Brahma e Rainha da Banânia no “volume morto”, por RODRIGO CONSTANTINO

Publicado em 22/06/2015 15:37
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Brahma e Rainha da Banânia no “volume morto”, por RODRIGO CONSTANTINO

Dilma mudou. Muda de acordo com as circunstâncias, em uma eterna metamorfose ambulante cuja fada madrinha é João Santana. Sai a gestora competente e centralizadora, a “Mãe do PAC”, e entra a Mr. Magoo, aquela que não enxerga um palmo à frente e é enganada por todos os seus subalternos de confiança. Sabe aquelas “pedaladas fiscais”, que o TCU pede explicações? Pois então: tudo obra de Arno Augustin.

Qualquer brasileiro que não hibernou nos últimos 4 anos – e vale para aqueles que não ficaram o tempo todo ou em Paris degustando caviar ou jogando “pelada” no Recreio – sabe que Dilma era a tomadora de decisões no governo. Economista (de)formada pela turma da Unicamp, arrogante ao extremo, Dilma era conhecida por seus arroubos autoritários que faziam ministros até caírem no choro.

Mantega? Figura decorativa, posto lá, ainda na época de Lula, não por ser autônomo e forte, mas justamente por ser fraco. Alexandre Tombini? Idem. Dilma jamais aceitaria um presidente do Banco Central com cujones para subir a taxa de juros contra seus desejos. Arno Augustin? A mesma coisa: um secretário de confiança, leal, disposto a assumir oficialmente as trapalhadas feitas por Dilma.

Mas a fada madrinha mexeu sua vareta, e a centralizadora arrogante está como Mr. Magoo, andando pelo Palácio do Planalto sem causar maiores acidentes por milagre, por sorte divina, uma vez que é incapaz de enxergar o que se passa ao lado. É a tese que o governo já tenta fabricar, e ver se cola entre a turma chapa-branca da imprensa, já que Augustin teria assinado como o responsável pelas medidas conhecidas como “pedaladas fiscais” (em português mais claro e sem eufemismo, crimes).

Esse absurdo malabarismo foi o tema da coluna de Merval Pereira hoje. O jornalista questionou se Dilma é, agora, a Rainha da Inglaterra:

Quem diria, a mãe do PAC, a gerentona que tudo acompanha, que de tudo sabe, e dá socos na mesa quando desagradada, não passa de uma Rainha da Inglaterra, que nada sabe do que acontece em seu redor, de quase nenhum poder de decisão.

Pelo menos, é o que querem que a opinião pública acredite desta vez, quando estão em julgamento atos de seu primeiro governo Dilma considerados ilegais pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O mesmo já acontecera na Petrobras, quando ela alegou que, como presidente do Conselho de Administração da estatal, fora induzida ao erro pelo então diretor Nestor Cerveró, que teria apresentado um relatório “técnica e juridicamente falho” para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

A imagem da grande administradora, e ao mesmo tempo “mãe dos pobres”, foi criada pelo marqueteiro João Santana especialmente para Lula lançá-la candidata à sua sucessão em 2010.

[...]

Muitas das questões que estão sendo contestadas pelo TCU dizem respeito a programação financeira e contingenciamento, de competência privativa da Presidente da República. Portanto, chega a ser ridícula essa tentativa de transformar a Rainha imaginada pelo marqueteiro João Santana na Rainha da Inglaterra, sem poder de comando no governo.

Rainha da Inglaterra é um posto nobre, ocupado por mulheres discretas, porém firmes, que exercem o poder moderador numa monarquia constitucionalista próspera. Não, Dilma jamais seria a Rainha da Inglaterra. No máximo a Rainha da Banânia mesmo, uma líder tupiniquim com súditos analfabetos ou “intelectuais” que adoram Zizek misturado com Lacan, Marx e Foucault, numa salada indigesta que produz apenas crises estomacais.

E, ao lado da Rainha da Banânia, ninguém menos do que ele, o Brahma! Sim, era dessa forma que os “amigos” empreiteiros da OAS se referiam ao ex-presidente Lula. Difícil saber qual Brahma os colegas tinham em mente. A famosa cerveja nacional? Estranho, pois todos sabem que Lula gostava mesmo é de cachaça, antes de ficar multimilionário, e depois de vinhos caríssimos. Cervejinha? Não combina com o proprietário de triplex na praia que só viaja de jato particular por aí.

Ou seria ao Deus hindu? Mais provável, uma vez que era um deus criador e, em várias imagens, retratado com barba. Lula tem também o codinome “Barba”, como sabemos por Romeu Tuma Jr., e tinha o poder de criar sim, ao menos várias oportunidades de negócios para seus camaradas ricaços e corruptos. Pode ser ainda, como lembra uma leitura, uma menção ao slogan “número um”, associado à marca de cerveja, e uma indicação de quem estava no topo da hierarquia mafiosa.

Mas o fato é que tanto o Brahma como a Rainha da Banânia estão com suas batatas assando, a despeito de todo esforço louvável da fada madrinha. A carruagem voltou a ser abóbora. O sapatinho de cristal se estilhaçou, pois era de vidro vagabundo. E nem com todo o malabarismo do mundo João Santana tem sido capaz de ludibriar o povo brasileiro novamente. Segundopesquisa do Datafolha, rejeição de Dilma chega a 65%, o mesmo nível praticamente de Collor antes do impeachment:

Fonte: FOLHA

A máscara caiu, mas a Rainha e o Brahma ainda lutam desesperadamente para sobreviver. A nova tática do Brahma é a de sempre: se fazer de vítima. Lula disse que ele e Dilma estão no “volume morto”, e já andou espalhando que será o próximo alvo da Operação Lava-Jato, numa tentativa patética de se vitimizar se e quando Sergio Moro realmente estender os braços da lei até a captura do molusco gigante.

Lula, talvez o sujeito mais imoral que esse país já teve, tenta bancar ainda a oposição ao governo de sua criatura, a mesma que ele dizia, antes, ser ele mesmo, uma só pessoa. Para Brahma, Dilma não cria uma agenda positiva, não beija crianças nas ruas, não é mais populista como ele. Um momento: Lula não sabia que Dilma, de carismática, não tem nada? Ainda reclamou dos ministros dela, uma “desgraça”. O homem cria a quizumba toda e depois se faz de alienígena para livrar a própria pele? Esse é o Brahma!

Mas que a “oposição” não se engane: como dizia o jogador Yogi Berra, o jogo só acaba quando acaba. Essa pesquisa do Datafolha, que coloca Aécio Neves na frente com 35% de intenção de votos, não pode gerar negligência, pois cochilou, o cachimbo cai. Ainda falta muito tempo até 2018, e ninguém pode subestimar o uso e abuso da poderosa máquina estatal na mão dessa gente indecorosa.

No mais, o que o povo brasileiro quer não é ver “apenas” o PT ser escorraçado do poder em 2018; quer ver os safados pagarem por seus crimes! Lula está de olho em 2018, claro, mas está preocupado com o presente também, pois teme ser preso. E Lula é como o Jason, do Sexta-Feira 13, aquele que nunca morre, que você jura ter visto afogado, enterrado, mas ressuscita e vem te atazanar mais uma vez. Com esses zumbis populistas não se brinca: estão aí a Argentina e a Venezuela para provar que a crise econômica, por si só, não garante nada.

É gostoso ver o Brahma e a Rainha da Banânia no “volume morto”? É alvissareiro ver pesquisas mostrando que caiu a ficha da imensa maioria da população? Sem dúvida. Mas ainda é pouco. O Brasil só voltará a respirar aliviado no dia em que essa turma do PT for apeada do governo, e de preferência direto para o xilindró. Em frente, Moro!

Rodrigo Constantino

 

Blogueiro “camarada” de Lula especula sobre a vida do juiz Sérgio Moro, em tom de ameaça

Eduardo Guimarães, de óculos, no time de blogueiros de Lula

Eduardo Guimarães é um dos militantes virtuais que “entrevistam” Lula em seu Instituto quando o “chefe” precisa passar a pauta aos blogs sujos do PT.

Sobre um desses encontros, O Globo fez, em abril de 2014, a matéria “A entrevista dos camaradas: saiba mais sobre os ‘blogueiros progressistas’“.

O título se baseou numa declaração dele mesmo, Eduardo Guimarães:

“Foi uma entrevista entre camaradas, isso é óbvio. Na verdade, fomos perscrutar a opinião do Lula sobre temas que interessam ao nosso público. Ninguém teve a intenção de ser isento. Eu digo que não existe jornalista isento, existe jornalista mentiroso.”

O jornal informava então de onde vinha a não isenção do blogueiro:

“Criado em 2005, o blog de Guimarães exibe um banner publicitário da prefeitura de Guarulhos, administrada por Sebastião Almeida (PT).”

É a mesma prefeitura, acrescento, à qual pertencia uma das contas usadas para difamar Aécio Neves durante a campanha eleitoral, como descobriu o Ministério Público e eu mostrei aqui.

O alvo agora é o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato que acaba de prender os comparsas de Lula na Odebrecht, incluindo o presidente da empreiteira, Marcelo.

O desespero lulista fica evidente na reação ameaçadora de sua própria militância:

Sim: o autor petista do Blog da Cidadania(!) especula, em tom de ameaça, sobre a vida do juiz que se aproxima do “chefe”.

A cidadania petista é assim: o retrato da intolerância do PT às leis do Brasil.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Na FOLHA: Paulo Okamotto (do Instituto Lula) diz que redes sociais 'complicam' democracia

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, questionou, nesta segunda-feira (22), a democracia no Brasil e disse que as redes sociais a "complicam".

Na abertura de uma palestra do ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe Gonzalez em São Paulo, Okamotto definiu democracia como "exercício solitário de pensar o que é bom para as pessoas" disse que fica "com uma grande pulga atrás da orelha" sobre como consolidá-la no país.

"Estamos muito distantes do mundo desenvolvido, do mundo rico", afirmou.

Segundo ele, a "democracia está ainda mais complicada" com o advento das redes sociais. Okamotto apontou o apoio popular à redução da maioridade penal e o fracasso da reforma política como ameaças.

"Todo mundo quer uma classe política melhor. Mas essa reforma política, para mim, é uma decepção", discursou.

Às vésperas de o plenário da Câmara decidir se reduz ou não a maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes violentos, nove em cada dez brasileiros se dizem favoráveis a essa medida, segundo pesquisa Datafolha.

Entre os entrevistados pelo instituto na semana passada, 87% apoiam a alteração.

Okamotto foi convocado a prestar depoimento à CPI da Petrobras na Câmara para explicar as doações de R$ 3 milhões feitas ao instituto pela empreiteira Camargo Corrêa, investigada no esquema de corrupção da Petrobras.

A bancada do PT estuda solicitar ao plenário da Câmara reavalie a convocação do braço direito de Lula na entidade após terem levado bronca do ex-presidente. Eles articularam um contra-ataque que inclui um recurso para tentar derrubar a ida de Paulo Okamotto à comissão.

'AFLIÇÃO POLÍTICA'

Gonzalez, que pertence ao PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), foi convidado a palestrar no Instituto Lula para falar sobre a experiência de seu partido ao se reerguer após denúncias de corrupção. A sigla ficou nove anos fora do poder na Espanha até conseguir voltar ao governo, quando José Luis Zapatero foi alçado ao cargo de primeiro-ministro (2004-2011).

Para ele, a "aflição" que o Brasil vive é mais política do que econômica.

Em sua palestra, Gonzalez disse acreditar na possibilidade de o Brasil implementar medidas anticíclicas. Segundo ele, o ajuste fiscal praticado pelo governo Dilma Rousseff vai durar cerca de um ano. Avalia, porém, que o Brasil tem "muita capacidade de investimento que pode ser concretizado neste momento".

"Eu entendo a aflição que existe [no Brasil]. Acredito que seja mais por motivo político do que pela situação econômica."

ATAQUES

Participante do encontro, o ministro da Educação, Renato Janine, afirmou que governos eleitos estão "sofrendo fortes ataques" na América Latina. E perguntou a Gonzalez sua opinião a respeito.

O espanhol –um dos críticos do governo Maduro– respondeu que um governo que não respeita as forças políticas de seu país perde a legitimidade, as eleições e a natureza.

Questionado especificamente sobre sua viagem a Venezuela, Gonzalez disse que está "preocupado" com a crise enfrentada pela Venezuela porque acha improvável que o governo esteja aberto ao diálogo. "Não acredito em conspiração internacional golpista para derrubar os governos", disse.

Ele disse ainda que está preocupado com ondas de intolerância no Brasil. "Vejo sinais de intolerância. Fico preocupado porque o Brasil é um país de tolerância, de convivência."

 

Não haveria Lula sem os “intelectuais” por trás. Ou: A impunidade dos verdadeiros culpados

Para Marilena Chaui, quando Lula fala o mundo se ilumina. E quando a professora escreve o mundo fica mais sombrio…

Estou com o fuso horário todo trocado, sem sono, e resolvi escrever esse desabafo. Tenho cobrado aquia punição dos chefes dessa quadrilha que tomou conta do estado brasileiro, e vejo, pela reação de muitos leitores, como a revolta é grande. Os brasileiros decentes estão com ódio do PT, principalmente do mandachuva, do líder da turma, Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um sujeito realmente imoral, cínico, disposto a tudo pelo poder. Mas fico com a sensação de que algo ainda está fora do lugar.

Após pensar um pouco sobre o que me incomoda tanto, chego à resposta: seus criadores continuam totalmente impunes. Não me entendam mal: Lula é o topo da hierarquia do poder, e responsável por seus atos. Deve pagar por eles, não deve ser aliviado de forma alguma. Mas não haveria Lula sem os “intelectuais” por trás. E esses sempre saem ilesos, pois produzem as maiores catástrofes da humanidade e nunca são responsabilizados por seus atos, por suas palavras irresponsáveis, falsas, mentirosas.

Se você chega para um bufão oportunista e repete diariamente que ele é um gênio, um abnegado, um santo homem, ele vai rir de você. Mas se centenas de “intelectuais”, de “pensadores” com Ph.D. e tudo mais, repetem a mesma coisa, ele pode acabar acreditando. Ou, no mínimo, será esperto o suficiente para usar esse pano de fundo a seu favor, como uma desculpa para seus crimes, como um salvo-conduto para seus “malfeitos”. É o aval da elite “pensante” que permite a ousadia dos canalhas.

Hitler era um bruto, um sujeito com sede de poder e vingança, ressentido, fracassado. O nacional-socialismo era uma ideologia com uma elite “intelectual” por trás, com gente renomada (até então) justificando cada linha do programa. O mesmo vale para os líderes comunistas: a maioria era formada por brutamontes, por bárbaros que desejavam abusar do poder sobre os demais. Não teriam ido muito longe sem os ideólogos marxistas por trás. Não passariam de criminosos comuns.

É o “intelectual” que transforma o crime comum em ideologia, dando respaldo para a ação de bárbaros, oportunistas, bandidinhos mequetrefes. Se o sujeito tenta “bater” nossa carteira na rua, não passa de um marginal insignificante. Mas se ele “bate” a carteira de todos em cadeia nacional, usando o aparato estatal para tanto, ele é um respeitado líder “social”, um altruísta (usando o esforço alheio) em prol da “justiça social”. São os “intelectuais” que permitem isso, ao transformar a simples palavra “social” em desculpa para todo tipo de atrocidade.

Portanto, não suporto o Lula e sua trupe petista, e desejo muito uma severa punição a todos que, comprovadamente, roubaram, desviaram nossos recursos, enriqueceram à custa dos nossos impostos, ajudaram a destruir nosso país. Mas sinto falta de uma revolta maior por parte do povo com aqueles que possibilitaram a ascensão dessa gente ao poder. O PT jamais teria galgado tantos degraus sem a campanha ativa de jornalistas, professores, artistas, etc.

Tenho mais raiva, confesso, do “intelectual” que defendeu a vida toda essa corja, que relativizou cada desvio seu no caminho como uma necessidade da causa “nobre”, do que dos próprios marginais oportunistas. Se você diz que Macunaíma é um verdadeiro e legítimo herói, se você convence boa parcela da população disso, então não adianta, depois, ficar horrorizado que Macunaíma chegou ao poder e dele abusou como se não houvesse amanhã. O “herói sem caráter” foi alçado ao patamar de guru, e isso só é possível pela ação coordenada dos “intelectuais”.

Por isso tenho um livro sobre a esquerda caviar. Por isso foco tanto no campo das ideias. Por isso bato tanto em “formadores de opinião” que bancam os “moderados”, enquanto preparam o terreno para o avanço dos bárbaros, sempre impunemente. São esses os verdadeiros inimigos da civilização. Marginais sempre existirão. O grande problema é quando passam a ser vistos como heróis. E essa transição, esse “passe de mágica”, só é possível pela pena de escritores, pela campanha de artistas, pelo apoio dos “intelectuais”.

Criaram o monstro, e fica por isso mesmo. Não há responsabilização por seus atos. Fingem que não é com eles, e continuam pregando as mesmas baboseiras, repetindo as mesmas ladainhas, insistindo nas mesmas falácias. Até que venha a próxima leva de bárbaros, sob o manto de justiceiros sociais que, finalmente, trarão “paz e liberdade” para o mundo, pois “um mundo melhor é possível”.

Rodrigo Constantino

 

Bom irmão e bom filho

Baiano: generoso com a família

Um dos bens que o Ministério Público Federal identificou que Fernando Baiano, operador de parte do PMDB, colocou no nome da mãe, Therezinha Falcão Soares (leia mais aqui), foi sua parte na Academia da Praia, na Barra da Tijuca.

Já sua irmã, Cláudia Soares Furlan, e seu cunhado, Armando Furlan Júnior, aparecem como donos da Scitis Assessoria em Negócios e Gestão Empresarial.

A Scitis é sócia de Baiano na Technis Planejamento, empresa que a Receita Federal informou ter recebido 3,1 milhões de reais da Andrade Gutierrez.

Por Lauro Jardim

 

Oito vezes mais

Blocos B, C, D e praça de serviços serão construídos(clique para ampliar)

Vai custar bem mais caro do que está sendo anunciado por Eduardo Cunha o shopping que ele planeja construir na Câmara, podendo chegar a oito vezes o valor divulgado.

Shopping, na verdade, é o apelido dado para a construção de mais quatro prédios, reforma dos atuais e a operação e a manutenção de toda a Câmara por uma empresa privada.

Cunha diz aos quatro ventos que a PPP, a primeira do Legislativo no país, custará em torno de 1 bilhão de reais.

Embora os valores ainda não estejam fechados – o projeto ainda está nos estudos técnicos -, os engenheiros da Câmara fizeram uma conta simples, que mostra como ele custará bem mais do que Cunha diz.

A conclusão é possível ao se comparar a futura PPP da Casa com a PPP feita pelo Governo do Distrito Federal para construir o seu Centro Administrativo, que acabou de ficar pronto.

Com área de 178 000 metros quadrados, o centro administrativo do DF custa por mês 17 milhões de reais. Este é o valor pago mensalmente ao consórcio que o construiu, dono da concessão por 22 anos.

A nova Câmara terá área total de 332 000 metros quadrados. Se o prazo de concessão também for de 22 anos, os cofres públicos terão que desembolsar todo mês 31,7 milhões de reais para a construtora que vencer a PPP. Em 22 anos, isso significaria 8,370 bilhões de reais.

Uma bolada sonhada por qualquer empreiteira. Ainda mais em tempos de ajuste fiscal e de nenhuma grande obra à vista.

Por Lauro Jardim

 

Ressuscitar a CPMF seria absurdo e imoral

Alguns petistas e aliados desejam ressuscitar a CPMF, aquele imposto sobre transações financeiras para financiar, supostamente, a saúde pública. A argumentação dos “estado-afetivos”, aqueles que têm verdadeira tara pelo estado é de que faltam recursos para a saúde pública, para o governo cumprir com a Carta que determina a universalização da saúde. Assim como falta recurso para a educação, para as prisões, para estradas, para aeroportos, para portos, para TUDO! E isso, nunca é demais lembrar, mesmo com o estado já arrecadando quase 40% do PIB. Quem sabe se ele arrecadasse 100%…

Esses estatólatras adoram avançar sobre o bolso alheio para fazer “caridade”, mas nunca se questionam por que o estado é tão ineficiente nos serviços que presta, mesmo os básicos. A solução é sempre a mesma: mais dinheiro, extraído de mais impostos. Os “ricos” têm de pagar mais, para os pobres terem melhores oportunidades. Não importa que a realidade seja outra, bem diferente, que os impostos penalizem mais ainda os trabalhadores, que os pobres morram em filas do SUS. Mais impostos!, bradam os viciados em estado.

No editorial do GLOBO de hoje há uma alternativa: foco na gestão. Mas claro que isso não interessa àqueles que adoram pedir mais recursos, e nunca fazer um mea culpa da péssima gestão estatal. Corrupção, desperdício, politicagem, cabide de emprego, favorecimento para os “amigos do rei”, enfim, toda a realidade que os brasileiros estamos cansados de conhecer, mas que não vem à tona na hora de debater os serviços públicos. Basta expandir ainda mais os tentáculos do governo, engordar mais o cofre público, que seremos uma Suécia amanhã, uma Dinamarca depois de amanhã!

Nada mais falso. Diz o jornal:

A saúde pública no Brasil tem um pressuposto assegurado pela Constituição: universalizada, via SUS, está formalmente ao alcance de toda a população. Mas, entre o princípio e a ficção, a distância é curta: a gigantesca rede do sistema vive em crise crônica, cumprindo apenas em parte, quando cumpre, o papel que lhe é atribuído pela Carta. Postos de atendimento com enormes filas, demora de até meses para se conseguir marcar uma única consulta (e ser atendido), uma demanda que exerce pressão constante sobre os hospitais, falta de material e problemas com pessoal (equipes incompletas, salários pouco atraentes etc.).

Um quadro clínico cujo tratamento implica análises e propostas de políticas públicas amplas e profundas. Sobretudo, corajosas e, o que não faria mal algum ao sistema, criativas. Mas a prescrição tem sido invariável — a dotação de mais verbas para o setor cumprir seu papel constitucional de prover a população com serviços de saúde de qualidade e de forma abrangente. É uma fórmula, por simplória e irreal, com a eficácia de um placebo.

[...]

Esse tipo de visão, que toma como panaceia a dotação de orçamentos mais generosos, na verdade desvia o foco da questão. Os reais gargalos da saúde no país estão ligados à gestão ineficiente. Há no país comprovadas experiências de administrações bem sucedidas de hospitais, emergências e serviços públicos que resultam em aumento de produtividade e aperfeiçoamento de qualidade. Além disso, transferir a gerência para organizações sociais, por exemplo, é uma alternativa com bons resultados. Despejar mais verbas numa estrutura ineficaz equivale a jogar dinheiro pelo ralo.

Concordo totalmente. E digo mais, de forma bem direta: defender mais impostos num país como o Brasil é algo não apenas absurdo, mas imoral, indecente. Quem o faz não pode dar a mínima para o povo sofrido, que já não aguenta mais tanto imposto para tanto serviço terrível. Somente uma tara pelo estado explica tal postura. E tarados deveriam se tratar num divã, não entrar para a vida pública e defender suas taras contra os demais.

Rodrigo Constantino

 

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Fonte: Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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