“La dolce vita” de Lula... Jatinho Legaccy da Odebrecht e vinho frances

Publicado em 04/07/2015 16:41
por Lauro Jardim + blogs de veja.com

 

“La dolce vita” de Lula

Lula pediu “vinho francês de boa qualidade”

Em 19 de setembro de 2012, Lula viajou com uma pequena comitiva ao México, que incluía Kalil Bittar, sócio do seu filho Lulinha. Evidentemente, nada de avião de carreira.

Para o deslocamento foi alugado um Legacy 650. Quem pagou? A subsidiária americana da Odebrecht quitou a fatura de 780 000 reais.

E nada de passar aperto. No contrato com a empresa de táxi-aéreo está escrito com todas as letras que nos voos de ida e de volta não deveria faltar “vinho tinto francês de boa qualidade”.

Por Lauro Jardim

 

Delação premiada, julgamentos, escândalo, crise econômica… Notícias ruins não deixam governo respirar

Agenda negativa intensa

A agenda negativa do governo no curto prazo é coisa para quem não precisa de cardiologista: julgamento das pedaladas no TCU, as bombas da delação premiada de Ricardo Pessoa, contas de campanha sendo julgadas pelo TSE, o escândalo Fernando Pimentel… Isso sem contar com a inflação e o desemprego em alta e a recessão se aprofundando.

Por Lauro Jardim

O pós-Dilma

Delação de Pessoa mudou o status da crise

A certeza de que a crise política subiu de patamar se deve às conversas que dominam a cúpula do PMDB desde a revelação da delação premiada de Ricardo Pessoa. Só falam no pós-Dilma.

Por Lauro Jardim

Fora da realidade

O buraco é mais embaixo do que Dilma pensa

Ainda na cúpula do PMDB a sensação é de que Dilma Rousseff aparenta que, de fato, não está percebendo a gravidade da situação.

Por Lauro Jardim

 

Na mira

PF suspeita de pagamentos a offshores

A Interpol, a pedido da PF, notificou o TAG Bank, sediado no Panamá e controlado pelo brasileiro Eduardo Plass, ex-presidente do Pactual, para que diga quem são os donos das offshores Golden Rock e da Blue Diamond.

As duas empresas mantém contas no TAG Bank e a PF descobriu que fizeram pagamentos para offshores que seriam, segundo suspeita-se, de notórios políticos brasileiros.

Por Lauro Jardim

As doações da Andrade Gutierrez

Planilhas de Azevedo associam políticos a valores em dinheiro

Eis uma notícia que tem tudo para tirar o sono de muitos políticos e dirigentes partidários: no mesmo dia em que levaram Otavio Azevedo para a carceragem em Curitiba, os agentes da Polícia Federal apreenderam um documento que pode ser explosivo.

No seu apartamento na Vila Nova Conceição, em São Paulo, o chefão da Andrade Gutierrez guardava nada menos do que dez folhas de planilhas associando partidos políticos a valores em dinheiro.

Foi levado também outro material que pode ser revelador: 62 pendrives – um deles com a inscrição ‘e-mails antigos’.

Por Lauro Jardim

 

Lula continua a assombrar Dilma e não se dá conta de que hoje é vítima da cultura que ele próprio criou

Como é mesmo aquela frase que virou meme na Internet, do filme “O Sexto Sentido”? Lembrei: “I see dead people”. Eu vejo gente morta. Os petistas ficam bravos quando faço essa graça. Mas o que me resta? A presidente Dilma beija a lona; sua popularidade, segundo o Ibope, chegou a 9%, mais baixa do que a de Collor e Sarney, e o Zumbi-chefe não sossega. Sai assombrando a sua sucessora país afora. Na semana passada, foi a Brasília brincar de presidente informal da República e produziu alguns desastres.

Nesta sexta, num discurso a integrantes da FUP (Federação Única dos Petroleiros), um dos aparelhos do PT, o Babalorixá de Banânia resolveu aconselhar a sucessora:
“Acho que ela [Dilma] tem a noção exata do que eu estou falando. Ela conviveu muito tempo comigo e sabe que, nas horas difíceis, nas horas mais difíceis, não tem outra alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele. Explicar quais são as dificuldades e quais são as perspectivas”.

Percebam o “conviveu comigo e sabe…”. O cara realmente se considera a fonte original de toda a sabedoria e de todo o bem. É  professor de Deus. Lula se refere, claro!, ao momento pós-mensalão, quando saiu vociferando por aí que se tratava apenas de um “golpe”. A propósito, faz 10 anos que ele prometeu contar a verdade verdadeira sobre aquilo tudo. Estamos até agora esperando.

O Zumbi não se deu conta de que o tempo passou. Acha que dá para levar o povo na conversa. Segundo disse à turma da FUP, eis o caminho para a presidente:
“A Dilma é boa de papo. Se ela andar e depois abraçar o povo — tem que abraçar, sentir —, é essa coisa que dá oxigênio. Quando fica em Brasília esperando… puta merda! Tem que andar agora. Pegar os ministérios e oh, todo mundo fazendo política na estrada, todo mundo defendendo o governo.”

Esse negócio de “abraçar e sentir” o povo é próprio de uma concepção autoritária de poder, pautada apenas pelo carisma e pelos instintos, digamos, primitivos. Lula sempre foi um atentado contra a razão e contra a lógica. E deu certo porque mesmerizou a inteligência, primeiro, dos formadores de opinião. Tornado herói, foi embalado por circunstâncias positivas e se tornou um mito.

Não se deu conta, porque mortos que ignoram a própria condição não recebem o recado da vida real, de que o momento é outro e de que a máquina petista levou a capacidade do estado brasileiro ao osso e, em nome da popularidade, comprometeu o futuro. Quando esse futuro virou presente, caiu no colo de Dilma.

No discurso, o chefão petista  vituperou também contra a Operação Lava Jato. O homem que chefiou o partido que se fez chamando os adversários de ladrões, de construtores de heranças malditas, de inimigos do povo, esse homem agora diz: “Eu denunciei isso no Ministério da Justiça em dezembro. (…) A pessoa só pode ser chamada de ladrão a hora que provar que é ladrão. Não pode criminalizar antes de provar e antes de ela ser julgada”.

É mesmo? Ainda escreverei a respeito. Mas essa cultura do pega-pra-capar é uma das heranças do petismo. Lembro que, no último ano do governo FHC, o PT entrou um pedido de CPI acusando 45 casos de corrupção no país. Sim, 45, o número do PSDB.

Lula não percebeu que chegou a hora de ele e de seu partido serem vítimas do espírito talibã que eles próprios criaram.

Condenar primeiro para investigar depois, Luiz Inácio, é um primado do direito segundo o entendimento de Luiz Inácio. E eu vou demonstrar isso em outros posts.

Por Reinaldo Azevedo

 

Merval Pereira: Anatomia de uma crise

Publicado no Globo

MERVAL PEREIRA

A crise interna do PT pode ser explicada de diversas maneiras, e muitos fatos podem ser responsabilizados por ela existir, mas a lógica que rege os mais recentes movimentos do ex-presidente Lula e de sua criatura Dilma Rousseff é que expõe a fragilidade política dessa união, que só foi forte quando o criador comandava a criatura, seja na campanha eleitoral que ela nunca enfrentara, em 2010, seja na montagem do primeiro governo, quando Lula fez o que quis no ministério inaugural do que deveria ser o governo de transição entre os primeiros oito anos de Lula e os novos oito anos a partir de 2014.

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O país que segue voando sem piloto só escapará da queda se Dilma renunciar ao mandato que acabou sem ter começado

“Acabei de descer do futuro”, informou Dilma Rousseff depois do passeio no carro inventado do Google que funciona sem motorista. Mas não pisou no presente nem pousou no mundo real. Continua flutuando na estratosfera, avisa a pilha de declarações sem pé nem cabeça acumulada na viagem aos Estados Unidos.

Perdida em San Francisco, constata o comentário de 1 minuto para TVEJA, a presidente nem se lembrou de reivindicar a a maternidade da ideia que resultou no invento automobilístico. Foi ela, junto com Lula, quem criou o país que voa sem piloto. Mas o prazo de validade da turma na cabine é de quatro anos, sabe-se agora.

O Brasil que segue flutuando sem ninguém no manche só escapará da queda se Dilma renunciar formalmente ao segundo mandato que acabou sem ter começado.

J. R. Guzzo: O Fogo de Curitiba

Publicado na edição impressa de VEJA

J. R. GUZZO

O líder político mais poderoso do Brasil do século XXI, capaz de ganhar quatro eleições presidenciais em seguida e de se dar muitíssimo bem em praticamente tudo o que quis nos últimos anos, entrou de uma vez por todas num mato fechado. Vai sair, como sempre conseguiu até hoje? Há muito tempo o ex-presidente Lula acostumou-se a saborear o que já foi definido como uma das melhores sensações que um ser humano pode ter: a de atirarem nele e errarem o alvo. Com base no retrospecto, ele espera que sua vida continue assim — mas vivemos um momento em que estão acontecendo coisas que nunca aconteceram antes, e em que se confirma a velha máxima segundo a qual algo só é impossível até tornar-se possível.

O último exemplo a respeito é o terremoto causado pela prisão do empresário Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira de obras públicas do Brasil e empresa-símbolo das relações íntimas de Lula com os colossos do capitalismo nacional que recebem bilhões de reais em encomendas do governo. Era rigorosamente inacreditável que um homem desses pudesse ser encarcerado; nunca tinha acontecido antes, e talvez nunca mais volte a acontecer. Quem seria capaz de imaginar uma coisa dessas em nosso Brasil brasileiro? É como se tivessem prendido o papa Francisco. Mas aí está: aconteceu. Lula, de repente, percebe que não pode contar mais com o impossível.» Clique para continuar lendo

Caiado estréia na Folha pedindo novas eleições para presidente

Caiado aponta o dedo para os bolivarianos

Ronaldo Caiado tem preenchido cada vez mais o vácuo existente hoje na oposição, uma vez que a eterna postura em cima do muro dos tucanos não convence aqueles revoltados com o PT, que desejam mais rigor no combate ao bolivarianismo. Político experiente, Caiado adotou um discurso de direita sem medo de dizer seu nome, apontando diretamente para as relações sombrias do PT com o Foro de São Paulo e as ditaduras comunistas, assunto que o PSDB prefere evitar.

Hoje foi sua estréia como colunista na Folha de São Paulo, e o senador do DEM mostrou logo a que veio: defendeu a realização de novas eleições para presidente, já que Dilma não tem a menor condição de continuar “governando”:

O atual cenário, com sinais claros de agravamento, fará o PT tirar dos brasileiros a maior conquista de todos os tempos, que é o Plano Real.

Com a volta da inflação, vamos retroagir aos anos de 1990, quando o setor se endividava com créditos reajustados por taxas e indexadores, as famosas letrinhas. Para exemplificar, ao final do ano agrícola, o produtor contraía um empréstimo equivalente a 10 mil sacas de milho, mas na colheita devia 50 mil sacas.

[...]

Além dos problemas relatados aqui, não cabe a mim, como senador da República, apenas diagnosticar o óbvio e se preocupar com o que possa acontecer, mas sim trabalhar no sentido de antecipar os fatos, mobilizar a classe política, o setor produtivo e a sociedade para o momento que vivemos: a total ingovernabilidade, com a presidente Dilma Rousseff, sem nenhuma credibilidade, atingindo o mais alto patamar de rejeição desde a redemocratização.

Sabedores da importância do setor agrícola e da ameaça que lhe aflige, devemos alçar os olhos também para essa preocupação nacional. Como brasileiros, precisamos abraçar um projeto para tirar o país da crise e promover uma correção de rumos. Para isso, defendo a realização de uma nova eleição para a Presidência da República. 

A ministra Kátia Abreu já teve essa bandeira também, mas preferiu, talvez por vaidade, unir-se ao governo Dilma, o que manchou fatalmente seu currículo e retirou qualquer legitimidade de seu discurso tradicional de direita. Ficou exposta como oportunista, nada mais. Já Caiado ainda conta com o respeito dos produtores rurais, e de todos os brasileiros cansados do PT bolivariano. De olho na crescente rejeição ao governo Dilma, já em 68%, o senador intensifica os ataques e sobe o tom em alguns decibéis, tentando se qualificar como um nome viável de verdadeira oposição nas próximas eleições, talvez em 2018, talvez antes.

Um efeito secundário que seu discurso mais firme tem é tirar o PSDB da zona de conforto. Aécio Neves já teve que aumentar o tom durante a campanha passada, e colheu bons frutos com isso. Mas sabemos qual a natureza dos tucanos: são atraídos para o muro com uma força gravitacional impressionante. Se depender deles, o PT navega em mar de tranquilidade. Até o “aliado” Eduardo Cunha, do PMDB, representa uma oposição bem mais sólida ao PT do que os tucanos.

É nesse contexto que Caiado marca sua presença. O Brasil carece de oposição ao PT em particular e à esquerda em geral. Nossa política é dominada pelos 50 tons de vermelho, e quase ninguém assume um discurso conservador ou liberal abertamente. Chamar MST de bando de criminosos, por exemplo, é coisa que poucos têm coragem de fazer, apesar de ser uma verdade escancarada. Citar as assombrosas afinidades do PT com regimes assassinos é algo que os tucanos evitam ao máximo. E assim o PT consegue posar de “moderado”, apesar de seu óbvio radicalismo revolucionário.

Que Caiado prossiga, portanto, com seu tom mais pesado contra essa quadrilha disfarçada de partido político. Que não dê moleza para esses bolivarianos safados. Que use esse novo espaço conquistado no jornal de maior circulação do país para azucrinar os vermelhinhos, e para oferecer propostas alternativas de verdade, pela via da direita, aquela que vem à contramão dessa gente sinistra. Capice?

Rodrigo Constantino

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Fonte: Blogs de veja.com.

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