros um excelente constitucionalista, professor de reconhecidos méritos? A propósito, Jader é conhecidíssimo em todo o PMDB, mas só deixou de ser o homem-forte do partido depois que foi apanhado naquele caso do ranário, lembra? Não adianta mostrar aos políticos que seu aliado não presta: eles sabem disso.
Os comunistas tinham uma denominação específica para o adversário que, naquele momento, poderia ajudá-los: era o “companheiro de viagem”. Terminada a viagem, alcançado o destino, era cada um por si, e pobres dos vencidos.
Política é a luta pelo poder, e aí vale tudo. Há quem diga que, na luta pelo poder, há políticos que chegam até a falar a verdade. Digamos, pois, a verdade: Roosevelt jamais chamou Somoza de canalha.
Referiu-se, sim, à senhora mãe dele.
Vamos dar a meia volta…
Por falar em alianças fugazes, Michel Temer tem dito que está deixando o barco e sua missão como articulador político de Dilma terminou. Está pronto para atender aos brados do povo e, se tiver chance, assumir a Presidência (o caro leitor não ouviu os brados do povo? Temer também não, e daí?) Com Renan, Cunha, Aécio, Serra, Fernando Henrique, com quem precisar. Temer pode ser o conselheiro que sugira a Dilma a renúncia, pode ser um dos generais do impeachment.
Mudar-se do Palácio do Jaburu para o da Alvorada não tem preço.
…volta e meia vamos dar
O governo comemora a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot contra Eduardo Cunha – que enfraquece Cunha como condutor do impeachment. E o líder do PT no Senado, Humberto Costa, jura que nenhum governista irá conversar com Cunha.
Mas irá, sim. Embora menos forte do que há alguns dias, Eduardo Cunha tenta uma ousada estratégia para garantir o impeachment de Dilma: o pedido é feito, ele o rejeita, o plenário determina que seja aceito. Fora isso, enquanto for presidente da Câmara, Cunha pode criar enormes dificuldades ao governo. Por isso haverá conversas de governistas com ele. E, conforme o quadro político, pode até ser que esses governistas o procurem para ver se há espaço na oposição.
A grande soma
A Camargo Correia promete devolver R$ 700 milhões referentes a três obras. Há outras grandes empreiteiras e outras obras. Qual será o total dos desvios?
A parte deles
O pagamento de metade do 13º aos aposentados em agosto ficou para um dia desses, sabe-se lá quando, por falta de dinheiro. Quem manda não ser poderoso? A metade do 13º de Dilma Rousseff e de toda aquela sua infinidade de ministros já saiu, e em julho. Dilma e os ministros receberam R$ 15.467,00, cada um, como antecipação.
Como diz o provérbio, farinha pouca, meu pirão primeiro.
A lei deles
O Tribunal de Justiça de Pernambuco condenou o juiz Max Cavalcanti de Albuquerque por manter irregularmente sob sua guarda um rapaz menor de idade, com quem dividia a cama. Albuquerque, na época dos fatos, era juiz da Vara de Infância e Juventude de Palmerina, Pernambuco, e segundo o tribunal retirou o garoto da família sem qualquer procedimento legal. E a que pena foi condenado o magistrado? A de sofrer o constrangimento de receber integralmente seus proventos, sem trabalhar, por aposentadoria compulsória. Como punição pelo ato, foi-lhe retirada a maldição bíblica de ganhar o pão com o suor de seu rosto.
O Conselho Nacional de Justiça manteve a pena. O juiz continua aposentado, proibido de trabalhar e recebendo tudinho, em dia. As informações são oficiais, do CNJ, e do ótimo portal jurídico Espaço Vital (www.espacovital.com.br).
Pesquisa de Internet
O deputado Diego Garcia, do PHS paranaense, protestou contra o resultado de uma enquete divulgada pelo portal da Câmara dos Deputados. A pergunta é: Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?
O resultado foi de 51,62% para “não concordo”, contra 48,09% para “concordo”. Garcia pesquisou a origem dos votos. Pois é: três milhões de votos “não” saíram de 66 computadores. Um só computador enviou 1,2 milhão de votos. Garanhuns, Pernambuco, com 112.500 habitantes, enviou 122 mil votos “não”. Vieram votos “não” até dos EUA: uma cidade com 8.500 habitantes enviou 60 mil votos.
Dúvida: se não há controle de quem vota, para que a enquete?
(por CARLOS BRICKMANN)
O que será que Michel Temer está pensando agora? (por LEANDRO NARLOCH)
Um desabafo imaginário do vice-presidente pouco antes de decidir deixar a coordenação política do governo
Eu sou vice-presidente, poxa. A função de vice-presidente é fazer coisa nenhuma, poxa. Lembra o José Alencar? Lembra o Marco Maciel? Um passou o mandato inteiro degustando cachaça mineira, o outro andava pelo Congresso e ninguém dava a mínima. O que é mais que justo e esperado, afinal a função de um vice-presidente é ter vida mansa, poxa.
Quando o Lula me chamou pra essa vaga, prometeu sossego. “Aquela vidinha tranquila de vice”, piscou o Mercadante. Disseram que eu poderia curtir reuniões do clima na Europa. Disseram que eu poderia indicar uns diretores da Petrobras. Prometeram me arranjar um quarto no St. Regis sempre que eu fosse a Nova York.
Eu aceitei, mas cadê? Em vez de beijar a mão da rainha da Suécia, sou obrigar a passar o dia pedindo arrego pro Lupi. Em vez de assistir um musical na Broadway com a Marcela, tenho que fazer reunião com a bancada do PTB. E ainda me obrigam a falar grosso com o Cunha e outros camaradas.
Vou ao Procon. Vou entrar com um processo. Estão exigindo muito de mim. Isso é desvio de função. É terceirização da atividade-fim.
Poxa, eu já cumpri o meu papel – muito mais do que deveria. Função de vice é ser picolé de chuchu, papagaio de pirata, bonecão do posto (claro que sem aqueles braços infláveis, que chamam muita atenção). Função de vice-presidente é fazer coisa nenhuma, poxa.
Quando aparece um pepino, cadê a presidenta? Foi pro Maranhão tirar foto ao lado do povo. O IBGE dá mais uma notícia ruim, cadê a presidenta? O João Santana mandou ela ficar em casa, “a ordem é blindá-la”. Sobra pra mim. É como se ela fosse a vice, e eu o presidente.
Opa. Pensando bem, talvez seja hora de oficializar essa troca.
(por LEANDRO NARLOCH @lnarloch)
Vídeo: Dilma é hostilizada na
Festa do Peão de Barretos
Quatro anos atrás, Dilma Rousseff sancionou uma lei que deu à cidade de Barretos, em São Paulo, o título de “capital nacional do rodeio”.
Na noite de sábado (22), depois da canção-oração coletiva de “Nossa Senhora”, de Roberto Carlos, parte expressiva do público da Festa do Peão de Barretos retribuiu a homenagem a Dilma Rousseff.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Caiado: Ameaça de Morales é desespero do Foro de São Paulo “com a perda da fonte de recursos” do BNDES
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) rebateu no Facebook a ameaça contra a democracia brasileira feita pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, no dia 21 de agosto, durante as celebrações de 115 anos da Escola Militar de Sargentos ‘Maximiliano Paredes’, na cidade de Tarata, em Cochabamba:
“O presidente da Bolívia, Evo Morales, faz ameaças à democracia brasileira para defender Dilma, Lula e o PT. Fala de ações de forças armadas para defender seus ‘companheiros’. É uma ação orquestrada do Foro de São Paulo, ameaçado com a perda da fonte de recursos que irrigou esses regimes bolivarianos nos últimos anos via BNDES.
Primeiro foi Maduro. Agora é Evo a discursar contra o Brasil. Mas aqui não é Venezuela, Evo, onde Chávez e Maduro aplicaram um golpe atrás de outro. Dilma vai sair democraticamente. Seja pela renúncia, pelas pedaladas ou pelos crimes eleitorais. Com tudo que a nossa Constituição prevê, garantida a ampla defesa. Mais cuidado com o que fala, porque os próprios bolivianos já não aguentam tantos gogós com pouca efetividade. Vou levar esse assunto à nossa Comissão de Relações Exteriores para tomarmos as decisões cabidas contra essa ameaça”, escreveu Caiado.
O vídeo abaixo, legendado em português, mostra as asneiras de Morales.
* Relembre aqui no blog:
– Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil
– Vídeo especial: ‘Lula e José Dirceu – Uma longa história de cumplicidade’
– Como o PT quer garantir o poder com a Unasul, fachada do Foro de São Paulo, por meio de mais ‘exércitos’ e ‘eleitores’
– Retirada do Hamas da lista de grupos terroristas da UE é alerta contra Tribunal de Justiça da Unasul/Foro de SP
– Vídeo: Lula é desmascarado por Onyx Lorenzoni. “Seu único projeto é o famigerado Foro de São Paulo”
– O “FBI brasileiro” de Dilma e Cardozo, o ministro do Foro de São Paulo que aplaude a revolução. Assista ao vídeo
– O melhor vídeo para entender o PT, com Lula, Dilma, Valter Pomar e… Olavo de Carvalho
– Olavo de Carvalho e o papel do PT no comunismo
– Deu na Folha: Conhecer o Foro de São Paulo é o mínimo para não ser um idiota
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
História: em 2002, PT se dizia contra corrupção (por JOSIAS DE SOUZA, DO UOL)
Na tevê, Lula e Dilma falam da crise sem culpa (Josias de Souza, UOL)
No Brasil atual, basta abrir um jornal ou uma carteira para dar de cara com a crise. Na noite deste sábado, dois dias depois de o IBGE informar que a taxa de desemprego bateu em 7,5% no mês de julho, o PT levou ao ar dois comerciais de trinta segundos. Num, Dilma Rousseff admite: “…muita coisa precisa melhorar.” Noutro, Lula reconhece: “…a situação não está fácil.”
Ambos prometem um Brasil próspero na virada da esquina. “Vamos voltar a crescer com todo o nosso potencial”, ela antevê. E ele: “Com o esforço e a luta de todos vamos controlar a inflação, gerar empregos e derrotar o pessimismo. Podem ter certeza. O Brasil vai voltar a crescer.”
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Falta algo essencial às mensagens da criatura e do criador: um culpado. No poder há 13 anos, a dupla já não dispõe de um FHC para chutar sem cair no ridículo. E como não conseguem enxergar os responsáveis pela crise no espelho, Dilma e Lula soam cada vez mais desconexos.
É difícil dar crédito às pessoas antes de saber se elas conseguem aprender com os próprios erros. A primeira lição da ruína petista deveria ser a de que todas as premissas sobre as quais Dilma, a supergerente de Lula, construiu a sua política econômica precisam, no mínimo, pegar um pouco de ar.
O diabo é que não se chega ao arejamento sem uma boa autocrítica. Depois que confiou a Fazenda ao ex-diretor do Bradesco Joaquim Levy, Dilma deveria ter dito a si mesma: “Pô, nossa cartilha está ficando igual ao manual do tucanato. Por que é mesmo que a gente era contra o superávit fiscal?”
Sem esse tipo de resposta, metade da nação continuará apavorada porque supõe que a crise econômica, combinada com a roubalheira, só terá fim por um milagre de Deus. E a outra metade se entregará ao pânico porque suspeita que Deus está morto. A gerente infalível, uma incompetente disfarçada, o matou.
(por Josias de Souza)
A grande resposta da professora das filhas de Veríssimo ao cachorrinho de madame que virou pitbull de quadrilheiro
Neste 20 de agosto, o jornal gaúcho ZH publicou a crônica em que Luis Fernando Verissimo informa que não vê diferenças entre manifestações de rua contra o governo e matilhas de vira-latas. No mesmo dia, a leitora Rosália Saraiva, que foi professora das filhas do patriarca dos humoristas estatizados, encaminhou ao blog do jornalista Políbio Braga uma carta endereçada ao pai das ex-alunas. A resposta, merecidíssima, é de envergonhar até quem perdeu a vergonha de vez.
O rosnado de Verissimo nasceu do medo. O fim da era lulopetista pode custar-lhe a liderança que ocupa no ranking dos autores mais didáticos do Ministério da Educação. Esse possível rebaixamento na lista dos escritores federais oferece motivos de sobra — milhões de motivos — para que um cachorrinho de madame vire candidato a pitbull de quadrilha. Talvez sossegue algum tempo depois do troco, reprisado abaixo, que uma valente professora lhe aplicou no fígado. Confira. (AN)
Prezado LF Verissimo:
Na crônica com o título ‘O Vácuo’, comparaste os manifestantes contra o governo aos cachorros vira-latas que, no passado, corriam atrás dos carros, latindo indignados. Dizes que nunca ficou claro o que os cães fariam quando alcançassem um carro, por ser uma raiva sem planejamento. E que os cães de hoje se modernizaram, convenceram-se de seu próprio ridículo, renderam-se ao domínio do automóvel.
Na tua infeliz e triste comparação, os manifestantes de hoje são vira-latas obsoletos sitiando um governo que mais se parece com um Fusca indefeso, que sabem o que NÃO querem – Dilma, Lula, PT – mas não pensaram bem NO QUE querem no seu lugar. Como um velho e obsoleto cachorro vira-lata, quero te latir (não sei se entendes a linguagem de cachorros) algumas coisas:
1. Independentemente das motivações de cada um, tenho certeza de que todos os cachorros na rua correm em busca dos sonhos perdidos, que, em 13 anos, foram sendo atropelados não por um Fusca indefeso, mas por um Land Rover de corrupção, imoralidades, mentiras, alianças políticas espúrias, compras de pessoas, impunidade, incitação à luta de classes, compra de votos com o Bolsa Família , desrespeito e banalização da vida pela falta de segurança e de atendimento digno à saúde, justiça falha, etc, etc.
2. Se os cachorros se modernizaram e pararam de correr atrás do carro, não foi por se convencerem do próprio ridículo. Foi porque não conseguiram nunca alcançar os carros e isso os desmotivou. Falta de planejamento, concordo. Mas os cachorros de agora aprenderam que se correrem juntos, unidos, latindo bastante atrás do carro, cada vez mais e mais, de novo e de novo, chegará uma hora em que o motor vai fundir. Eles vão alcançar o carro. O motorista vai ter que descer do carro e outro assumirá. Pior do que está não vai ficar, embora o conserto vá demorar muito. Não vai ser fácil, mas os vira-latas vão conseguir se organizar, pelo voto. Não pela ditadura.
3. Não é verdade que o latido mais alto entre os cachorros foi o de um chamado Bolsonaro. Acho que estavas na França gozando das delícias de um croissant na beira do Sena (enquanto os vira-latas daqui corriam atrás do osso perdido) e não viste os vídeos das manifestações. Se bem que a TV Globo e o Datafolha também não enxergaram nada. O que mais cresceu na manifestação foi uma certeza, a certeza que vai fazer esse país mudar: com essa Land Rover desgovernada não dá mais. Os cachorros com seus latidos unidos jamais serão vencidos. E sabem que mais dia, menos dia, esse carro vai parar. É assim que começa, pena que eles não acreditem. Não vai ter mais dinheiro pra comprar brioches para o povo. E o número de vira-latas vai aumentar muito. Quem comandará a corrida? Não sei, só sei que prefiro ser um vira-lata à moda antiga do que um vira-lata moderninho que se rende a uma Land Rover.
4. Te enganas quando dizes que os cachorros de antes corriam atrás dos carros porque a luta era outra. Não, a luta é a mesma, o contexto é diferente. Os cachorros não querem um passaporte bolivariano. O vácuo vai ser preenchido, não te preocupes. Por quem for necessário e aceito, desde que não seja pelo exército do Stédile.
5. Em tempo: essa vira-lata que te fala foi professora das tuas filhas no antigo e admirável Instituto de Educação. Lá aprendi que é importante latir não por latir, mas para defender os sonhos possíveis. E tuas filhas devem ter aprendido muita coisa com os meus latidos. Continuo latindo, agora na rua, para derrubar o que acredito ser um mal nesta nação arrasada: a corrupção e, mais do que isso, um governo corrupto, que perdeu totalmente a vergonha. Eles criaram um “vácuo” de imoralidade e de incompetência que vai ser difícil de recuperar. Mas, vamos conseguir!
Atenciosamente, auauau.
ROSÁLIA SARAIVA