No jogo do impeachment, toda desconfiança é motivo de pressão

Publicado em 14/08/2015 08:03 e atualizado em 14/08/2015 09:10
por FELIPE MOURA BRASIL, de veja.com

No jogo do impeachment, toda desconfiança é motivo de pressão

Renan, Fux e Barroso: eles também merecem cartazes no domingo

A pressão “diuturna e noturnamente” do governo do PT para salvar Dilma Rousseff do impeachment levanta, entre outras, as seguintes suspeitas de conspiração:

1) O descarteda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, em decorrência da Operação Lava Jato, teria sido combinada com Dilma Roussef para que Renan ajude o governo a melar o impeachment.

2) O prazo de mais 15 dias dado pelo TCU para Dilma explicar as irregularidades apontadas pelo procurador Julio Marcelo de Oliveira nas contas de 2014 teria sido combinado com o governo por intermédio de Renan (que tem forte influência sobre três ministros do tribunal, indicados pelo PMBD) para dar tempo não apenas de esfriar a pressão popular, mas de o procurador-geral Rodrigo Janot denunciar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e melar o impeachment.

3) A decisão em caráter liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, de que as contas de presidentes da República precisam ser votadas por uma sessão conjunta do Congresso – formada por deputados e senadores e não pelas Casas Legislativas de maneira separada – teria sido combinada com o governo para tirar o poder de Cunha, entregá-lo ao presidente do Senado (que também preside o Congresso) e melar o impeachment.

4) O pedido de vista (mais prazo para analisar o caso) feito pelo ministro do TSE Luiz Fux no julgamento do prosseguimento da ação do PSDB que pede a impugnação do mandato presidencial de Dilma teria sido combinado com o governo para esfriar a pressão popular, evitando que a eventual derrota na votação favoreça o clima de impeachment e que o clima de impeachment favoreça a impugnação.

As quatro suspeitas acima podem corresponder à realidade? Podem. Tudo pode ter sido só coincidência? Pode. Até os itens 3 e 4? Pois é.

Alguns organizadores dos protestos de domingo denunciarão nos carros de som o suposto “acordão” do item 2, relativo ao prazo do TCU, embora as irregularidades recém-incluídas sejam injustificáveis e tornem ainda mais difícil a explicação de Dilma Rousseff.

De qualquer modo, a pressão é válida.

A coluna Painel, da Folha, informa que ministros do TCU receiam ser alvo das ruas e já estão recebendo centenas de mensagens pedindo a rejeição das contas da petista.

Além disso, o Movimento Brasil Livre mudou o lema dos atos para “Fora Dilma, e leve o Renan com você”. “Como o presidente do Senado quer ficar ao lado de alguém que queremos derrubar, que saia com ela”, disse um dos líderes. Amém.

Uma das funções do ato de 16 de agosto é essa: criar vergonha em todos aqueles que podem salvar o desgoverno mais corrupto e mentiroso da história do Brasil.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

A posse de Michel Temer na segunda-feira

A coluna Painel, da Folha, informa:

“Preocupado com a reação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à tentativa do governo de isolá-lo, o vice-presidente Michel Temer convidou o presidente da Câmara para uma reunião com ele e o comandante do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para discutir a Agenda Brasil. O encontro deve ser na segunda-feira.”

A única “Agenda Brasil” a ser discutida no dia seguinte aos protestos de 16 de agosto contra Dilma Rousseff é o impeachment.

Os peemedebistas decerto farão um balanço dos atos para definir os rumos dali em diante.

“O governo tem de reunificar o país para superar a crise. Nosso primeiro desafio é unir Senado e Câmara para encontrar saídas para retomar o crescimento”, disse Temer à coluna.

É um ótimo discurso de posse.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

Vídeo: Empregada doméstica convoca para ato contra Dilma em 16 de agosto

A empregada doméstica Rose Ferreira, moradora de Vila Canaã, na periferia de São Paulo, convoca no vídeo abaixo “todos os brasileiros e brasileiras”, “ricos e pobres” para protestar nas ruas no domingo, 16 de agosto, contra o desgoverno de Dilma Rousseff.

A “elite golpista” cada vez aumenta mais.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

Como explicar a necessidade de um verdadeiro ajuste fiscal para os leigos?

É POR ELA que queremos o ajuste fiscal: para que possa voltar a colocar mais comida na mesa da família!

Escrevi hoje uma resenha do excelente e necessário The Conservative Heart, livro do presidente do IEA Arthur C. Brooks, no qual ele argumenta sobre a importância de os conservadores e liberais clássicos melhorarem sua comunicação com as massas, aprenderem que é importante deixar o linguajar econômico e técnico um pouco de lado para abraçar valores morais e contagiar com sonhos e esperança, sempre demonstrando compaixão com os mais pobres e senso de justiça, além de disseminar uma mensagem positiva. Não pede uma direita populista, mas mais popular. Ataques virulentos aos adversários ganham curtidas, mas falam aos já convertidos, sem seduzir a maioria indecisa.

Como evidência do próprio ponto do autor, o texto teve bem menos visitas e curtidas do que um em que, por exemplo, ataco diretamente o humorista Gregorio Duvivier, chamando as baboseiras em sua coluna de “amontado de lixo” (o que foi confundido por muitos como uma expressão para definir o próprio humorista, algo que não é do meu feitio). Ou seja, o público quer ver o circo pegar fogo, quer xingamentos, confronto, sangue. As redes sociais potencializaram o fenômeno, sem dúvida. Tudo legítimo como desabafo, mas será que é mesmo a melhor estratégia para persuadir a maioria das vantagens do capitalismo liberal?

Sem dúvida não. E chega um momento em que é preciso decidir: queremos o regozijo de espinafrar os hipócritas e/ou ignorantes, ou queremos resultados melhores, o que passa por atrair a massa de gente que simplesmente não liga muito para política e quer apenas uma qualidade de vida melhor? Depende do mood do dia, admito. Mas aceito os argumentos de Brooks de forma geral, e acho que faz mais sentido focar na segunda estratégia, o que demanda uma forma mais amigável e construtiva, em vez de massacrar os inocentes úteis ou desonestos.

Como um exemplo disso, temos a coluna da economista Monica de Bolle na Folha hoje. Ela foge do “economês”, algo raro quando se trata de economistas mais ortodoxos, e foca naquilo que interessa: o que significa, para a classe C, o tal “ajuste fiscal”, que muitos sequer sabem dizer o que é? O uso recorrente de expressões como PIB, déficit fiscal e dívida pública não ecoa nem nas mentes dos leitores, quiçá em seus corações! Mas quando falamos que uma medida do governo é necessária para preservar o emprego dos mais pobres e seu acesso ao básico, isso chama mais atenção, sem dúvida.

Monica tenta, então, cobrar da presidente que fale de forma sincera sobre o que está em jogo, e diz que o desencontro entre discurso do governo e percepção da realidade por parte dos eleitores é o que tem agravado a crise:

Questionadas sobre acreditarem que o governo fazia o mesmo que elas quando o orçamento minguava, a resposta foi um categórico não. Alguns disseram que, em vez de cortar despesas, o governo aumenta impostos; outros afirmaram que o governo “toma do trabalhador”; uns tantos falaram que o governo pega empréstimos; por fim, um punhado foi taxativo: “O governo rouba”.

Neste momento em que muitos confundem a baixa aprovação do governo com uma não comprovada vontade popular de que Dilma deixe o cargo, a percepção da população sobre o ajuste fiscal é mais do que relevante. Se o governo soubesse explicar que aquilo que está tentando fazer é mais ou menos semelhante ao que as famílias fazem quando falta dinheiro no fim do mês, a instabilidade imprevisível que assola o país talvez pudesse ser amenizada.

Acho que Monica se engana aqui num ponto: o desejo de que Dilma deixe o cargo é bem comprovado sim, por pesquisas, e não acho que seja fruto de confusão. Os eleitores se sentem, com toda razão, traídos, cansados do cinismo do PT, das mentiras, da incompetência, da corrupção. Mas entendo que a oposição mais conservadora e liberal (quase inexistente na política nacional) deve fazer uso dessa linguagem mais direta, que o povo, conforme a pesquisa, compreende. Ou seja, é hora de deixar claro que o governo está roubando o trabalhador por não reduzir seus próprios gastos, e que isso representa mais miséria à frente.

Ficar falando em ajuste fiscal é cair na armadilha da esquerda. É tudo que eles querem! O que a direita deve fazer é simplificar a mensagem da seguinte forma para os mais leigos: o governo agiu como uma família irresponsável, que dá festas inúteis, compra carro novo, gasta com luxo, tudo bancado pelo crediário. Agora chegou a fatura, e em vez de o governo fazer como qualquer família teria de fazer, que é cortar drasticamente suas despesas, ele avança sobre o bolso do trabalhador com mais impostos e produzindo inflação. É isso que está em jogo: ajuste fiscal é apenas uma expressão para corte de gastos após uma farra irresponsável. Diz Monica:

Mais do que isso, se o governo soubesse explicar que, para equilibrar as suas contas, é necessário cortar gastos e que isso pode ter repercussões negativas para algumas famílias no curto prazo, talvez a mentalidade de “populismo econômico” que tomou conta do país (e de alguns economistas) pudesse ser diluída, poupando-nos dos desperdícios vistos nos últimos anos.

Eis o que os conservadores e liberais precisam deixar bem claro para o público em geral: quando a esquerda, de forma populista, ataca a “austeridade” ou o “ajuste fiscal”, o que ela está defendendo, na verdade, é mais inflação. Você está feliz com o preço dos produtos no supermercado? Pois então saiba que isso é resultado direto desses gastos públicos irresponsáveis, que a esquerda defende em nome dos pobres! Falar em “perda do grau de investimento” ou “fuga de capitais” é, novamente, cair na armadilha da esquerda, que fala em compaixão com os pobres e coisas do tipo, tocando o coração das pessoas.

O “ajuste fiscal” é necessário, e calcado em corte de gastos, não em aumento de impostos, porque sem ele teremos mais inflação e desemprego no futuro próximo, e isso pune de forma desproporcional os mais pobres. Ou seja, o governo deve cortar privilégios do setor público, ministérios inúteis, subsídios de grandes empresários e tudo mais para garantir o emprego dos trabalhadores, eis o recado que precisa ser passado de forma clara e objetiva.

O PT usurpou o sonho dos brasileiros com um futuro melhor, e é isso que está em jogo aqui: a direita precisa resgatar esse sonho, oferecer uma agenda positiva que permita a cada um dos trabalhadores uma esperança renovada no amanhã. É por isso que o tal “ajuste fiscal” é necessário, e que ele não tem a menor chance de ocorrer como deveria enquanto um partido populista, sensacionalista e mentiroso como o PT estiver no poder. Para salvar o Brasil e os mais pobres, só mesmo trocando o comando do governo!

Rodrigo Constantino

 

Vídeos obrigatórios: “Homens ricos, homens pobres” e “Quanto maior o governo, menor o cidadão”

Assista e eduque seus amigos de esquerda com esses dois vídeos obrigatórios dos craques Dennis Prager e Bill Whittle.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

Luciana Genro é desmascarada ao reclamar de Dilma

A candidata derrotada à presidência Luciana Genro (PSOL-RS) foi desmascarada no Twitter ao reclamar do bloqueio das contas do Rio Grande do Sul pelo desgoverno de Dilma Rousseff. Quem mandou a socialista desafiar o internauta?

Como Aécio Neves queria demonstrar:

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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Fonte: Blogs de veja.com.

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